sábado, 27 de setembro de 2008

Índios Guarani e Terena manifestam-se em Dourados


Hoje houve uma manifestação importante de índios Guarani e Terena na principal praça pública de Dourados. O jornal eletrônico Capital News deu a matéria hoje ao meio dia.

A manifestação teve a presença de umas 500 pessoas e marcou posição dos índios em relação aos fazendeiros que estão dominando o discurso anti-indígena naquela cidade e no Mato Grosso do Sul.

Os fazendeiros planejam encontros e manifestações para a próxima semana a partir de segunda-feira. Estão desconfiados que os GTs da FUNAI estão em ação, apesar do acordo entre o presidente da FUNAI e o governador do estado alguns dias atrás.

Falta político e políticas públicas na região. Se isso não acontecer em breve a situação vai sair fora de controle.

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Indígenas reivindicam "tekohás" e defendem indenizações em Dourados

Cerca de 500 indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena tomaram as ruas do centro de Dourados na manhã de hoje para protestar contra o que chamam de “desrespeito do governo”. A favor das demarcações de terras de 26 municípios do sul de Mato Grosso do Sul e de uma solução pacífica entre produtores e indígenas, o grupo pretende conscientizar a população acerca da realidade indígena.

O grupo parou na Praça Antônio João, no centro da cidade, de onde falaram para a população defendendo as demarcações e tentando alertar para o cumprimento de uma dívida do País para com os povos indígenas. “Somos o povo brasileiro, porque índio não é vagabundo, índio não é invasor de terras, muito pelo contrário, só estamos em busca dos nossos direitos, só queremos o que a Constituição diz. Isso não é dívida dos produtores, nem dos agricultores, isso é uma dívida do país que deve ser corrigida”, disse o Guarani, Leoson Mariano.

Ele pediu mais atenção do Poder Público. “O Governo tem uma dívida com os indígenas e nós estamos largados, nós estamos jogados. Nossa aldeia perece aqui na vizinhança de Dourados. Tenho certeza de que muita gente aqui do comércio não conhece a aldeia, porque vêem todo dia nos jornais que mais um fulano morreu cortado, morreu furado . Por que isso acontece? Porque o poder público não dá assistência, não nos dá segurança, dizem ‘deixem que eles se matem, deixem que eles se acabem’”, cobrou o indígena.

Indenizações
O cacique guarani Getúlio de Oliveira falou que a comunidade indígena quer somente algumas terras originais, as “tekohas”, terras ancestrais e não um monte de fazendas e até cidades como o movimento ruralista vem afirmando. “Se fôssemos pegar nosso território original, iria até a Argentina, o Paraguai a Bolívia e outros Estados, mas nós não queremos isso, queremos somente algumas terras onde viveram nossos antepassados. Não vamos tomar Mato Grosso do Sul”, disse ele.

“Falaram que era 10 milhões de hectares, mas não foi assim não, queremos só as terras onde estão enterrados nossos antepassados. Não queremos limpar o cofre do governo, deixar vazio não. O governo tem que indenizar quem está ocupando os tekohas, por que nós não estamos pedindo para os proprietários, é para o Governo”, lembrou o líder.

“Nós queremos que o empresário que foi enganado, seja indenizado e o governo não sabe explicar muito bem as coisas para o pessoal, porque o governo que deu estas terras [Getúlio Vargas], já está embaixo da terra também. Nós queremos que o presidente de hoje pague os direitos deles [produtores] e cumpra o nosso”, explicou o cacique. (Com informações do Dourados News)

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