terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mato Grosso do Sul desce no Ministério da Justiça

O governador de Mato Grosso do Sul, diversos deputados federais e representantes dos fazendeiros vão estar com o ministro Tarso Genro amanhã, quarta-feira.

Querem ouvir do ministro o que a FUNAI e o MJ estão pensando sobre as demarcações de novas terras naquele estado. Vão cobrar duramente do presidente da FUNAI a tal das instruções normativas que deveriam nortear as ações de reconhecimento das novas terras indígenas dos Guarani.

Vão cobrar também a ampliação da Terra Indígena Cachoerinha, que passou de 2.670 hectares para 36.700. De fato, esse intempestivo calcanhar de aquiles o ministro Tarso vai ter que resolver porque foi ele mesmo quem o fez.

Um deputado, do alto de sua soberba insensata e insciente, diz que vai cobrar a extinção da FUNAI, supostamente por ela não servir para nada e não ter resolvido o problema dos índios. É de matar. O governador vai estar mal servido acompanhado desse dito cujo.

Tudo isso já é a cobrança do PMDB sobre o governo. Ganharam as eleições, vêm cheios de panca. Querem comandar.

Por outro lado, longe, na Colômbia, o presidente Uribe ficou de conversar com uma multidão de indígenas que fizeram uma grande marcha no departamento do Vale del Cauca e foram parar na capital, Cali. Ficaram horas esperando a vinda de Uribe, domingo passado, e nada do presidente aparecer. Quando ele chegou já era tarde, os índios se aborreceram e o xingaram de todo jeito, de "cabrón" a "asesino".

Nova reunião será marcada, mas a coisa já azedou. Os índios da Colômbia cobram o mínimo: que não os matem os para-militares, que lhes garantam o mínimo de terras para sobreviver, sem vendê-las ao capital internacional, e alguma ajuda do governo. Acontece que as FARC, em declínio, aproveitaram essa marcha para se posicionar no meio e abrir novos flancos de apoio.

2 comentários:

Anônimo disse...

Os paramilitares atacam e matam os índios. E os americanos acusam as FARcs.

Anônimo disse...

Seria cômico se não fosse trágico a postura do rídículo deputado Waldir Neves que com apoio do governador (e da Funai local conforme anunciado nesse blog) encheram as aldeias de cesta básica em véspera de eleição, conseguiram eleger o irmão do referido deputado como vice prefeito em Aquidauana, onde vivemos em uma das maiores comunidade terena. Talvez por isso o desejo do deputado em municipalizar a política indigenista, pois com o instituto da reeleição o mano poderá ficar pelo menos 16 anos no poder. Dá pra fazer um estrago. Por outro lado, apoiam um movimento que legitima a inoperância da Funasa com o mote: "Contra a municipalização da saúde indígena".

 
Share