domingo, 16 de dezembro de 2007

Paraná prepara universitários indígenas

O Paraná está à frente na questão de ajudar jovens indígenas a entrar na universidade.

A matéria abaixo relata que hoje está havendo vestibular exclusivo para jovens indígenas para diversas universidades públicas. Em seguida mostra como o estado fornece bolsas de estudos para todos os que passarem e oferece um tutor para ficar ao lado de cada universitário indígena ajudando-o a entender o processo universitário, o sentido de uma carreira, etc.

Muito bom. Parabéns ao Paraná por essa bela iniciativa. Isto é que é contribuir para a integração social do índio na sociedade brasileira. Em breve novas lideranças Kaingang vão pintar por aí no movimento indígena.

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Cerca de 200 índios prestam vestibular para universidades públicas do Paraná

Lúcia Nórcio

Curitiba - Hoje (16) e amanhã (17), 217 indígenas disputam 49 vagas nas universidades públicas do Paraná. As provas do 7º Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná estão sendo feitas no Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava, no interior do estado.

Esse sistema de reserva de vagas existe no Paraná desde 2002. Inicialmente, cada universidade pública destinava três vagas para estudantes indígenas. No ano passado, uma lei estadual ampliou para seis o número de vagas em cada instituição.

Todo o trabalho direcionado ao vestibular é planejado e executado por membros da Comissão Universidade para os Índios (Cuia), composta por representantes das sete universidades estaduais públicas e da Universidade Federal do Paraná.

De acordo com o edital, seis vagas são oferecidas nos cursos de graduação em cada universidade pública estadual do Paraná. Outras sete vagas destinam-se aos cursos técnicos de nível pós-médio e de graduação da Universidade Federal do Paraná, essas últimas destinadas a estudantes indígenas de todo o país.

O resultado do vestibular será divulgado em 21 de dezembro. Segundo a presidente da Cuia, professora Déa Maria Ferreira Silveira, a escolha do curso acontece após o ingresso na universidade, quando os indígenas recebem orientação sobre a rotina e o funcionamento das instituições de ensino.

Os indígenas aprovados, segundo Déa, inicialmente freqüentam as aulas acompanhados por um tutor. Um aluno da própria universidade recebe uma bolsa auxílio e fica com a responsabilidade de esclarecer o que é cada curso e detalhes da profissão. Durante todo o período de estudos, eles recebem uma bolsa de R$ 350 da Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

“A cada ano estamos aperfeiçoando o processo de inclusão dos estudantes indígenas nas instituições governamentais e intensificando o trabalho de acompanhamento didático-pedagógico visando a permanência e a integração desses estudantes nos cursos”, afirma a presidente da Cuia. Segundo a professora, o índice de desistência ainda é grande porque sente muitos índios sentem saudades da aldeia e voltam para as reservas.

De acordo com o Ministério da Educação, o sistema de cotas é adotado em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rio Grande do Sul, Amazonas, Bahia, Curitiba, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal.

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