quarta-feira, 9 de abril de 2008

Da Série "Recordar é Viver" -- O ISA e o Projeto Xikrin, 2002

Da Série "Recordar é Viver", me foi enviado por leitor desse Blog, a matéria abaixo sobre o grande projeto de Manejo Florestal que o Instituto Socioambiental criou para os índios Xikrin.

Esse projeto recebeu mais de 4 milhões de dólares de diversas fontes, inclusive da Funai, do Banco Mundial, da CVRD, USAID e do BNDES. Foi criado pelo ISA para fazer Manejo Florestal em terras indígenas, a nova forma capitalista de ganhar dinheiro. Os índios iriam ter renda própria com o manejo de suas matas.

O Governo Fernando Henrique Cardoso, através de seu ministro da Justiça, José Gregory e do presidente da Funai, Glênio Alvarez, se empenhou nesse Projeto.

Era a grande união do Governo com as Ongs, o ISA à frente.

Eis que, ao final de quatro meses, o projeto desmoronou, os índios Xikrin expulsaram os funcionários do ISA e desmontaram todo o projeto.

E o ISA, o que fez? Fingiu que não era com o ele. Deu baixa de suas contas, não foi processado por ninguém, nem pelo TCU. Hoje em dia, nem consta de seu portfólio, quando se apresenta para atrair dinheiro do Exterior para tais projetos.

Mas continua recebendo dinheiro do Ministério do Meio Ambiente, através de um de seus coordenadores, que é secretário-executivo do MMA.

E agora comanda a Coordenação-Geral de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente da Funai e a Coordenação-Geral de Identificação de Terras Indígenas.

É pouco??

Vejam a matéria, alvissarando grandes novidades e obras fabulosas, antes do desmoronamento do projeto.

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Índios Kayapó participam de manejo florestal

O Projeto Xicrin do Cateté está engajando os índios Kayapó, do Pará, em um projeto de manejo florestal (corte seletivo de madeira em floresta nativa). A iniciativa é do Instituto Sócio Ambiental, que realiza diversos trabalhos com a população indígena do país.

O Xicrin do Cateté é um conjunto de iniciativas que visa preservar a região de mesmo nome (PA). Os membros da comunidade estavam envolvidos em um processo de exploração irregular de madeira, que causava sérios impactos ambientais sobre a região do médio rio Xingu. O projeto já está convertendo o quadro de exploração predatória em um modelo econômico sustentável.

A área destinada ao programa é de aproximadamente 44 mil hectares, o que corresponde a 10% da terra do lugar. É uma floresta nativa e contínua, que será manejada em um ciclo de 30 anos. A cada ano serão retiradas árvores numa área de 1.460 hectares, de modo que cada trecho só seja explorado 30 anos depois. O corte é feito selecionando-se árvores de várias espécies, mas deixando um número suficiente para permitir a regeneração.

O coordenador do programa, Rubens Mendonça, disse ao Aprendiz que, além do mogno, têm aceitação comercial espécies como o cedro, o tauari, o marupá, o jatobá, o cedrorana e o angelim pedra. Foi criado um processo de articulação entre instituições, especialmente órgãos oficiais, que deve fortalecer a participação dos índios na gestão do projeto.

(Cássia Gisele Ribeiro - 09/05/02) Revista Aprendiz

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