segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Pós-eleições: O que virá agora?

O resultado das eleições para prefeitos das 5.570 cidades brasileiras demonstra que o PMDB teve um fortalecimento acima do esperado.

Tanto porque ganhou em 1.207 cidades, segundo alguns jornais, quanto porque ganhou em cidades em que o PT esperava ganhar e era importante ganhar. Por exemplo, em São Paulo, onde Gilberto Kassab ganhou de Marta Suplicy, tendo como vice-prefeito a peemedebista Alda Marcoantonio, ligada pessoalmente a Orestes Quércia, que continua cacique do PMDB em São Paulo.

No Rio de Janeiro, a eleição foi disputadíssima, mas teve uma altíssimo nível de abstenção de votos. Cerca de 927.000 eleitores deixaram de votar, a maioria da Zona Sul e da Zona Norte, onde o candidato do PV-PSDB-PPS tivera a maioria dos votos. Assim, Gabeira foi derrotado por apenas 55.000 votos, menos de 10% dos votos de abstenção. O PMDB foi vitorioso.

Foi vitorioso também em Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e outras cidades mais pelo interior.

Eis que agora, segundo um colunista de São Paulo, os caciques do PMDB, José Sarney e Rennan Calheiros, estão tramando a saída de Tarso Genro, do Ministério da Justiça, para substitui-lo por Nelson Jobim, que hoje está no Ministério da Defesa. Para esse último ministério iria então Aldo Rabelo, do PCdoB de São Paulo.

Por que? Parece que é porque Sarney e Rennan estão chateados com um suposto uso da Política Federal por parte de Tarso Genro contra Sarney, especialmente contra seu filho Fernando Sarney, acusado em inquérito da PF de mal uso de verbas públicas nos diversos ministérios e autarquias controladas pelo PMDB de Sarney.

Dizem que o presidente Lula já teria concordado com essa mudança. Já no Palácio do Planalto, desmentem isso veementemente alegando que Lula não age por pressão.

Bem, a chapa está quente mesmo. Porém ponho em dúvida esse tipo de troca. Não acho que Jobim volta para o MJ. Seria dèja-vu demais!

De qualquer modo, mudanças serão feitas em breve no governo. Lula precisa azeitar sua máquina, que não demonstrou ser tão funcional quanto parecia à primeira vista. Precisa acomodar a gulodice do PMDB para sonhar com uma chapa PT-PMDB em 2010.

Por sua vez, a FUNAI está na mira do PMDB, especialmente dos governadores de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, sem falar nos estados que estão se movimentando para fazer suas próprias políticas indigenistas. É o resultado insidioso da gestão atual da FUNAI, que criou ilusões entre os índios e acirrou o antiindigenismo brasileiro.

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