Há cinco dias os índios Gaviões-Pykobye, da aldeia Riachinho, Terra Indígena Gavião, no centro-oeste maranhense, estão retendo pessoas da Secretaria de Educação do estado.
Dizem que não as deixarão sair até que se inicie alguma ação de construção de uma escola na aldeia. Ontem trocaram duas das quatro reféns por uma que viera fazer as pazes e negociar a liberação de todos. Deu azar.
Os índios Gaviões do Maranhão não são do tipo de fazer reféns. O fato é que perderam a paciência com a Secretaria de Educação do Maranhão e partiram para um gesto inusitado e agressivo. Agora a liberação vai dar trabalho.
Na Semana do Índio deste ano estive em São Luís e dei uma palestra à qual compareceram o governador do Estado, Jackson Lago, e o secretário de Educação, Luís Vieira. Conheço o governador há muitos anos e sei do quanto ele está aberto aos povos indígenas. Mostrei ao governador o quanto a questão de educação é sensível aos povos indígenas do Maranhão, já que muitos querem concluir o curso médio e seguir para a universidade. Há pelos menos oito índios Guajajara que já têm diploma universitário, obtidos a muito custo, e graças ao programa de educação bilingue instalado na década de 1970.
O governador e seu secretário de Educação ficaram de olhar a educação indígena com atenção, mas alguma coisa ficou descuidada. Esta de prometer uma escola indígena e não construi-la só pode dar em encrenca. Parece, segundo os jornais maranhenses, que alguém dessa secretaria tinha feito um relatório dizendo que as obras tinham começado.
Os índios sabem melhor e infelizmente perderam a paciência e partiram para uma atitude agressiva.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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Um comentário:
No Maranhão, aldeia Cururuzinho, foi barbaramente punida por políticos locais que atearam fogo nas escolas e casas indígenas, e isso aconteceu na semana do Índio- 19 de abril 2008. O quê foi feito contra os responsáveis ?
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