quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Doze índios AWÁ, da Colômbia, são assassinados

Mais uma vez é sobre os índios Awá, do sul da Colômbia, fronteira com o Equador, que recai a mais pesada violência. com o assassinato bárbaro de 12 pessoas, entre elas, quatro crianças. A violência vem ou da parte das FARCs ou da parte do Exército colombiano.

Desde o ano retrasado estamos lendo sobre mortes de índios Awá. Em determinado momento, pôs-se em dúvida se houvera mortes de verdade. Agora não restam sombras de dúvidas. Os cadáveres estão aí, pertencem a uma só família e portanto parece ter sido assassinato premeditado. A Colômbia está estarrecida com o acontecido. A ONU foi convocada para ver de perto a situação e pressionar por providências mais duras. Já o governo de Uribe também aproveita para culpar grupos guerrilheiros pelas mortes.

O povo Awá soma cerca de 11.000 pessoas e vive na região do Tumaco, no estado (departamento) de Nariño, na muito longe da fronteira com o Equador.

Na matéria abaixo, o líder indígena Luis Evelis Andrade, presidente de uma das maiores organizações indígenas da Colômbia, levanta sérias suspeitas sobre a atuação do Exército colombiano.

Conheci Luis Evelis em diversas reuniões internacionais sobre povos indígenas. Acho que ele está falando sério.

__________________________

Suspeitas de massacre de indígenas na Colômbia recaem sobre militares

BOGOTÁ, Colômbia — Líderes indígenas manifestaram nesta quinta-feira suspeitas relacionadas à participação de membros dos Exército no assassinato de 12 indígenas, 4 deles crianças, ocorrido na véspera, indicaram à AFP.

"Para nós, é muito suspeito que o massacre tenha sido cometido na casa e contra a família da senhora Tulia García, esposa de Gonzalo Rodríguez, indígena assassinado no dia 23 de maio por membros do Exército. Ela era testemunha da Procuradoria nesse crime", ressaltou Luis Evelis Andrade.

Andrade, presidente da Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC), lembrou que, desde que se tornou testemunha da Procuradoria contra os militares, García vinha recebendo diversas ameaças de morte.

"Não podemos dizer que foram eles (militares), mas nos parece muito suspeito e nos leva a pensar que há alguma ligação entre esse massacre e a pretensão de abafar qualquer denúncia", disse Andrade em declarações à AFP.

Homens encapuzados atacaram na quarta-feira uma reserva da etnia Awá, no sul da Colômbia, na fronteira com o Equador, em uma área que já foi cenário de dezenas de crimes atribuídos a uma guerra pelas rotas do narcotráfico.

O ataque foi cometido por "homens encapuzados que vestiam roupas militares" na reserva de Gran Rosario, departamento de Nariño, disse Andrade.

Cerca de 11.000 Awá ocupam uma faixa que inclui várias reservas entre o sul da Colômbia e o norte do Equador, que é usada por narcotraficantes para o transporte de drogas para o Oceano Pacífico, segundo registros policiais.

Segundo a ONU, a maior parte dos 64 assassinatos de indígenas ocorridos este ano seria responsabilidade da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Os Awá denunciaram que são alvo de uma campanha de extermínio por sua decisão de se manterem neutros no conflito colombiano.

O governo do presidente Alvaro Uribe havia "repudiado e condenado" o assassinato e ofereceu recompensa de até 100 milhões de pesos (cerca de 50.000 dólares) "a quem fornecer informação que leve à captura dos autores materiais e intelectuais desse massacre".

Nenhum comentário:

 
Share