quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Conflito no alto Juruá

Notícia do Acre relata que está tensa a relação entre índios Apolima-Arara e não índios do alto rio Juruá por conta da falta de demarcação de terras. A casa de um seringueiro foi queimada por um grupo de índios e há ameaças de vingança.

A questão não é tão preto no branco como diz a notícia. Vários antropólogos da Funai, inclusive o nosso querido e falecido Antonio Pereira Neto, fizeram estudos e trouxeram questões a serem definidas politicamente. Parte da terra em disputa foi assentada pelo Incra quando não havia reivindicações dos índios. Depois, os limites são disputados por grupos diferentes dos auto-denominados Arara. Terceiro, os Arara viviam antes com os Kaxinawa, mais acima no Juruá, e de lá foram forçados a se retirarem. Daí terem declarado que as tais terras lhes pertenciam antes de irem morar com os Kaxinawa.

Vamos torcer para que o representante da Funai no Acre e o governo do Estado resolvam esse problema. A melhor solução seria definir com clareza os limites das terras e obter terras para os assentados do Incra.

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Índios queimam casa de seringueiro no Alto Juruá

As rivalidades entre índios e brancos no rio amônia no município de Marechal Thaumaturgo pela demarcação de terras tem ocasionado diversos conflitos desde a retenção de funcionários do IMAC até a ocupação da sede do IBAMA pelos índios Apolima-Arara em 2006.

De acordo com o cacique da aldeia Apolima- Arara Francisco Siqueira as rixas e os conflitos que estão acontecendo na área que estar em processo de demarcação surgem porque IBAMA, IMAC, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE através do Governo Federal, Governo do estado e o Município de Marechal Thalmaturgo, não agilizam o processo de demarcação da terra que pertence aos índios e aos brancos.

Em virtude disso, ambos acabam explorando áreas uns aos outros, como por exemplo, caçada com cachorro exploração ilegal de madeira. Hoje índios estão dividindo espaço com os brancos através de um projeto de assentamento criado pelo INCRA onde de um lado do rio ficam os brancos do outro os índios em uma mesma área que até o momento não tem dono.

No ultimo final de semana mais um episodio envolvendo índios e brancos na comunidade chamou a atenção do Exercito e Policia Federal. Índios Araras atearam fogo em uma residência construída pelo seringueiro Adailsom que é branco. De acordo com Siqueira, as terras onde a casa foi erguida pertencem ao seu povo, e que o mesmo foi avisado para não construir naquele local, pois os índios iriam derrubar.

O líder indígena disse que Adailsom disse que o seringueiro afrontou os índios, dizendo que ninguém derrubaria sua morada. Foi então que 25 índios derrubaram e atearam fogo na residência. O exercito e a Policia Federal foram acionados até o local para evitar confrontos e mortes. A situação hoje está quase que controlada, mas as ameaça vem de todos os lados, pois com a destruição da casa, os brancos agora ameaçam atear fogo na aldeia dos Apolima Arara. Para Siqueira isto poder ser o começo de uma guerra entre índios e brancos no Juruá.

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