quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Índios de Manaus revertem demissão de Edgar Fernandes


Os índios de Manaus, que tomaram a sede da AER Manaus na segunda-feira, conseguiram reverter uma das primeiras medidas do decreto de reestruturação, a demissão do administrador Edgar Fernandes da AER Manaus. Edgar foi pego de surpresa com sua exoneração, quando estava de férias. Como tantos outros, sem dúvida.


Mas os índios de Manaus reagiram.

Essa é a primeira vitória, pequena ainda, do movimento indígena contra o decreto e suas consequências. Agora vamos ver o que a cúpula da Funai vai fazer com o tal Pedro Paulo Ramos, um administrador sem nenhuma experiência indigenista, indicado por ser político, que ficava na AER Parintins, a qual foi extinta. Por certo lhe darão uma coordenação técnica local para não ficar sem emprego.

Enquanto isso, os índios Mura, Sataré Maué e os que vivem na região do Trombetas Mapuera vão protestar pela recuperação de sua AER.

Segundo a matéria da Agência Folha, houve também protestos em diversas cidades do Amazonas que não tem sido divulgados pela mídia.


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Após protestos, Funai mantém índio como coordenador regional



KÁTIA BRASIL

da Agência Folha, em Manaus

Após protestos em seis cidades do Amazonas, a presidência da Funai resolveu manter no cargo de coordenador regional de Manaus, o índio da etnia baré Edgar Fernandes, que havia sido exonerado com a reestruturação do órgão.

Com o anúncio, os índios que mantinham invadida desde segunda-feira a sede da Funai em Manaus começaram a deixar o prédio. Os líderes mura, apurinã, sateré, arara, miranha e kokama eram contrários ao novo coordenador regional, Pedro Paulo Ramos, que não é índio.

A coordenação de Manaus atende 80% dos 120 mil índios do Amazonas. "O presidente da Funai [Márcio Meira] tomou uma decisão sem consultar as lideranças", disse o tuxaua Roseno Apurinã. "Nós sabemos os nossos direitos, é por isso que ele corrigiu o erro dele."

Houve protestos também em Parintins, Autazes, Manicoré, Atalaia do Norte e Eirunepé.

Os índios dizem que o decreto 7.056, assinado no fim do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou as representações dessas cidades para outras mais distantes, dificultando a busca de auxílios.

A reportagem não conseguiu falar com a Funai nesta quarta-feira.

Um comentário:

Anônimo disse...

mas o plano é justamente esse, quanto mais distante melhor.......

 
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