O jornal eletrônico Rondônia Agora postou ontem a notícia abaixo que trata de uma viagem do presidente da Funai à Terra Indígena Roosevelt, dos índios Cintas-Largas.
A postagem traz, inclusive, fotos do helicóptero em que fizeram a viagem, e de Jecinaldo Barbosa, o coordendador-geral da Coiab. Que será que estava fazendo o Jecinaldo, que tanto critica a política indigenista do governo? Parece que é a ligação da gestão atual com a Coiab. Só faltava o CIMI. Isso comprova também a suspeita de que o tal sequestro foi arranjado com o pessoal da Coiab.
A matéria diz que o diretor geral da Polícia Federal também estava na reunião, mas não aparece foto dele, e sim de um segurança da Funai e de um engenheiro agrônomo da ex-administração de Porto Velho.
Não sei qual o mistério que o jornal Rondônia Agora quer salientar. Na verdade, o Ministro da Justiça havia prometido à comissão de Cintas-Largas que estiveram em Brasília de enviar o presidente da Funai para tratar de assuntos pendentes de desenvolvimento econômico, após o fajuto sequestro que fizeram do procurador-geral de Rondônia e do enviado da ONU. Procurador que, aliás, segundo a matéria, também foi para a reunião na aldeia Cinta-Larga, mas de carro, não de helicóptero.
A matéria completa está abaixo. As fotos podem ser acessadas no endereço: http://www.rondoniagora.com/web/ra/noticias.asp?data=23/1/2008&cod=16294
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ENCONTRO MISTERIOSO NA RESERVA ROOSEVELT REUNE PRESIDENTE DA FUNAI,
PROCURADOR, QUE FOI SEQUESTRADO, E MEMBROS DA CÚPULA DA PF EM BRASÍLIA
Jornal Rondônia Agora
Envolto em um grande mistério, acontece nesta quarta e quinta-feira um encontro reservado na Reserva Roosevelt, palco da disputa por diamantes entre índios e não-índios e local do massacre de 29 garimpeiros em abril de 2004.
No encontro dentro da maior tribo dos Cinta-Larga estão o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, o chefe da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Jecinaldo Barbosa Cabral, o diretor-geral da Polícia Federal, Luis Fernando Correia, o coordenador da Operação Roosevelt, Mauro Spósito, e o procurador da República em Rondônia, Reginaldo Pereira da Trindade.
A reunião foi mantida em sigilo até a manhã de hoje, quando jornalistas da ALL TV Amazônia descobriram a reunião com representantes da Funai e cúpula da PF. No Portal da Funai na internet não há qualquer informação, muito menos na Superintendência da Polícia Federal. Nem mesmo os membros das barreiras, que cercam a reserva Roosevelt, tinham conhecimento da entrada dessas autoridades.
O presidente da Funai, Márcio Meira, a Polícia Federal e os caciques da tribo Cinta-Larga autorizaram a entrada de dois jornalistas para acompanhar a reunião. Segundo Meira, seriam discutidos temas como a saúde indígena, desenvolvimento sustentável com a extração de diamantes e mostrar o decreto de exoneração de 16 servidores da Funai que não estavam trabalhando à contento dos indígenas.
Um helicóptero da HELISUL, empresa contratada pelo Ibama, fez duas viagens levando, além das autoridades, dois engenheiros agrônomos e um diretor da Funai de Brasília. O presidente do órgão chegou por volta das 11h55min no aeroporto de Cacoal, proveniente de Cuiabá (MT). Márcio foi na frente e pediu autorização dos índios para os jornalistas entrarem na reserva, o que foi concedida.
Quando retornou da segunda viagem, o piloto da aeronave, comandante Sérgio, disse que havia lembrado de uma Instrução Normativo do IBAMA, proibindo o vôo com jornalistas à bordo. O curioso é que na segunda viagem, o mesmo comandante havia pedido para que a equipe se preparasse para seguir à reserva. “Me lembrei só agora que são proibidos vôos em aeronaves do IBAMA com jornalistas”, afirmou o comandante, que disse ainda ter ligado para seus superiores em Brasília no NOA (Núcleo de Operações Aéreas), quando na verdade já havia mesmo recebido ordens para não decolar com a imprensa. Assim que pousou, o helicóptero foi imediatamente coberto. Um caminhão de combustível aguardava, devidamente autorizado pelo presidente da Funai, para abastecer a aeronave para uma terceira viagem.
O mistério aumentou porque o procurador da República, Reginaldo Pereira da Trindade, também era esperado para a reunião. Ele não quis ir de helicóptero. Preferiu ir de carro de madrugada, segundo seu assessor, na frente de todos os outros integrantes da reunião para a reserva Roosevelt. Era, portanto, o único membro da equipe que participaria da reunião e não sabia sobre a autorização para ida da imprensa. O procurador só ficou sabendo que uma equipe de jornalistas acompanharia o trabalho da Funai com a chegada dos primeiros passageiros do helicóptero. Entre a segunda e a suposta terceira viagem, cancelada, surgiu na vaga memória do comandante uma Instrução Normativa, que segundo o próprio superintendente do Ibama em Rondônia, Osvaldo Pitaluga, é totalmente desconhecida.
Reginaldo Pereira da Trindade é o mesmo que foi mantido refém pelos Cinta-Larga no dia 7 de dezembro de 2007. Ele, a esposa, Margarete Geiareta da Trindade, o oficial do alto comissariado da ONU, David Martin Castro, um funcionário da Prefeitura de Espigão do Oeste e um funcionário da Funai ficaram 5 dias em poder dos Cinta-Larga. Não se sabe até hoje o que o procurador e seu amigo da ONU faziam na reserva. A própria ONU informou que David Martin não estava em missão oficial e, portanto, desautorizado a falar em nome da organização.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
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