Os índios pedem a revogação do decreto presidencial e a exoneração da direção da Funai.
Os índios afirmam que não aceitam dialogar com o atual presidente da Funai e querem resolver o assunto diretamente com o ministro Tarso Genro e o presidente da República.
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Aproximadamente 500 índios de pelo menos dez tribos brasileiras continuam a protestar na manhã desta terça-feira (12/01) em frente à Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília. Os manifestantes, que barram a entrada dos servidores no prédio, são contra o decreto 7.056, assinado pelo presidente Lula em 28 de dezembro, que reestrutura o funcionamento da entidade. Ao todo, 15 administrações serão fechadas ou reestruturadas em diversos estados do país. Entre elas, a da Paraíba e a do Recife.
Os índios pedem a renúncia do presidente da Funai, Márcio Meira, e uma audiência com o presidente Lula e o ministro da Justiça, Tarso Genro. Nesta segunda, o protesto ainda não havia ganhado as dimensões atuais: 200 índios se aglomeravam em frente à sede da instituição. Segundo a Funai, Meira está disposto a conversar ainda hoje com representantes das manifestações, desde que eles estejam organizados em um pequeno grupo. Mas os indígenas dizem que não querem um encontro com Meira. Preferem conversar diretamente com o presidente da República e com o ministro da Justiça.
Os índios Potiguara, da Paraíba, passaram a noite em frente ao prédio, na Asa Sul. A administração regional da Funai de João Pessoa foi fechada pelo decreto.
Já a terceira maior população de índios do Brasil - os cerca de 40 mil assistidos pela administração pernambucana - passará, a partir do decreto, a ser atendida pelas unidades de Fortaleza, Maceió e Paulo Afonso.
Já a terceira maior população de índios do Brasil - os cerca de 40 mil assistidos pela administração pernambucana - passará, a partir do decreto, a ser atendida pelas unidades de Fortaleza, Maceió e Paulo Afonso.
A administração da Funai em Recife funcionava desde 1967, ano de criação da Funai. A decisão tomada pelo presidente Lula foi uma surpresa para as lideranças indígenas e até mesmo para os servidores, que devem ser removidos ou distribuídos em outras unidades. Isso porque Recife sempre foi considerado um centro estratégico para a elaboração da política indigenista no Nordeste. A capital pernambucana sediou, apenas em 2009, quatro grandes encontros estratégicos das comunidades do Leste/Nordeste. No total, 11 comunidades eram atendidas diretamente pela administração do Recife.
A reclamação dos índios pernambucanos é de que a distância territorial das aldeias em relação às unidades que passarão a assisti-los deve dificultar ou sepultar conquistas históricas dos povos. No entanto, segundo a assessoria de imprensa da Funai, está havendo um erro de interpretação. O órgão afirma que a unidade pernambucana não será fechada, mas reestruturada, e passará a ser uma coordenação técnica.
"Queremos revogar essa medida, que foi tomada sem que pedissem a nossa opinião. Nós, índios, ficamos desnorteados com esse decreto", ressaltou o representante Jeremias Xavante.
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