sexta-feira, 9 de maio de 2008
Presidente Lula defende índios e Raposa Serra do Sol
Não resta a mínima dúvida que o presidente Lula está determinado a defender seu ato de homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Desta vez, numa reunião com quase todos os governadores da Amazônia, quando do lançamento de um plano de desenvolvimento da Amazônia, ele declarou explicitamente que a presença de terras indígenas nas nossas fronteiras não constitui motivo de preocupação da soberania nacional. Recado para o general Augusto Heleno Ribeiro e para os militares que teimam em fazer essa acusação.
Mas o presidente Lula deixa despercebido que o discurso de defesa da soberania da Amazônia transcende o problema indígena, e é por isso que o discurso do general Heleno repercutiu tão positivamente na opinião pública.
O presidente Lula precisa reformular as instituições que são responsáveis por atos governamentais na Amazônia. Isso inclui a Funai, o Incra, a Embrapa, a Funasa e o Exército.
Venho há meses difundindo a idéia de que sem uma Funai forte a questão indígena cai nas mãos das Ongs. É preciso não só uma Funai forte, atuante e renovada, mas um Ibama forte e honesto, uma Embrapa atuante, um Incra determinado e correto e um Exército com pelotões em todas as áreas da Amazônia, inclusive onde não há índios.
Veja matéria na Folha de São Paulo de hoje.
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Lula defende índios e ironiza governador
Presidente comenta ausência de José de Anchieta Júnior (PSDB) em evento; governante de RR queixa-se
EDUARDO SCOLESE
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa resposta aos que criticam a retirada dos arrozeiros da reserva indígena Raposa/ Serra do Sol (RR), o presidente Lula disse ontem que os índios são capazes de proteger a fronteira do país e que, em geral, somente reagem quando não recebem seus direitos do Estado.
Lula saiu em defesa dos indíos no lançamento de um plano de diretrizes para a Amazônia, todas reunidas no PAS (Plano Amazônia Sustentável). "Quem, um dia, ousou dizer que os nossos índios faziam o país correr o risco de perder a sua soberania, porque eles estão em lugares, muitos deles, fronteiriços com o Brasil?", questionou o petista, numa referência indireta a recentes declarações do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, que, ecoando o pensamento dos militares, afirmou que a demarcação contínua de terras indígenas na fronteira é uma ameaça à soberania.
Ironia
No mesmo evento, Lula ironizou a ausência do governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), contrário à homologação contínua da reserva e único governo da Amazônia ausente no Planalto. Ele não enviou nem representantes.
"Não está presente o companheiro governador de Roraima, por problemas que vocês estão acompanhando pela imprensa", disse. E completou, sorridente: "Deve ser por isso". O governador deu outra justificativa. "Realmente não fui porque o tratamento que o governo federal vem dando ao Estado de Roraima não é digno."
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