O Instituto Socioambiental (ISA) vem de esclarecer em nota à revista Carta Capital, em contraposição à minha entrevista, que seu programa de 2,8 milhões de dólares recebidos da Fundação Moore não se refere a demarcação de terras indígenas e sim a ações de sustentabilidade socioambiental.
E requesitou à Fundação Moore para corrigir esse engano.
Porém, o programa, como se pode ver logo abaixo, não fala nada em "sustentatibilidade socioambiental", e sim em ter como resultado o aumento em um milhão de hectares de terras protegidas, melhoria no gerenciamento de terras indígenas (10,6 milhões de hectares, isto é, as terras indígenas do Alto rio Negro), e em desenhar um corredor ecológico de 23 milhões de hectares (isto é, propor a ligação da T.I. Yanomami com a T.I. Alto Rio Negro através da demarcação da T.I. Cue-Cué Marabitanas).
Nenhuma dessas ações é atributo de Ongs neste país. Nenhuma aumenta áreas protegidas, nenhuma gerencia territórios indígenas, embora propor seja o direito de qualquer uma. Mas que o ISA ganhou um bom dinheiro com esse programa, isso ganhou.
Fundação Moore
Instituto Socioambiental
Rio Negro Basin Protection $2,852,000 May 2004
Purpose
This grant helps Instituto Socioambiental strengthen stewardship of the biodiversity and natural resources in the Amazon’s Rio Negro Basin—the largest drainage system on the planet, contributing 40% of the water in the Amazon Basin. Outcomes include the addition of one million hectares in new protected areas, improvement of management in indigenous territories (10.6 million hectares) in the Upper Rio Negro Basin, and design of a 23-million-hectare northern Amazon ecological corridor.
Embaixo segue o texto da carta do ISA, para conhecimento dos leitores.
_____________________________________
A afirmação do ex-presidente da FUNAI sobre o Instituto Socioambiental (ISA) em entrevista à Carta Capital, edição 502, está incorreta.
O projeto desenvolvido pelo ISA com apoio da Fundação Moore refere-se a ações de sustentabilidade socioambiental em terras indígenas e não à demarcação.
O ISA, enquanto sociedade civil organizada, sempre lutou pelo reconhecimento dos direitos territoriais indígenas por parte do Estado brasileiro e, consequentemente, sempre apoiou ativamente os procedimentos oficiais de demarcação de TIs.
Já solicitamos à Fundação Moore que altere a forma como a proposta vem sendo divulgada em seu site, de modo a não deixar margem a dúvidas sobre os objetivos do nosso projeto.
Sergio Mauro Santos Filho
Secretário-executivo do Instituto Socioambiental
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário