terça-feira, 20 de novembro de 2007

João Valadares, indigenista de valor, pede demissão da Funai-Paulo Afonso

Aqui estamos com a notícia do movimento político da Apoinme, da Anaí, e do CIMI contra o João Valadares, administrador da Funai de Paulo Afonso.

João Valadares é um dos grandes indigenistas formados pela Funai. Pernambucano formado em engenharia, há mais de 30 anos milita no indigenismo, principalmente no Nordeste. Tem sido responsável pelo bom grau de desenvolvimento econômico dos índios Kiriri, Kaimbé, Tuxá, Pancaré e Pancararé, sob sua administração, e tem feito um esforço imenso para negociar os termos da compensação que a Chesf vem fazendo com os índios Tuxá.

Agora, um grupo de índios ligados às entidades acima, á revelia das lideranças nas aldeias, e com o apoio camuflado de um procurador federal da região, levaram João Valadares a pedir demissão.

Os caciques mais velhos, como Lázaro Kiriri, Manuel, os líderes Pancaré e Pancararé estão desolados com esse acontecimento. Até o pai do índio Sandro Tuxá, da Apoinme, que tem pretensão de dirigir a Funai em Paulo Afonso, declarou de público que não quer seu filho nessa posição. Não confia. Os velhos Tuxá também recusam essa pretensão.

A briga é menos de gerações e mais de influência política. Por enquanto, as Ongs estão levando. Vamos ver se continuarão a causar confusão na região.

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Diretor da Funai em Paulo Afonso-BA pede exoneração

Fato acontece seis dias depois que índios ocuparam sede da Funai na Bahia e pediram sua substituição

TIAGO DÉCIMO - Agencia Estado

SALVADOR - O administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Paulo Afonso, na Bahia, João Valadares, comunicou nesta terça-feira, 20, à diretoria do órgão em Brasília que vai pedir exoneração do cargo. Segundo a assessoria da Funai em Brasília (DF), porém, o pedido oficial ainda não chegou à sede.

O comunicado acontece seis dias depois que índios das tribos Kaimbé e Kiriri, localizadas no norte da Bahia, ocuparam a sede do órgão no município. Eles reivindicam a substituição de Valadares, a quem acusam de não repassar recursos federais destinados às aldeias.

Segundo o cacique dos Kiriri, Marcelo de Jesus, a exoneração de Valadares, caso confirmada pela Funai, não conclui a manifestação. "Só sairemos do imóvel quando chegar o novo administrador, indicado pela Funai de Brasília", afirma. "Não queremos ninguém que já esteja trabalhando aqui para o lugar dele, senão, a ''máfia'' continua."

De acordo com o cacique, os índios descobriram que os repasses estavam sendo feitos pelo governo federal e não estavam sendo repassados pela administração regional em uma reunião com representantes da Coordenação Geral de Desenvolvimento Comunitário na sede da Funai, em Brasília, há cerca de um mês.

Ele conta que a manifestação reúne cerca de 300 índios acampados no prédio do órgão em Paulo Afonso. Como os funcionários estão impedidos de entrar no prédio, já faz uma semana que não há expediente no local. A assessoria da Funai informa que vai investigar as acusações dos índios. Valadares não foi encontrado para comentar o pedido de exoneração, mas vinha negando as acusações desde a semana passada.

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