sexta-feira, 2 de novembro de 2007

CIMI diz que indios Guarani estão sendo intimidados em Ñanderu Marangatu

A Agência Brasil traz uma matéria levada pelo CIMI que diz que os índios Guarani da Terra Indígena Ñanderu Marangatu vêm sendo intimidados por seguranças das fazendas que estão dentro daquela terra indígena demarcada e homologada. Inclusive que esses seguranças teriam estuprado três índias nos últimos dias.

É assunto muito grave e merece um inquérito policial e as forças da Secretaria de Direitos Humanos. É preciso que os ministros Tarso Genro e Paulo Vanucchi enviem pessoas das sua confianças para averiguar essas acusações. Não acho que o CIMI esteja fazendo acusações tão graves sem saber da verdade.

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Indígenas do povo Guarani-Kaiowá denunciam abusos e intimidações
Camila Vassalo
Da Agência Brasil

Última modificação em 1 de Novembro de 2007 - 20h57

Brasília - Índios da etnia Guarani-Kaiowá, da terra Nhanderu Marangatu, denunciam abusos e intimidações por parte dos seguranças que cuidam da fazenda Fronteira, onde a aldeia fica localizada. A área fica a 6 quilômetros do município de Antonio João, em Mato Grosso do Sul.

Para o professor da comunidade, Isaías Sanches Martins, a tensão na aldeia é permanente. Segundo ele, os seguranças da fazenda intimidam a população indígena com armas e já estupraram, este ano, três mulheres.

Na última terça-feira (30), outro episódio assustou a comunidade: os seguranças dispararam vários tiros em direção a um grupo de crianças que estava brincando. "Felizmente, nenhuma delas foi atingida", garantiu Martins.

Na última quarta-feira (31), a Polícia Federal apareceu na aldeia. Segundo Martins, os indígenas realizavam um ritual em homenagem aos mortos. A denúncia apurada pelos policiais era de que os índios estavam tentando invadir áreas da fazenda. "A comunidade se sentiu intimidada", disse.

Para a integrante da Convenção dos Direitos indígenas de Mato Grosso do Sul, Leia Aquino, "a Polícia Federal não tem atendido aos chamados dos índios. Eles só aparecem na fazenda quando são chamados pelos donos da fazenda".

Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Federal afirmou que sempre vai à aldeia quando é chamada e que, da última vez que esteve no local, nenhuma irregularidade foi constatada.

Leia Aquino confirmou os estupros a mulheres da aldeia e acusou os seguranças da fazenda. Segundo ela, na semana passada mais um caso foi registrado, dessa vez, uma senhora, que buscava lenha nas proximidades da aldeia. O marido da vítima também foi agredido, e os dois foram levados ao hospital do município mais próximo.

"As intimidações e agressões vem acontecendo desde o dia 5 de outubro quando os seguranças armados começaram a disparar balas a cerca de 50 metros das casas dos indígenas", disse Aquino.

"Homens e mulheres que saem para buscar lenha são agredidos e quando chamamos a Polícia Federal eles não aparecem", alertou.

De acordo com o professor Martins, a comunidade já enviou um ofício para o Ministério Público Federal informando sobre a situação enfrentada no local, mas até agora não recebeu resposta e não houve providência.

A área ocupada pelos Guarani-Kaiowá foi demarcada em 2004 e homologada em março de 2005 pelo presidente da República, mas foi anulada no mesmo ano.

De acordo com Martins, os índios foram despejados na rodovia 384 no dia 15 de dezembro daquele ano, onde ficaram por sete meses. Dias depois o líder dos Guarani, Abravalino Rocha, foi morto no portão da Fazenda Fronteira.

A Agência Brasil entrou em contato com a FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (Funai), mas até o fechamento desta matéria, a entidade não se manifestou sobre o caso.

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