sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Índio Kaxinawá declara que vai fazer contato com povo indígena autônomo na fronteira com Peru

Notícia preocupante esta que vem abaixo. Um índio Kawinawa, Siã Kanabixi, do Acre, declara que pretende fazer contato com um povo indígena autônomo que vive na fronteira do Acre com o Peru.

A matéria é ambígua: parece que ele vai fazer parte de uma expedição da Funai, substituindo um avô, que já está velho. A expedição está preparada para começar na segunda semana de dezembro. Por outro lado, o teor de sua entrevista é como se ele estivesse pronto para começar uma missão por conta própria.

De qualquer forma, estranha que o repórter não tenha ideia sobre essa expedição, nem tenha falado do indigenista José Carlos Meirelles, que é o representante da Funai em relação a povos autônomos.

A Funai precisa esclarecer essa questão. Preparar tal expedição vai necessitar de muito tempo. Sabemos que a Funai está preparando uma tal expedição de levantamento de povos autônomos no Vale do Javari, mas não sabíamos dessa expedição no Acre.

PS 20:17

Em email enviado, o indigenista José Carlos Meirelles diz, literalmente:

Tá bom da Funai mandar prender esse cara! Isso é tão Kaxi quanto eu sou Chines!!!

__________________________________


Exclusivo: Índio Kaxinawá vai fazer contato com tribos isoladas
Imprimir
E-mail


Índio revelou a missão em visita feita ao Estado do Maranhão. Ele conduzirá a segunda missão com vistas aos contatos com tribos isoladas.

De passagem por São Luís o jovem pajé Siã Kanabixi, 23 anos, que representa a Cultura do Povo Hunikuin (Kaxinawá), localizado no estado do Estado do Acre, falou da importante missão que vai realizar no próximo dia 9 de dezembro.  Ele conduzirá à segunda expedição da Frente de Contato com os Índios Isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai), que estão localizados na região do Alto Humaitá, fronteira com o Perú.

"Essa é uma função muito importante para a qual fui escolhido. Trata-se de um crescimento espiritual para minha vida. Espero que eles sejam mais uma família indígena, pela qual poderemos trocar conhecimentos, informações e nos unir por nossa causa. São seres humanos, e por uma falta de comunicação podem ser extintos", disse Kanabixi.

Esses índios, que até agora não foram identificados pela Funai, dispararam flechas contra o monomotor fretado pelo governo do Acre em maio do ano passado (2008).  O objetivo da passagem do avião era fotografá-los do alto, uma vez que o contato direto com eles estava sendo agressivo, chegando a disparar flechas com veneno na ponta das lanças. Há registro da presença deles na região desde 1910.

Os índios que vivem na fronteira do Acre com o Peru estão sob ameaça de morte por parte de outras etnias. A Funai não sabe se são peruanos ou brasileiros, o que pode gerar um problema diplomático entre os dois países. São nômades, vivem nus, em ocas e ainda usam arcos e flechas. Seus roçados são cheios de plantação de macaxeira, milho, algodão, banana, cana, batata, mamão, urucu e possíveis outras variedades que não são detectáveis nas fotos. São seis malocas e pode-se afirmar que desde o primeiro sobrevôo, ocorrido há vinte anos, estes índios não dobraram de população.

Siã Kanabixi vem se preparando espiritualmente para esse encontro, pois conta com a ajuda do seu avô, Tuã, de 100 anos de idade, o pajé mais antigo de sua aldeia.

"Meu avô falou que eu podia ir e que nada ia acontecer comigo. Na expedição, ele ficará na última aldeia, próximo ao local onde os índios isolados estão. Fiz minha iniciação de pajé com ele, por meio de rituais com a ayahuasca, e estou preparado. Aos 12 anos de idade, tinha ido à primeira expedição, com meu tio Xané, agora, como ele não pode ir, fui convocado pela Funai para fazer o contato direto com eles.", explicou.

Jairo Carioca - Js.carioca@hotmail.com
Com informações de gedeon3.3@gmail.com

Um comentário:

marie disse...

ola!
Estou indo ao Acre/Rio Branco em julho e gostaria de aproveita a oportunidade para visitar um assentamento dos Kaxinawá.
Você teria um contato para me fornecer que pudesse viabilizar a visita? Um representante da tribo ou mesmo alguem ligado a rede etnoturística da região.
Se puder me fornecer qualquer informação, agradeço muitíssimo.
Um abraço,
Marie

 
Share