O Conselho Nacional de Política Energética -- CNPE -- acaba de decidir que a UHE Belo Monte será o único empreendimento de aproveitamento hidrelétrico do rio Xingu.
Louvo essa decisão e afirmo aqui que, quando era presidente da Funai, conversei com diversos diretores da Eletrobrás e da Eletronorte e com dois ministros de Minas e Energia e lhes afirmei que, se eles conseguissem do presidente da República um decreto de que só a UHE Belo Monte seria usada no rio Xingu - e nenhuma outra mais em toda sua futura história - eu me comprometeria a ajudar a conversar com os índios do vale do rio Xingu no sentido de olharem esse empreendimento de outro modo.
Assim, o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, levou adiante esse propósito e está de parabéns. Pelo menos no nível do CNPE, que já é um passo importantíssimo.
Falta agora o presidente da República assinar esse decreto.
Meu entendimento é que o rio Xingu é o grande rio brasileiro dos povos indígenas, dada a diversidade de culturas que lá existem. Suas terras estão quase todas demarcadas e homologadas. Falta só uma para proteger a margem direita do rio, na altura da fronteira entre Mato Grosso e Pará.
O Xingu é um rio belíssimo, de águas claras e encachoeiradas, e que está quase todo preservado. Precisa de ser protegido nos seus afluentes formadores, que sofrem dos eflúvios das fazendas de soja e do assoreamento. Ele pode ser preservado e amado pelos seus habitantes.
Por sua vez, a UHE Belo Monte se localiza no seu curso inferior, depois da Volta Grande, e será uma hidrelétrica muito especial, com quase nenhum alagamento e com alta produção energética. Seu novo projeto é uma maravilha da criatividade da engenharia brasileira.
Que os ambientalistas do Brasil e do mundo afora e o CIMI entendam isso e recuem diante da barreira ideológica que vêm fazendo em relação a Belo Monte.
Este é um compromisso histórico entre produção de energia, povos indígenas e preservação ambiental que será consagrado com a assinatura do presidente Lula
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Usina de Belo Monte será a única hidrelétrica do Rio Xingu, determina conselho
Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de reconhecer o potencial do Rio Xingu para a geração de energia elétrica, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte será a única construída no rio. A resolução determina também que a Eletrobrás realize estudos antropológicos sobre as comunidades indígenas que estão na área do aproveitamento hidrelétrico e ouça as comunidades afetadas pelo empreendimento.
O documento, assinado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, lembra que o trecho do Rio Xingu onde está prevista a construção da usina de Belo Monte tem uma queda natural e vazão significativas, que permitem a geração de energia em um único aproveitamento. Assim, a usina poderá gerar uma energia média elevada, que poderá ser integrada ao Sistema Interligado Nacional.
A resolução do CNPE, que será publicada no Diário Oficial da União de amanhã (17), ressalta a importância da região para a conservação da diversidade biológica e da proteção da cultura indígena. Segundo o conselho, a Eletrobrás deverá continuar realizando os estudos para o desenvolvimento e a conclusão da usina.
A usina de Belo Monte deverá gerar 11 mil megawatts a partir de abril de 2014. O leilão para definição do consórcio responsável pela construção da hidrelétrica deve ser realizado em outubro de 2009.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
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3 comentários:
Olá Mércio,
É mesmo uma excelente notícia.
Algumas dicas para você Mércio: Você falou em CIMI: o jornal Valor de amanhã (sexta-feira, 18 de julho) publicará um artigo do Paulo Maldos, que é assessor político.
será o primeiro de três trazendo uma discussão meio fora de esquadro da grande imprensa brasileira. Os próximos virão no dia 22 e 25.
Continue com o excelente trabalho do blog. Um abraço
CIMI são católicos ateus ou ateus católicos shuayshyahayhs de Missionário o conselho tem só o nome e olha lá shuayhsyahayahhs bando de safado guerrilheiro e terrorista disfarçado de cristão. TL da pior espécie.
Num país sério já tinham levado um pé na bunda.
O CNPE é uma instância de assessoria ao presidência. A ANEEL, que tem a atribuição de aprovar ou não o novo inventário do Xingu já se manifestou acreditando que "há viabilidade técnica" para 3 usinas no Xingu, e engenheiros já apontaram a fragilidade da Belo Monte dado à baixa vazão durante vários mêses do ano. Ficou óbvio que a estratégia atual do governo é empurrar o licenciamento de Belo Monte de qualquer jeito. A afirmação do que a determinação de "uma usina só" é em deferência de respeito aos direitos indígenas não bate com o fato que a usina secará um trecho de 100 km do rio Xingu e afetará o rio Bacajá, terra de várias etnias, inclusive os Juruna, Xipaia, Arara, e Kayapó. Outras usinas já em licenciamento inundarão parte de várias reservas indígenas.
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