O resultado do Brasil Vermelho, nome fantasia que o MST e outros movimentos de trabalhadores sem-terra usam para representar uma série de ações para chamar a atenção do movimento, foi uma polêmica com o Ministro Cassel, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e chefe superior do Incra. O ministro não aguenta mais as acusações de que o Governo Lula não tem feito nada pelo movimento e apresenta suas razões com muita convicção. Parece que o MST reagiu com indiferença ao Ministro e chamou-o de "desprestigiado". Será que eu já não ouvi do mesmo em outro setor? O MST quer o fortalecimento do Incra e que ele fique próximo ao presidente da República. Não é isso que todos desejam?
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Cassel diz que sociedade está "cansada da retórica vazia" do MST
Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse hoje (19) que a sociedade brasileira está ficando “cansada da retórica vazia” do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Ao comentar nota divulgada pelo MST, que justifica a mobilização do movimento nos últimos dias, o ministro afirmou que não há um “diálogo franco” entre o governo e os trabalhadores sem terra.
“Não só eu, mas toda a sociedade brasileira está ficando um pouco cansada dessa retórica vazia, que sempre vira as costas para a realidade, para justificar os seus atos. Todo mundo sabe, isso está em todo os documentos, em todos os balanços, que o governo federal, nos últimos quatro anos, investiu como nunca tanto em reforma agrária quanto em agricultura familiar”, disse em entrevista à Agência Brasil.
“Isso é um fato da vida, as pessoas não podem dizer que isso não aconteceu. Elas podem pedir mais, isso é justo e compreensível. Mas não pode dizer que não foi feito nada. Isso é retórica e retórica vazia para justificar ações políticas que são, às vezes, inaceitáveis”, completou. Na nota divulgada, o MST afirma que “nos últimos anos, pouco ou nada foi feito para uma verdadeira reforma agrária".
O ministro destacou os investimentos durante o primeiro mandato do governo Lula na área da reforma agrária. “Onde foram parar então os R$ 4 bilhões que o governo investiu em compra de terra, e os recursos em educação, os recursos em construção de estrada, e o Luz para Todos e a assistência técnica que hoje atingem 80% dos municípios? Isso é nada ou isso é alguma coisa importante? Senão a gente não consegue conversar com seriedade. Isso que me parece o grande problema, que eu acho que a sociedade está cansando da retórica vazia, da impossibilidade de um diálogo franco que tenha em conta os dados da realidade”.
Cassel reconheceu que o agronegócio recebeu investimentos, mas destacou que foi investido bastante na agricultura familiar. “Talvez um dos méritos do primeiro governo Lula foi experimentar isso. Experimentar possibilidade de dois padrões de produção no campo conviverem ao mesmo tempo. O governo investiu e investiu muito no agronegócio, a chamada agricultura patronal, que respondeu com muita qualidade, gerou excedente de produção, gerou reservas, foi muito importante. O governo investiu muito na agricultura familiar, que respondeu também com enorme qualidade, enorme vitalidade”, disse.
O ministro afirmou que um dia, talvez, seja preciso escolher o padrão de agricultura que o país quer para o campo. “Mas hoje, nas condições atuais do nosso país, é evidente para qualquer pessoa de bom senso que esses dois padrões conseguem conviver e podem conviver pacificamente na agricultura brasileira.
Na nota, o MST afirma ainda que o modelo agroexportador recebe “vultosos” investimentos em crédito dos bancos públicos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e não paga “quase nada” em impostos, graças à Lei Kandir.
“É um benefício que nenhum trabalhador, agricultor, comerciante ou industrial tem no país: recebe muito dinheiro, paga poucos impostos e não tem nenhum compromisso social ou com o desenvolvimento. É um benefício dado apenas para as grandes empresas nacionais e estrangeiras”, destaca o MST.
sexta-feira, 20 de abril de 2007
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