Esta semana será de pouca movimentação política na área indígena. Alguns acontecimentos que se iniciaram há algum tempo vão continuar. O principal deles é o drama do (mal) relacionamento entre o estado do Mato Grosso do Sul e os povos indígenas.
O governador André Pulcinelli anda furibundo. Saiu da reunião com o ministro Tarso Genro bastante frustrado. Parece que o ministro postergou qualquer decisão sobre os pontos de disputa no estado, especialmente o caso da ampliação da Terra Indígena Cachoeirinha, do povo Terena, no município de Aquidauana. Deu forças para a bancada do Mato Grosso do Sul sair por aí tentando mudar a Constituição para incluir o pagamento da terra nua de terras reconhecidas como indígenas. É um osso seco, sem tutano, para os deputados roerem. E deixou para a terceira semana de novembro a publicação da tal Instrução da FUNAI sobre a demarcação das novas terras Guarani.
Por sua vez, a única voz mais lúcida nesse imbroglio todo é a do administrador da FUNAI em Campo Grande, Claudionor de Souza. Claudionor é um índio Terena formado em administrador de empresas e vem se destacando por trazer um discurso bastante contundente de defesa da demarcação de novas terras indígenas. Recentemente denunciou que o interesse do governador na não demarcação de novas terras se prende aos planos de criação de 40 e tantas usinas de açúcar e álcool no sul do estado. É um discurso economicista, que desvia o foco de atenção, mas pelo menos é algo a ser dito.
Os deputados federais coadjuvantes da empreitada do governador falam toscamente sobre a extinção da FUNAI. Não vão encontrar eco no Congresso Nacional, mesmo com a animosidade antiindígena lá presente.
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No Maranhão, saiu uma notícia esse fim de semana com uma declaração de um vereador Krikati, da cidade Montes Altos, no sentido de ameaçar que os Krikati vão fechar três estradas estaduais caso o governador do Estado não invista imediatamente na melhoria de uma delas. Não acho que o vereador tem cacife para esse tipo de ameaça. É ócio parlamentar.
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No Paraná, a Hidrelétrica de Itaipu entrou com ação no STF contra a decisão da 4ª Turma do TRF, em Porto Alegre, sobre a permanência de um grupo de índios Guarani numa terra que Itaipu considera como área de proteção ambiental. Mais uma ação no STF.
Quando, para lembrar, o STF vai pôr em votação a continuação da decisão sobre Raposa Serra do Sol e Caramuru-Paraguaçu?
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Na Colômbia, o presidente Álvaro Uribe encarou uma longa reunião por seis horas com as lideranças e uma assembléia de indígenas que fizeram uma longa marcha no departamento de Valle del Cauca. Parece que foi mais um fracasso. O que os indígenas querem, Uribe não consegue entregar. É impasse à vista.
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E, pode esperar, essa semana vai ter sua quota de novos rolos da Funasa...
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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Um comentário:
estranho mércio...claudionor denunciando o governador mas bebe em sua água e anda para cima e para baixo com ele!!!!
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