Uma das principais e mais deletérias consequências do decreto assinado em julho pelo presidente Lula é que poderá acabar com o mais tradicional e bem-sucedido projeto de assistência à saúde indígena: o Projeto Xingu, criado há 43 anos por médicos da Unifesp e pelos irmãos Villas-Boas e que é responsável pelo atendimento a mais de 4 mil indígenas.
A nova regulamentação impede assinatura de convênios com entidades dirigidas por servidores públicos federais, inviabilizando a continuidade do trabalho da Unifesp. Cento e oitenta índios protestam neste final de semana.
Cerca de 180 lideranças indígenas reunidas no 5º Encontro de Mulheres do Parque Xingu protestam contra a saída da equipe da Unifesp da região, que deverá ocorrer até 31 de dezembro. É a segunda manifestação, nos últimos 15 dias, contrária às mudanças na assistência à saúde indígena proposta pelo Ministério da Saúde.
Toda a equipe que atua há quatro décadas na região - sem contar a presença voluntária de professores e estudantes - é contratada e mantida com os recursos desse convênio que, pela primeira vez na história, não poderá ser renovado.
Segundo o médico Douglas Rodrigues, coordenador do Projeto Xingu, uma forma de dar continuidade ao trabalho da Unifesp seria incluir os recursos atualmente destinados ao projeto no pacote de serviços contratados pelo governo junto ao Hospital São Paulo, que é o hospital-escola da Unifesp.
Além da assistência cerca de 4 mil índios na região, a equipe da Unifesp também é responsável pelo Curso de Formação de Agentes Indígenas de Saúde - atualmente no quinto módulo - e, recentemente, criou o primeiro curso de Especialização em Saúde Indígena, ministrado à distância, e que atraiu mais de mil inscritos.
Sobre o Projeto Xingu
A Escola Paulista de Medicina passou a colaborar na assistência à saúde dos índios do Parque Indígena do Xingu (PIX) a partir de 1965, quando, a convite de Orlando Villas-Boas, um grupo médico coordenado pelo Dr. Roberto Baruzzi lá esteve para avaliar as condições de saúde da população. A partir desta avaliação, foi proposto o desenvolvimento de um programa regular de saúde a longo prazo.
Em 1967, com a criação da FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI, um convênio com o mesmo objetivo foi firmado entre esse órgão e a Universidade, sendo sucessivamente renovado.
Equipes são enviadas, pelo menos quatro vezes por ano ao Parque Indígena do Xingu, formadas por médicos, enfermeiras, dentistas e alunos que procedem a vacinação, atendimento de ocorrências clínicas e cadastramento médico da população. Equipes são igualmente enviadas em situações epidêmicas.
(Com dados do Portal Nacional de Seguros)
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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Um comentário:
Alguns da FUNAI, do CIMI e do ISA, e até do Ministério Público, não esquecendo do Ministério da SAúde, são responsáveis pelo CAOS na saúde indígena - são responsáveis pela política liberal promovida.
São responsabilizados por isso ?
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