Hoje apresentarei uma poesia escrita por um aluno de ciências sociais da Universidade Federal Fluminense.
Trata-se de um reflexão poética sobre a teoria antropológica de Pierre Clastres segundo a qual o guerreiro em sociedades indígenas, como os antigos Tupinambá e Guarani, luta para evitar o poder centralizador que ameaça aflorar nessas sociedades. O guerreiro é um instrumento da vontade da sociedade de preservar a igualdade.
Este é o sentido da poesia de Thiago Fraga, para sua apreciação.
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O infortúnio do guerreiro selvagem*
O que passa na tua cabeça, guerreiro?
Queres conquistar honra,
Ou é apenas desespero?
Teus pares querem a tua vitória,
Mas sabem que teu destino é a morte.
Por isso tens que viver pela glória.
Então: luta, corre, mata e morre.
Tu não podes ser chefe,
Porque só queres a guerra...
Mas serás sempre respeitado,
Porque defendes tua terra!
As fêmeas da tua tribo
Casam com nobres guerreiros
Admiram os teus feitos
Mas evitam deixar herdeiros!
Mesmo a sociedade sendo para-a-guerra,
Ela sempre será contra o guerreiro.
Se o infortúnio é teu fado,
Então entrega-te à batalha por inteiro!
(Thiago Fraga)
sábado, 22 de dezembro de 2007
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