O movimento indígena xavante ocupou a sede do DSEI em Barra do Garças, na beira do rio Araguaia, com o intuito de chamar a atenção para o fato de que mais de 100 índios Xavante morreram só este ano. É impressionante como isso não chega na mídia e o pouco que comove a atual gestão da Funai.
O líder dessa ocupação é ninguém menos que o próprio Edmundo Omore, que é o presidente do Conselho Distrital Indígena de Saúde.
Segundo um dos diretores da Funasa, recentemente em conversa com lideranças indígenas de Roraima, o governo está aguardando a discussão no Congresso Nacional para a criação de uma secretaria especial de saúde indígena ligada diretamente ao Ministério da Sáude.
Muito esperada essa secretaria. Mas tudo vai depender dos congressistas.
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Índios fecham o Dsei de Barra do Garças
FRANCIS AMORIM
Da sucursal/Barra do Garças
Lideranças de nove terras indígenas da etnia xavante fecharam ontem o Distrito Sanitário Especial Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Barra do Garças. A medida foi tomada como protesto aos casos de óbitos registrados nas aldeias xavantes do município. Os 15 servidores que atuam no órgão estão com as atividades paralisadas.
Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, cacique Edmundo Dzu’Aiwi Omore, os índios estão morrendo por falta de medicamentos e assistência médica nas aldeias.
“Nosso povo está morrendo e ninguém faz nada. Essa foi a forma que encontramos para gritar e clamar por saúde. Pelo amor de Deus, pare com a morte do povo xavante”, disse. Somente neste ano, mais de 100 índios, entre crianças, jovens, adultos e idosos já morreram na região.
De acordo com Edmundo, o fechamento do Dsei de Barra do Garças foi a única alternativa que eles encontraram para alertar as autoridades. “As aldeias estão enfrentando uma epidemia que parece não ter fim. Crianças morrem antes de chegar à cidade. São dores de cabeça, febre, gripe, diarréias, vômitos e tonturas. Cadê a Funasa? O órgão é incompetente para cuidar da saúde do nosso povo”, frisou.
Ontem, o vice-cacique da aldeia São Marcos, Cláudio Xavante, estava internado na UIT do Hospital Municipal de Barra do Garças. Os médicos que assistem o indígena ainda não têm o diagnóstico da doença.
O cacique informou que os xavantes não usarão a força para pressionar as autoridades. “O movimento é pacifico. Não vamos agredir e não usaremos a violência. Só deixaremos a Funasa quando o gestor de saúde de Cuiabá vier dialogar e anunciar medidas que possam reduzir o grande número de mortes”. Edmundo cobrou também saneamento básico nas aldeias. Segundo ele, os índios não contam nem com água potável para beber. “A Funasa recebe milhões e não investem na saúde indígena”, denunciou.
Edmundo Dzu’Aiwi defendeu também mudanças na direção da Funasa em Barra do Garças. Segundo ele, é preciso uma administração mais participativa, transparente e compromissada com a causa indígena. “Queremos alguém com força política para cobrar, reivindicar e apresentar soluções. O atual coordenador (José Henrique) não reúne condições para administrar o órgão. Ele não dá resposta às lideranças e não luta para defender nosso povo”.
O Distrito Sanitário e a Casa de Saúde de Barra do Garças são responsáveis pela assistência médica para uma população indígena estimada em 15 mil pessoas.
FRANCIS AMORIM
Da sucursal/Barra do Garças
Lideranças de nove terras indígenas da etnia xavante fecharam ontem o Distrito Sanitário Especial Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Barra do Garças. A medida foi tomada como protesto aos casos de óbitos registrados nas aldeias xavantes do município. Os 15 servidores que atuam no órgão estão com as atividades paralisadas.
Segundo o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, cacique Edmundo Dzu’Aiwi Omore, os índios estão morrendo por falta de medicamentos e assistência médica nas aldeias.
“Nosso povo está morrendo e ninguém faz nada. Essa foi a forma que encontramos para gritar e clamar por saúde. Pelo amor de Deus, pare com a morte do povo xavante”, disse. Somente neste ano, mais de 100 índios, entre crianças, jovens, adultos e idosos já morreram na região.
De acordo com Edmundo, o fechamento do Dsei de Barra do Garças foi a única alternativa que eles encontraram para alertar as autoridades. “As aldeias estão enfrentando uma epidemia que parece não ter fim. Crianças morrem antes de chegar à cidade. São dores de cabeça, febre, gripe, diarréias, vômitos e tonturas. Cadê a Funasa? O órgão é incompetente para cuidar da saúde do nosso povo”, frisou.
Ontem, o vice-cacique da aldeia São Marcos, Cláudio Xavante, estava internado na UIT do Hospital Municipal de Barra do Garças. Os médicos que assistem o indígena ainda não têm o diagnóstico da doença.
O cacique informou que os xavantes não usarão a força para pressionar as autoridades. “O movimento é pacifico. Não vamos agredir e não usaremos a violência. Só deixaremos a Funasa quando o gestor de saúde de Cuiabá vier dialogar e anunciar medidas que possam reduzir o grande número de mortes”. Edmundo cobrou também saneamento básico nas aldeias. Segundo ele, os índios não contam nem com água potável para beber. “A Funasa recebe milhões e não investem na saúde indígena”, denunciou.
Edmundo Dzu’Aiwi defendeu também mudanças na direção da Funasa em Barra do Garças. Segundo ele, é preciso uma administração mais participativa, transparente e compromissada com a causa indígena. “Queremos alguém com força política para cobrar, reivindicar e apresentar soluções. O atual coordenador (José Henrique) não reúne condições para administrar o órgão. Ele não dá resposta às lideranças e não luta para defender nosso povo”.
O Distrito Sanitário e a Casa de Saúde de Barra do Garças são responsáveis pela assistência médica para uma população indígena estimada em 15 mil pessoas.
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