quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Empresários se dispõem a ajudar a preservar a Amazônia

Ao lado da crise financeira mundial, os empresários no mundo todo estão preocupados com o aquecimento global. Muitas indústrias, especialmente as derivadas do petróleo (incluindo a automobilística), são as maiores causadoras da emissão de gases que provocam o efeito estufa na Terra.

Essa semana o empresário sueco-britânico Johann Eliasch, o mesmo sobre o qual o Fantástico fez uma matéria mostrando que ele tinha um grande pedaço de terra na Amazônia, vem de propor um plano para a salvação da Amazônia.

Seu plano consiste em pagar pela preservação da Amazônia e vem com um certo apoio do primeiro-ministro inglês Gordon Brown, que desesperadamente precisa de mídia para sair da situação de impopularidade em seu país.

O plano segue a linha de que os chamados "serviços florestais" devem compensar financeiramente a manutenção da floresta de pé. Modelos incluídos no estudo estimam que os custos gerados pela perda de florestas crescerão a passos largos até 2100, quando chegarão a US$ 1 trilhão por ano, se medidas não forem tomadas a tempo.

Como obter recursos para esse plano? O documento pede um acordo internacional que tenha como objetivo reduzir à metade as emissões causadas pela perda de matas tropicais até 2020, o que geraria ganhos de US$ 3,7 trilhões em longo prazo pelas estimativas citadas pelo estudo.

É mais um plano de um empresário que quer aparecer de qualquer jeito. É o que parece, pois as Ongs ambientalistas, tais como o Greenpeace e a WWF cairam de pau no plano. Dizem que vai provocar mais corrupção, má governança, e falta de fiscalização nos países onde há floresta amazônica.

Ademais, será que o Brasil está de braços abertos a esses planos?

Por outro lado, os empresários de São Paulo se uniram em torno de um plano para diminuir a demanda dos paulistanos por produtos amazônidas, tais como carne, soja e madeira. Se a demanda diminuir, calculam os empresários liderados por Oded Grajew, um ex-assessor do presidente Lula e empresário progressista, a destruição também diminuirá.

As Ongs estão unidas em torno dessas idéias. A questão é: parecem tão inviáveis como as dos empresários europeus.

Uma outra situação inusitada vinda da classe empresarial foi a notícia de que Eike Batista, o dono da empresa EBX, que agrega diversas outras empresas metalúrgicas, minerais e que tais, fez uma doação de R$ 11,4 milhões ao Ministério do Meio Ambiente para cobrir as despesas de três parques nacionais: o de Fernando de Noronha, o dos Lençóis Maranhenses e o Pantanal. O plano foi aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente, isto é, pelo ministro Minc, mas não inclui o perdão das dívidas que a empresa de metalurgia de Eike Batista teria em função de multas pelo uso de carvão vegetal feito de mata derrubada no Pantanal.

Sobre essas multas, Batista disse que as pagará, caso sejam consideradas legais pela justiça, já que ele entrou em ação judicial contra elas. Disse também que possivelmente irá fechar sua usina metalúrgica que fica perto do Pantanal pois só está lhe dando dor de cabeça.

É, o mundo está rodando de uma forma interessante e inesperada. Essa crise financeira mundial, que resultou até na compra de ações bancárias por parte de países (EUA, Inglaterra, Alemanha) que antes jamais teriam feito isso por considerarem "coisa de socialista", representa mais mudanças do que o mero espectador do capitalismo haveria de pensar pelos parâmetros de análise tradicionais.

O mundo muda, como dizia Camões. Os sinais estão por aí.

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