Todos os jornais vêm repercutindo o que está acontecendo em Roraima, mais precisamente, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Desde a semana passada esse Blog vem fazendo postagens sobre esse assunto. A batalha final começou. A diplomacia recuou. Os tanques estão no campo, os quartéis-generais instalados. De ambos os lados. As primeiras escaramuças já aconteceram.
A tão esperada entrada da Polícia Federal naquela terra indígena para retirar de vez os arrozeiros que lá teimam em ficar parece que está em fase de iniciação. Mais de 150 policiais federais já estão em Boa Vista, os arrozeiros já queimaram duas pontes, bombas caseiras já foram descobertas pela Polícia, e já se sabe claramente quem está arregimentando a população pobre de Boa Vista contra os índios.
A matéria abaixo vem da Folha de São Paulo. O Jornal Nacional, da Globo, já mostra cenas de violência. O Secretário-executivo do Ministério da Justiça disse que não mais acordo, já se tentou de tudo. Fala até em guerrilha por parte dos arrozeiros.
Todo poder aos índios da Raposa Serra do Sol!!!! Exceto os que estão sendo aliciados pelos arrozeiros. Eis o calcanhar de Aquiles dessa batalha.
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Manifestantes fazem dois reféns em terra indígena de Roraima
Moradores de Boa Vista são recrutados para impedir o trabalho da polícia e defender arrozeiros e políticos na obstrução aos acessos à Raposa/ Serra do Sol
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
As manifestações de grupos contrários à retirada dos habitantes não-índios do interior da terra indígena Raposa/Serra do Sol agravaram-se ontem na área, no nordeste de Roraima.
Dois homens foram feitos reféns e ficaram retidos por cerca de duas horas por pessoas contrárias à retirada de não-índios.
Os dois homens disseram a integrantes do grupo que estavam a serviço da CER (Companhia Energética de Roraima). Após a liberação, a CER disse que eles não são funcionários da empresa. Um dos manifestantes afirmou que eles seriam "espiões" da Polícia Federal. A PF nega. Várias manifestações foram feitas desde que começaram a chegar policiais que atuarão na retirada dos não-índios.
Duas pontes foram queimadas na reserva e outras duas estão bloqueadas. O presidente da Associação dos Arrozeiros do Estado, Paulo César Quartiero, preso em uma manifestação, foi solto após pagar fiança.
Em 2005, o presidente Lula assinou decreto que deu a posse da terra aos cerca de 15 mil índios que vivem no local. O governo federal determinou a retirada dos não-índios da região.
Moradores da periferia de Boa Vista foram recrutados para defender arrozeiros e políticos na obstrução aos acessos à reserva e impedir o trabalho da polícia. Os moradores citam o deputado federal Márcio Junqueira (DEM) e o deputado estadual Ivo Som (PTN) como os apoiadores do recrutamento. Relatam que camionetes passavam pelas ruas de Boa Vista transportando pessoas nas carrocerias. Um deles disse que a população apóia os arrozeiros porque eles geram emprego.
Quartiero negou o pagamento a moradores, mas confirmou o recrutamento. A assessoria de Márcio Junqueira disse que ele não poderia comentar o assunto porque estava incomunicável. A reportagem não localizou Ivo Som. (ANDREZZA TRAJANO, JOSÉ EDUARDO RONDON E KÁTIA BRASIL)
INISTÉRIO DIZ QUE PRODUTORES PREPARAM GUERRILHA
Secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, revela que o grupo de produtores de arroz que resiste em deixar a terra indígena, em Roraima, quer confronto e prepara bombas contra a ação da Polícia Federal. Segundo Barreto, a negociação foi esgotada e a desocupação da área de 1,7 milhão de hectares acontecerá nos próximos dias.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
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