terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Indignação e protesto na Audiência Pública sobre Usina Belo Monte

Acabou de ser encerrada a Audiência Pública acolhida pelo Ministério Público Federal em que se esperava a presença de representantes da Funai, Ibama e Eletrobrás para discutir os termos, a viabilidade ou a inaceitabilidade da Usina Belo Monte.

Resultado não tanto esperado: ausência da Funai, Ibama e Eletrobrás, exatamente os órgãos do governo diretamente envolvidos com o licenciamento dessa Usina.

A Procuradora Debora Duprat leu uma carta em que os manifestantes se declaram enojados da atitude do governo e pedem a demissão do presidente da Funai, Márcio Meira, que fica cada vez mais fragilizado no seu cargo. Até os aliados agora se viraram contra ele.

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Sem Ibama, Funai e Eletrobrás, líderes protestam em audiência sobre Belo Monte

01/12 - 17:24 - Mariana Castro, iG Brasília




BRASÍLIA - A audiência pública sobre os impactos da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), não contou com a presença de representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), da Eletrobrás e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Diante da ausência desses órgãos, líderes das comunidades afetadas pela obra protestaram na tarde desta terça-feira, em Brasília.

Em carta divulgada durante a audiência das autoridades, os líderes comunitários pediram a demissão do presidente da Funai, Márcio Meira, e afirmaram que não vão mais negociar sobre Belo Monte pois o governo teve tempo de apresentar uma proposta alternativa e não o fez. "O rio Xingu pode virar um rio de sangue", diz a carta.
“É importante registrar as ausências. Várias autoridades, mesmo as que haviam confirmado presença, não estão aqui”, comentou a procuradora Débora Duprat, coordenadora da 6ª Câmara do Ministério Público Federal.  

Organizada pelo MPF, a audiência atende pedido de organizações indígenas e não faz parte do processo formal de licenciamento ambiental. O Ibama realizou quatro audiências na região e deve emitir a licença prévia para a hidrelétrica ainda este mês. 

Com a ausência de áreas diretamente envolvidas com o empreendimento, o governo será representado apenas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Presidência da República. 

Mais de 250 lideranças do Xingu participam da audiência, entre indígenas, ribeirinhos, representantes de movimentos sociais, organizações não governamentais e pesquisadores. “Não venham lá de Brasília fazer barragem na terra alheia”, cantou parte do grupo no início da audiência. 

Deborah Duprat leu carta do bispo de Altamira (PA), dom Erwin Krautler, encaminhada hoje (1º) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com argumentos contrários à construção de Belo Monte.

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