terça-feira, 22 de junho de 2010

Evo Morales ameaça expulsar USAID por apoiar movimento indígena

A situação da Bolívia está tomando rumos esquisitos. Pela notícia abaixo, um grupo de índios da Amazônia boliviana resolveu fazer uma marcha de Trinidad até La Paz para pedir mais autonomia. Autonomia Plena, seja lá o que isto quer dizer.

Parece que quem está financiando essa marcha é a agência americana USAID, a mesma que financia diversas ONGs brasileiras, especialmente algumas que têm índios como clientes.

Evo agora promete expulsar a USAID caso se confirme a suspeita de financiamento.

Será?

PS. O interessante é que hoje o presidente Lula, em visita a Altamira, onde reafirmou sua satisfação com a construção da Usina Belo Monte, independentemente das críticas que ouviu de Ongs, da Igreja e dos próprios povos indígenas, ironizou a presença de ONGs estrangeiras no Brasil, especialmente o cineasta do filme AVATAR. No entanto, continua apoiando uma direção da Funai que depende do apoio de ONGs. Durma-se com uma contradição destas!

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Índios marcham por "autonomia plena" na Bolívia


LA PAZ (Reuters) - 
Índios amazônicos da Bolívia marchavam rumo a La Paz exigindo "autonomia plena", em uma manifestação que ameaça provocar novos choques entre o governo de Evo Morales e Washington em meio a rumores de que uma agência norte-americana estaria apoiando o protesto.Cerca de 500 indígenas partiram na segunda-feira da cidade de Trinidad com o propósito de caminhar quase 1.500 quilômetros, informou a imprensa local.
O protesto, que mostrava uma aparente divisão entre as organizações indígenas que antes apoiavam por unanimidade Morales, levou o presidente a renovar nesta terça-feira sua ameaça de expulsar a agência norte-americana de cooperação USAID por supostamente apoiar a marcha.
"Quero novamente advertir: se a USAID seguir financiando mediante algumas ONGs alguns irmãos dirigentes do campo e da cidade, de verdade não tremerei a mão (para) expulsar a USAID e todos estes instrumentos do imperialismo que querem prejudicar este processo de mudança", disse o presidente.
Morales, que em 2008 fez denúncias de ingerência política contra o embaixador e a agência norte-americana antidrogas, afirmou que a linha "anti-imperialista" de seu governo, instalado em 2006, segue sem mudanças.
"Seremos um pequeno país, com certeza, um país em vias de desenvolvimento, mas acima de qualquer que seja nossa situação econômica, social e política, temos dignidade", protestou Morales em discurso a sindicalistas petroleiros transmitido pela televisão estatal.
Desde a posse de Morales, em 2006, os povos indígenas majoritários das regiões andinas e os pequenos povos indígenas da planície oriental ganharam protagonismo político e conquistaram, entre outras mudanças, o direito à autonomia de seus territórios.
O ministro de Autonomias, Carlos Romero, afirmou que o governo cumpriu com todos os seus compromissos e sinalizou que o pedido de "autonomia plena" não é plausível, pois implicava modificar uma nova Constituição que apenas estava entrando em vigência.
A lei de autonomias deve ser aprovada até 22 de julho como parte de um pacote de cinco normas de aplicação da Constituição "plurinacional" e socialista vigente desde fevereiro de 2009 na Bolívia.
(Reportagem de Carlos A. Quiroga L.)

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