sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Funai: entre a cruz e a espada

Ontem estive em Brasília e de passagem fui à Funai, à tarde. Fiquei muito feliz de ver velhos amigos, minha querida amiga Fátima, o indefectível Lopes, o generoso e discreto Raimundo, e diversos companheiros indigenistas, os quais visitei passando por seus gabinetes nos compridos e sombrios corredores da sede do órgão. Digo sombrios porque antes havia alguma luz, a presença de índios, de grupos de índios demandando alguma coisa, em geral problemas de demarcação de terras ou assistência econômica, ou simplesmente aparecendo no órgão para fiscalizá-lo, por assim dizer. A presença indígena é importante em especial quando os velhos índios se dispõem a conversar, contar suas vidas e ensinar aos indigenistas, jovens e velhos, as coisas da vida do índio, seus dilemas étnicos e seus problemas urbanos. Desta vez, não vi nenhum índio, nenhum pequeno grupo a visitar a capital, a não ser dois ou três funcionários do órgão, todos de cara triste.

Fui à Funai em caráter profissional. Estive na Coordenação Geral de Proteção ao Patrimônio e Meio Ambiente, cuja sigla era CGPIMA, que ainda permanece nas portas, mas não sei se preserva essa denominação. Ao que parece, o antigo CGPIMA, que os críticos dizem ser a entidade para facilitar o PAC, na verdade tem uma atitude bastante dura, e, ao mesmo tempo, ambígua a respeito do seu papel. Não vi nenhum dos membros antigos dessa área tão essencial à Funai e aos índios. Hoje parece que está comandado por ambientalistas e indigenistas jejunos e cheios de furor burocrático, com concepções simplistas e rígidas sobre o que constitui impacto, impondo pesadas restrições aos empreendimentos, por um lado, e vendo suas restrições descartadas por pressão de interesses políticos, em instâncias superiores, por outro. Vide o processo de licenciamento de Belo Monte.

Fui para tratar de um assunto simples, sobre o qual a Funai corriqueiramente resolve, mas que no caso se tornou complicado: o licenciamento de uma linha de transmissão de energia elétrica que vai de Oriximiná para Manaus, cidade que desde sempre padece por problemas de energia, suprida por uma velha e poluente usina de óleo diesel. Uma empresa de estudos ambientais, a Biodinâmica, que vem prestando serviço nessa área há 20 anos, sendo conhecida da Funai e do IBAMA, contratou um grupo de antropólogos e biólogos, ao qual fui incluído, para cumprir os termos de referência emitidos pela Funai há um ano em relação à construção dessa LT. A Funai foi convocada pelo IBAMA porque esta LT passa a 10,8 km da ponta norte da Terra Indígena Rio Urubu, a qual foi homologada na minha gestão de presidente da Funai. Conheço essa área, li os estudos feitos sobre ela, o seu povo, os Mura, os seus problemas e tudo mais. É uma bela terra indígena que se conecta à cidade de Itacoatiara via terrestre e ao rio Amazonas descendo o rio Urubu. Uma terra que tem problemas de invasores, pescadores e turistas, os quais a Funai tem sido incapaz de combater, não nessa administração, mas na minha, inclusive, por falta de pessoal, equipamento, recursos e muito mais. A LT, naquela altura, segue ao lado paralelo da rodovia AM-10, estrada construída há muitos anos, cujos impactos sobre a região e a terra indígena já foram absorvidos, já fizeram seus estragos, e hoje exerce impactos de naturezas diversas, por sua própria dinâmica. Os índios sabem disso e convivem com isso. Não há como considerar que a LT venha a engatilhar novos efeitos de impacto sobre essa terra indígena e sobre o povo que lá vive. Por exemplo, ela não vai agregar pessoal, como uma hidrelétrica ou uma fazenda ou uma mina. Tampouco vai incitar invasões, como madeireiros ou garimpeiros. Uma LT é símbolo de impacto, sem dúvida, pois provém de uma hidrelétrica e vai fornecer energia a alguém, mas, em si, não produz impactos dignos de nota aos povos indígenas ou a uma terra indígena, a não ser que atravesse uma terra indígena ou esteja muito próxima de uma região em que os povos indígenas presentes estejam em condições de isolamento. Ou mesmo quando representam algo novo, desconhecido, que abre caminhos, que atrai povoamento, como quando foi implantada a Linha Telegráfica entre Cuiabá e Porto Velho, pela Expedição Rondon. Hoje em dia, seria ilógico comparar as duas situações.

Por outro lado, impactos sociais e econômicos, alguns até positivos, estão sendo exercidos por outros vetores econômicos os quais nem a Funai nem o Estado têm controle. Por exemplo, o Programa Bolsa Família produz impacto sobre os povos indígenas, com fatores positivos e negativos. Idem para educação, aposentadoria, programas de saúde, etc. Turismo regulamentado ou não tem impacto na terra indígena, mesmo que seja fora delas, bem como invasões de lavradores, e agora a presença de gado criado pelos próprios índios. Não há como não levar esses casos em consideração, com pesos próprios. Cada uma por si só produz impactos de ordem social, econômica e política, e ainda cultural, e em conjunto provocam impactos sinérgicos, que exponenciam-se mutuamente, e induzem o processo de inclusão social dos índios, antes chamado de integração social dos índios à sociedade brasileiro mais ampla. Processo aliás criticado por causa da palavra integração, mas não pela palavra inclusão, conforme os atuais ideólogos da antropologia dogmática brasileira.

Enfim, por todos esses equívocos conceituais e analíticos, o parecer desse analista foi no sentido de que essa LT produzirá impactos "sinérgicos e cumulativos", sem nenhuma explicação analítica sobre como isso ocorreria, mas simplesmente se fiando no valor da expressão "sinérgicos e cumulativos". Aliás, essa expressão verbal parece ter se tornado a nova fórmula mágica dos analistas ambientalistas, tanto na Funai quanto no IBAMA, que não conseguem analisar e prospectivar exatamente o que poderá acontecer com a presença de um determinado vetor econômico. O modo como falam sobre esses impactos "sinérgicos e cumulativos" produzem, em quem fala, uma sensação de religiosidade, como se fosse uma reza, uma fórmula encantatória, uma aura santificada, que pretende exercer uma força de convencimento de verdade absoluta. Os acólitos comungam juntos, mas para quem não é acólito, a evidência mistificadora torna-se patente.

Sinto muito que esse tipo de atitude esteja dominando a Funai, um órgão cujos problemas se acumulam cada vez mais e cada vez mais precisa de inteligência criativa e solidária aos índios, precisa da presença de índios, não de burocratismo. O que essa atitude vai produzir, ao final, é algo parecido com o que aconteceu com a questão de demarcação de terras indígenas. Isto é, uma reação negativa em cadeia da parte dos empreendimentos cujos efeitos ou impactos são de pouca monta, em comparação com outros empreendimentos. Vão terminar levando seus reclamos a instâncias administrativas superiores, que terminarão por judicializar essa questão. Ou passar o trator por cima, com licença da dura expressão. Quando isso acontecer, que não venham chorar lágrimas de crocodilo. Seja o governo que virá por aí, é preciso que a Funai tenha clareza sobre seu papel e não meta os pés pelas mãos, levando a questão indígena a ser vista como um trambolho indesejável.

Um fato é certo: nivelar Belo Monte a uma simples LT que está a 10,8 km de uma terra indígena, cujo povo, os Mura, convive com a sociedade regional desde o século XVII, é simplificar por demais a questão indígena. É nivelá-la por baixo. O modo como tal atitude aparece aos empreendedores de boa fé, tenham eles razão ou não, é no sentido de que está-se criando dificuldades para prover facilidades. Péssimo.

De todo modo, tenho esperança de que isso não continuará ad aeternum. Tenho esperanças de que os velhos indigenistas serão capazes de ensinar aos jovens que estão entrando no órgão a respeitar o órgão e sua capacidade de ação, a incorporar novas inteligências indígenas. A Funai terá que se transformar, sem dúvida, mas não pelo caminho que está acontecendo. Há que prevalecer uma atitude de responsabilidade para com a questão indígena brasileira. Talvez só com a presença efetiva de lideranças indígenas é que a Funai poderá virar um órgão efetivo. Mesmo que produza mais dificuldades internas, é melhor do que ser um órgão burocrático que atende tão-somente a formalismos que servem mais para aplacar consciências tíbias do que produzir efeitos positivos para os índios.

Entre a cruz e a espada, entre o formalismo enrijecido e a facilitação política, nenhum dos dois. O caminho da Funai deve continuar a ser o respeito aos índios e sua participação na vida brasileira.

34 comentários:

Anônimo disse...

não esquecer

http://www.youtube.com/watch?v=ndrUFFKw6z0

Anônimo disse...

Índios querem Minha Casa, Minha Vida

http://www.youtube.com/watch?v=YBndhJqLneg

Anônimo disse...

quando havia respeito

http://www.youtube.com/watch?v=z4LOcR0hmtg&feature=related

Anônimo disse...

este é o presidente que conhecemos
http://www.youtube.com/watch?v=uT4tM-JyzkE

Anônimo disse...

se vc não conhece a FUNAI de anes imagine nos servidores da casa que estamos vivenciando dia a dia.

Anônimo disse...

http://www1.folha.uol.com.br/poder/811962-ribeirinhos-protestam-contra-valor-das-indenizacoes-da-usina-de-jirau.shtm
Ribeirinhos protestam contra valor das indenizações da usina de Jirau
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
Cerca de cem ribeirinhos realizam uma manifestação nesta sexta-feira (8) em frente à sede do Ministério Público Estadual de Rondônia, para protestar contra os valores das indenizações pelas suas terras, onde será construída a usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira.
Segundo os ribeirinhos, o Consórcio Energia Sustentável do Brasil, responsável pela obra, prometeu pagar até R$ 1.800 por hectare e, hoje, está pagando no máximo R$ 1.000. Os moradores também reclamam da falta de clareza na proposta de indenização, que não especifica quanto está sendo pago por cada parte do terreno, e da demora em realizá-lo.
De acordo com o ribeirinho Sérgio Tesser, um dos líderes do grupo, as terras da região valorizaram muito de um ano para cá, por causa da construção das usinas de Jirau e Santo Antônio (ambas no rio Madeira), mas o dinheiro que está sendo oferecido aos moradores não é suficiente para comprar uma nova propriedade.
Ontem, uma reunião que seria realizada entre os moradores e o consórcio para tratar do assunto foi cancelada de última hora pela empresa, devido "à iminência de uma manifestação", segundo nota oficial do consórcio.
Os manifestantes agora querem que o Ministério Público se engaje na negociação com o consórcio e exija indenizações maiores aos ribeirinhos. Eles prometem continuar os protestos e invadir a obra caso a situação não seja resolvida.
A usina de Jirau é integrante do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e terá capacidade para gerar 3.300 megawatts de energia.

Guilherme Carrano disse...

O planejamento energético brasileiro precisa urgentemente ser revisto e reavaliado, tanto quanto pelos investimentos e empréstimos programados como pelas desastrosas e não democráticas consequências que ferem e maltratam comunidades indígenas e não indígenas que vivem na região.

Também estão programando hidroelétricas para o rio Telles Pires e Tapajós e mais desastres ambientais e sociais e econômicos estão por vir - contra índios e não índios - os regionais, ou seja, os que se preocupam com respeitar a natureza e com o sustento de suas comunidades.

E os governos que afloram no Brasil são submissos aos interesses de GRANDES EMPRESARIAIS, nacionais e estrangeiros, em detrimento das sociedades e comunidades brasileiras.
E insultam argumentando que é para acelerar o crescimento.

Hoje, pode-se observar pelo o que está sendo feito durante esses últimos 10 anos, que o que ficou acelerado foi o desrespeito aos direitos e à falta de ética - o anti-democracismo.

A ignorância prevalece com esses governos e sub-governos, que priorizam suas vantagens pessoais ao ocupar cargos públicos.

São esses que promovem o desrespeito que são os desumanos.

Eles que tomam decisões sem pensar em quem vive lá onde essas hidroelétricas vão afetar.

Seja da AGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELETRICA- ANEEL ou da AGENCIA NACIONAL DE ÁGUAS- ANA E DOS PODERES DA REPÚBLICA, principalmente legislativo e executivo, são os que estão escolhendo suas decisões e prejudicando a nós e nossas comunidades.

Não podemos entristecer nossos olhos e muito menos nossos corações, temos que defender nossos direitos e exigir respeito.

Anônimo disse...

“No governo FHC-Serra, não haveria Bolsa Família”. Uau! O PT, ENTÃO, MENTIU DUAS VEZES: NA MENTIRA EM SI E AO ANUNCIAR QUE NÃO MENTIRIA. Por quê? Os programas reunidos no Bolsa Família foram criados no governo tucano, e a idéia de unificá-los também partiu de um governador do PSDB. No vídeo abaixo, Lula confessa as duas coisas: a) os programas já existiam; b) Perillo propôs a unificação. Veja abaixo quem ainda viu.

http://www.youtube.com/watch?v=4vCeoPLLUn8&feature=player_embedded#at=113

http://www.youtube.com/watch?v=83WUqpvddq8&feature=related

Anônimo disse...

É impressionante o que esta se passando na FUNAI, já se passaram mais de 10 meses do tal decreto 7056, e as unidades gestoras e CTL, continuam paradas, é o maior descaso com um orgão publico realizado pelo pesidente Marcio Meira, Dilma e o Presidente Lula. e haja comissões de Processos Administrativos em cima dos servidores, só para maquiar e afastar as atenções desta admin istração, espero que a partir de agora com o 2º turno das eleições, tanto a Dilma como o Serra dê um pouco mas de atenção aos povo indigenas do País, espero que com o Ciro Gomes que tem um bom relacionamento com o Mercio Pereira e é atualmente um dos coordenadores da campanha da Dilma,escute as reivindicações dos serviores e dos índios que estão a mercer desde o inicio do ano da cupula existente na FUNAI e que não pertecem ao quadro de servdores. Porfavr Sr. Ciro Gomes que seria o ideal para presidencia escute a voz do povo atraves do Sr Marcio Pereira Gomes que é o nosso porta voz.

Anônimo disse...

Em conflito com Ana Júlia Carepa (PT), governadora do Pará e candidata à reeleição, o superintendente do Ibama em Belém, Paulo Diniz, foi informado ontem de que será exonerado do cargo.

Desde o início do ano, Ana Júlia --que disputa o segundo turno com o tucano Simão Jatene (PSDB)-- vinha pressionando Diniz a frear as fiscalizações ambientais no Estado, recordista em desmatamento ilegal na Amazônia.

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O objetivo da petista era impedir, em ano eleitoral, desgaste com o setor madeireiro e com as pessoas atingidas pelas fiscalizações, conforme revelou a Folha em junho deste ano, com base em relatos de analistas ambientais do órgão federal.

A exoneração deve ser publicada no "Diário Oficial" na segunda-feira. Além de Diniz, deve cair também o chefe da fiscalização do órgão em Belém, Paulo Maués.

No final da tarde de ontem, a reportagem ligou para a assessoria do Ibama em Brasília, que não confirmou oficialmente as exonerações.

Servidores do órgão afirmam que Ana Júlia e seu secretário estadual do Meio Ambiente, Aníbal Picanço, que ocupara o cargo no Ibama antes de Diniz, mandaram ofícios e se reuniram com a cúpula do órgão em Brasília para reclamar das operações de fiscalização.

Já segundo o governo do Pará, ambos agiam para coibir o suposto autoritarismo e a truculência do Ibama.

Conforme as eleições se aproximaram, o desgaste e a pressão aumentaram.

Desde julho, policiais militares, que respondem ao governo do Estado, deixaram de acompanhar os fiscais ambientais federais nas operações, sem que fosse dada uma justificativa para isso.

Outros pontos críticos, dizem os servidores, foram as ações na região das cidades de Anapu e Pacajá, próximas à rodovia Transamazônica, onde há grande retirada ilegal de madeira.

Ontem, a reportagem deixou recado na assessoria do governo estadual, que até a conclusão desta edição não ligou de volta. Antes, ela já havia dito que Ana Júlia não protege nenhum madeireiro e apoia as fiscalizações.

Anônimo disse...

A pergunta é, será que a Dilma ou o Serra, vão consertar o maior estrago já realizado dentro da FUNAI, com a cúpula gestora do orgão. Será que a Dilma não esta vendo o que fizeram com os índios brasileiros. E o Serra porque não se manifesta diante dsta situação, as barbaries continuam dentro da FUNAI agora espalhadas por todos os estados. Estaremos de olho nos dois. Qualquer dúvida procurem o Mercio Pereira Gomes este entende dos problemas da FUNAI.

Anônimo disse...

O pior é que a maioria dos membros que compõem as comissões de Processos Administrativos, é de funcionários relapsos, de passado sujo e sem idoneidade comportamental, que a muitos anos não produzem nada de útil para o serviço público, pois descobriram como trabalhar pouco e triplicar suas rendas, com a lucrativa indústria de diárias das apurações, sem o menor constrangimento por prejudicarem os que efetivamente trabalham, alimentando as perseguições da direção da FUNAI contra os servidores que não se vendem por cargos DAS.
A maioria dos justiceiros e pelegos se negam a participar de comissões em suas unidades de origem, por não lhes render pagamentos de intermináveis diárias, com as protelações propositais.

Anônimo disse...

ora, ora, ora, quando é para licenciar uma linha de transmissão em que o blogueiro é consultor, a FUNAI vem de ser muito "rígida"...bem, bem, tantos pesos quanto tantas medidas sejam necessárias aos interesses dos homens...por que os Mura não falam o que querem? Mostre-se a consulta aos habitantes da T.I, e não se fala mais nisso... economiza-se inclusive o consultor...

Anônimo disse...

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10/10/2010 - 08h09
PT tenta apagar fama 'antiverde' de Dilma
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CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

Para atrair os votos ambientais de Marina Silva (PV), o PT está tentando passar uma demão de tinta verde em Dilma Rousseff. A operação deve começar por um ataque à reforma do Código Florestal do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), aprovada em comissão especial da Câmara e que aguarda votação em plenário.

Será difícil, porém, apagar a fama de antiambientalista de Dilma. A ex-ministra da Casa Civil sempre antagonizou com Marina, e é frequentemente apontada como um dos pivôs da saída da senadora do governo e do PT.

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Na opinião de gente que acompanhou os embates entre as duas, Dilma potencializou um desenvolvimentismo que o próprio Lula não manifestava no começo do governo, e que culminou com a retirada de apoio do presidente à pasta de Marina. Essas fraturas devem dificultar a aproximação entre Marina e a petista agora.

Todas as negociações entre a Casa Civil e o Meio Ambiente nos três anos em que as duas ministras conviveram precisaram "subir" para a arbitragem presidencial.

O pomo da discórdia, desde o início, foram as obras de infraestrutura.

Já em 2005, antes do lançamento do PAC, Dilma mandou excluir a componente de infraestrutura do PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia), coordenado por ela. O plano, assim, deixava de abordar alguns dos principais vetores da devastação da floresta --hidrelétricas e estradas.

Em 2007, com o PAC na rua, Dilma pressionou o Ministério do Meio Ambiente pela liberação de licença para as bilionárias hidrelétricas do rio Madeira (RO). O episódio, conhecido como a "crise do bagre", terminou com o atropelo de um parecer do Ibama contrário à licença.

SUBVERSÃO

Dilma também manobrou contra Marina num ponto-chave para a conservação ambiental: a criação de áreas protegidas.

O trâmite normal inclui o encaminhamento do processo, após sua conclusão, à Casa Civil para consulta a outros ministérios.

Segundo fontes da área, Dilma subverteu esse rito, e a criação de novas áreas passou a depender da bênção do Ministério de Minas e Energia. Onde houvesse cachoeiras com potencial hidrelétrico, a criação era barrada.

Uma das principais unidades de conservação propostas por Marina, a Reserva Extrativista do Médio Xingu, foi vetada porque poderia atrapalhar a construção de barragens adicionais à usina de Belo Monte.

O resultado é que a criação de áreas protegidas caiu pela metade desde o lançamento do PAC.

Isso ficou mais evidente após a saída de Marina: na gestão de Carlos Minc, foram criadas sete unidades de conservação e assinadas 152 licenças para obras --contrariando o mote dele de "dois para lá, dois para cá" (duas licenças, dois parques).

Em 2008, quando os governadores da Amazônia pressionaram pela implosão do decreto presidencial --costurado por Marina-- que determinava o corte de crédito a desmatadores, Dilma e Lula transmitiram o recado a Minc. Ele se recusou a assumir o ministério se o decreto fosse derrubado.

A manutenção do instrumento revelou-se crucial para a queda recorde no desmatamento, que o PT tentará capitalizar na eleição.

Minc discorda das críticas feitas às credenciais verdes da companheira. "De 11 lutas que eu travei no ministério, nas 8 que ganhei tive o apoio da Dilma."

Ele cita a criação do Fundo Amazônia (também articulada por Marina). "Bati o pé e ela ficou do meu lado."

Minc diz ainda que Dilma apoiou a proibição do plantio de cana no Pantanal e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para turbinas eólicas.

Anônimo disse...

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Será difícil, porém, apagar a fama de antiambientalista de Dilma. A ex-ministra da Casa Civil sempre antagonizou com Marina, e é frequentemente apontada como um dos pivôs da saída da senadora do governo e do PT.

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Na opinião de gente que acompanhou os embates entre as duas, Dilma potencializou um desenvolvimentismo que o próprio Lula não manifestava no começo do governo, e que culminou com a retirada de apoio do presidente à pasta de Marina. Essas fraturas devem dificultar a aproximação entre Marina e a petista agora.

Todas as negociações entre a Casa Civil e o Meio Ambiente nos três anos em que as duas ministras conviveram precisaram "subir" para a arbitragem presidencial.

O pomo da discórdia, desde o início, foram as obras de infraestrutura.

Já em 2005, antes do lançamento do PAC, Dilma mandou excluir a componente de infraestrutura do PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia), coordenado por ela. O plano, assim, deixava de abordar alguns dos principais vetores da devastação da floresta --hidrelétricas e estradas.

Em 2007, com o PAC na rua, Dilma pressionou o Ministério do Meio Ambiente pela liberação de licença para as bilionárias hidrelétricas do rio Madeira (RO). O episódio, conhecido como a "crise do bagre", terminou com o atropelo de um parecer do Ibama contrário à licença.

SUBVERSÃO

Dilma também manobrou contra Marina num ponto-chave para a conservação ambiental: a criação de áreas protegidas.

O trâmite normal inclui o encaminhamento do processo, após sua conclusão, à Casa Civil para consulta a outros ministérios.

Segundo fontes da área, Dilma subverteu esse rito, e a criação de novas áreas passou a depender da bênção do Ministério de Minas e Energia. Onde houvesse cachoeiras com potencial hidrelétrico, a criação era barrada.

Uma das principais unidades de conservação propostas por Marina, a Reserva Extrativista do Médio Xingu, foi vetada porque poderia atrapalhar a construção de barragens adicionais à usina de Belo Monte.

O resultado é que a criação de áreas protegidas caiu pela metade desde o lançamento do PAC.

Isso ficou mais evidente após a saída de Marina: na gestão de Carlos Minc, foram criadas sete unidades de conservação e assinadas 152 licenças para obras --contrariando o mote dele de "dois para lá, dois para cá" (duas licenças, dois parques).

Em 2008, quando os governadores da Amazônia pressionaram pela implosão do decreto presidencial --costurado por Marina-- que determinava o corte de crédito a desmatadores, Dilma e Lula transmitiram o recado a Minc. Ele se recusou a assumir o ministério se o decreto fosse derrubado.

A manutenção do instrumento revelou-se crucial para a queda recorde no desmatamento, que o PT tentará capitalizar na eleição.

Minc discorda das críticas feitas às credenciais verdes da companheira. "De 11 lutas que eu travei no ministério, nas 8 que ganhei tive o apoio da Dilma."

Ele cita a criação do Fundo Amazônia (também articulada por Marina). "Bati o pé e ela ficou do meu lado."

Minc diz ainda que Dilma apoiou a proibição do plantio de cana no Pantanal e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para turbinas eólicas.

raide xatante disse...

Mercio,bom dia e um bomferiado,quero aqui parabenizar a coordenaçao regional de juina(com apoio da CR Cuiaba), que com brilhantismo e muito jogo de cintura, articulou coma PF e IBAMA em dialogos com as lideranças indigenas cinta-larga, estão erradicando totalmente a extração de madeiras na terra indigena serra morena, parque indigena aripuana e TI Aripuana. E tudo isso sem envolver atos processantes a qualquer indios, e somente a varios madeireiros da região que estão na cadeia.
vejo neste blog muitas postagem alegando que as coordenações regionais e CTL nao estão atuando, mas aí percebe-se então que há uma excessão pelos menos, porque a CR Juina e suas CTL estão plenamente cumprindo o seu papel constitucional para com os indios do noroeste de mato grosso.

raide xatante

Anônimo disse...

Bom para Juina, pois noutras regiões ao sul, está parado, as ações como a desencadeada, dos crimes ambientais, em Juina é uma articulação de competencia da CR, mas como se justifica a declaração do Cacique envolvido no roubo de madeira? Não seria competencia da CTL juntamente com a CR para promoveram a PROTEÇÃO TERRITORIA de maneira PREVENTIVA e a PROMOÇÃO das comunidades, onde os indigenas poderiam negar-se a ilititude junto aos madereiros? Afinal, ja se passaram 10 meses e a FUNAI ja solicitou complemento orçamentário mas, pela declaração do priprio cacique, nada chegou a aldeia? estou errado??????

RAIDE XATANTE disse...

AO ANONIMO ACIMA.

ORÇAMENTARIO, PORQUE ORÇAMENTARIO?? DEPENDER DE ORÇAMENTARIO DO GOVERNO É APLICAR UMA POLITICA INDIGENISTA PATERNALISTA E NÃO TEM NADA DE PROMOÇÃO. O QUE OS INDIOS , NO CASO OS CINTALARGAS DE MATO GROSSO JURISDICIONADOS A JUINA, ESTAO SENDO ASSISTIDOS PELA REGIONAL APENAS EM CRITERIOS TECNICOS DE PRODUÇÃO E UTILIZAR RECURSOS LEGAIS NO INTERIOR DE SUAS TERRAS, E COM A ASSITENCIA TECNICA DA FUNAI REGIONAL, ELES ESTÃO PRODUZINDO OS SEUS PROPRIOS SUSTENTOS, E NAO IRÃO DEPENDER DE MADEIREIRO E NEM DO GOVERNO COM DOAÇÃO DE CESTAS BASICAS, POIS OS CINTALARGAS DE MATO GROSSO SÓ ESTE ANO JA COMERCIALIZARAM 72 MIL KG DE CASTANHA DO PARA IN-NATURA( MEDIA DE PREÇO R$ 1.50-KG. E AGORA EXISTE VARIAS ALDEIAS QUE ESTAO PRODUZINDO BORRACHA DE SERINGA NATIVA, OS CAUCULOS ESTIMADOS QUE ELES JA TEM NUM DEPOSITO DE ENTREPOSTO APROXIMADAMENTE 14 MIL KG DE BORRACHA (PREÇO A R$ 3.10-KG)
, E QUEREM CHEGAR ATE FINAL DO ANO COM 40 TONELADAS. TUDO ISSO COM APOIO MINIMO DA FUNAI. ORÇAMENTARIO APENAS PARA DAR AS PRIMEIRAS ARRANCADAS, DEPOIS OS INDIOS SE AUTO-SUSTETARAM COM AS VENDAS DOS PRODUTOS.

RAIDE XATANTE

Anônimo disse...

IMPORTANTE OS ÍNDIOS NAO VOTAREM NA DILMA POIS O PLANALTO VIROU AS COSTAS PARA O INDIGENISMO... SERÃO MILHARES DE VOTOS PERDIDOS PARA ELES E UMA ESPERANÇA DE SALVARMOS A FUNAI!!!

Anônimo disse...

Senhor Raide Xatante,

O senhor fala em paternalismo aos indígenas por eles poderam receber apoio financeiro do Governo, através da FUNAI ? E pelo o que argumenta, que os indígenas tenham somente "critérios técnicos de produção" e "assistencia técnica" (?)
E porque tratar o AGRONEGÓCIO com tanto paternalismo, com faraônicos recursos e subvenções ? Porque tratar as grandes empresas automobilística com tanto paternalismo, com tantas vantagens inclusive subvensões de impostos ?
Porque tratar o VOTO ELEITORAL com tanto paternalismo, bolsa isso bolsa aquilo... ?
Que que é isso senhor Xatante ?
Para os povos indígenas somente assistencia técnica e critérios técnicos ? Dinheiro na mão de consultores e técnicos ? Dinheiro na mão de ONGs ?
Pelo o que o senhor apresenta, não conhece nada de paternalismo, e quer prejudicar mais ainda os povos indígenas ?
Todos sabem, menos o senhor, que os indígenas nunca precisaram dos "brancos", vivem a mais de 20.000 anos nesse continente sem o "branco". Agora que lhes foi retirado a autonomia, depois que invadiram os territórios para favorecer GRANDES EMPRESAS, desmataram tudo, acabaram com os animais silvestres, estão matando nossos rios com hidroelétricas, e poluindo tudo com estradas e invasões de gente que não tem terra
e vem falar de paternalismo para os Povos Indígenas ?
Se oriente senhor Xatante, tome um chá de bússula ou de GPS senhor Xatante.

Anônimo disse...

Exceção a essa regra é a nomeação para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. É aí que "o caldo entorna". Não raro, as nomeações para esses cargos levam em conta critérios políticos, ao invés de se atentar para critérios técnicos, o que leva à nomeação de pessoas que não têm nenhum conhecimento na área em que vão passar a atuar. Pergunto-me se tal procedimento seria adotado em empresa particular. Se seria nomeado para "Diretor Financeiro" de uma grande empresa particular um cidadão que nunca trabalhou na área e não sabe "nem pra onde vai" o serviço. Tal panorama só me lembra uma "estória" que meu pai contava com muito gosto:

Um senhor chega pra um político seu conhecido e pede um "emprego" para o filho, rapaz que até aquele momento não havia conseguido nada na vida.
- Major! Queria pedir um favor... queria que me arranjasse um empreguinho pro meu rapaz! Como o Sr. sabe, sempre lhe fui fiel e nunca pedi nada em troca.
- Mas é claro que o atenderei! E com muito gosto! Vou nomear o rapaz "Diretor de Transporte" do órgão "tal".
- Não... é muito, Major. Queria algo mais simples pra ele, já que ele está começando agora.
- Bem, sendo assim, vou conseguir a nomeação dele pra "Assessor do Diretor de Transporte" daquele Órgão.
- Major, ainda acho demais. Ele é um bom rapaz, mas não tem nenhuma experiência.
- Bem, sendo assim, vou colocá-lo como "Chefe da Garagem".
- Major, não dava pra colocar ele como agente administrativo, pra ele começar de baixo, aprendendo o serviço devagarzinho?

- Aí, não! Pra esses cargos aí, ele vai ter que "fazer concurso"!

Anônimo disse...

Acabou mesmo a CGPIMA. É um balcão de negócios !!! Não há limites para os petralhas !!!
A coordenadora é aquela psicóloga (do apartamento funcional, das festinhas, etc e tal). O substituto trabalha no CTI e gerencia a Frutasan (projeto para explorar os Timbira). O tal “professor Jaime” descentraliza recursos públicos para a própria ONG e projeto Frutasan, ou seja, para ele mesmo. São 14 cargos comissionados para maridos, namorados, amantes, etc numa coordenação que deveria ser o exemplo de organização. Os antigos servidores do quadro foram realocados para não “atrapalharem” as negociatas “ !!!!!! Só existem 3 ou 4 servidores do quadro que recebem sua “propinazinha (DAS) do PT para calarem a boca !!!!

Anônimo disse...

Sorte dele que tem amor pra dar. Coisa rara na FUNAI. Sentimentos bons na FUNAI são difíceis de encontrar. Só vemos um querendo acabar com o outro.

Anônimo disse...

Caro participante: seus comentários são benvindos e melhoram em muito esse Blog. Escreva à vontade, sempre com informações e análises, nunca com acusações e maledicências.

Anônimo disse...

Sr. Anonimo de 11 de outubro as 10:13.

Por favor.. se dizes indigenista? quanto desrespeito a opinião de um indio Xavante. É sempre assim "na teroiria é uma coisa e na prática é outra". Sempre esses não indios de m... querendo falar pelos indios e não querem que tenham visão de futuro, mas o seu futuro... eles não são burros a ponto de não entenderem nada e serem manipulados por algum indigenista que mascaradamente diz ser a favor deles.

Pense bem...

Anônimo disse...

Olha, muitas vezes a gente vê e não lê:
Ao companheiro anonimo que comentou "13 de outubro de 2010 16:20
Anônimo disse...
Sr. Anonimo de 11 de outubro as 10:13.

Por favor.. se dizes indigenista?
quanto desrespeito a opinião de um indio Xavante""
há um engano o comentarista do blog Senhor Raide Xatante, que abrilhanta o Blog para uma discussao sadia do que se esta acontecendo na CR de Juina, que sirva de exemplo a outras unidades regionais e locais, a exportação daquele modelo para onde nao se está funcionando. Pode, ele, ser até um Xavante, mas no blog nunca se identifiou como da etnia xavante, inclusive,num dos comentarios anterior dele esclarece outros se confundiram tb. Ao comentario sobre o paternalismo, foi comentado que, o assistencialimo existente no Brasil nem chega perto do que se falam e proclamam por ai que acontece com os indios, só que o que muitos servidores ou DAS ou ONGs dão, são migalhas, as sobras do paternalismo maior.

raide xatante disse...

Senhores leitores e postantes acima:

Tenho notado que meu nome tem gerado algumas polemicas nas discussões deste canal informativo e participativo do mundo etno-ambiental de cunho indigenista.

Mais uma vez esclareço as duvidas que giram entorno da minha designação de identidade pessoal(RAIDE XATANTE), o nome de meu pai é EDIAR SOUZA XATANTE, o sobrenome SOUZA é popular e Brasileirissimo e XATANTE, segundo meu genitor, foi erro de grafia do cartorario.

Homônimo (português europeu) ou homônimo (português brasileiro) significa:
Nome que se dá a uma palavra cuja grafia (forma de escrever) e pronunciação é igual a de outra palavra, tendo, no entanto, significado diferente. São palavras simultaneamente homófonas e homógrafas, necessariamente..

Outra informaçao, eu nao sou indigenista, mas sim ambientalista e isso me leva a relacionar constantemente com as comunidades silvicolas e organinismos afins (FUNAI,CIMI,OPAN,Associações indigenas e etc).
Quando me refiro a atuação da FUNAI em Juina-MT, apenas sou testemunho pessoal do que ocorre com aquela unidade, que simplesmente ta dando certo e se encaixou perfeitamente na nova cara da FUNAI, face o decreto 7056.
Caso alguem tenha alguma duvida liguem na unidade Regional e consultem as proprias lideranças jurisdicionadas. CINTA-LARGA,RIKBAKTSA,ENAWENE-NAWEN,MYKY,IRANTXE,KAYABI,ARARA,APYAKA E MUNDURUCU.

sinceramente,

RAIDE XATANTE

Anônimo disse...

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da Vida em Abundância!
outubro 14th, 2010 | Autor: Jussara Seixas
Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da Vida em Abundância!
Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:
1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.
A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).
2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:
3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.
4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).
5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.
6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.
continua...

Anônimo disse...

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da Vida em Abundância!
...continuação
7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.
Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:
Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Felix do Araguaia-MT
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional
Dom Luiz Eccel – Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Vina- Maranhão
e mais milhares de assinaturas que não couberam nesse espaço.

Anônimo disse...

Manifesto dos Juristas e Professores Universitários
outubro 14th, 2010 | Autor: Fernando Rizzolo
Por um Brasil cada vez mais justo e igualitário; pelo meio ambiente equilibrado; pela defesa da liberdade religiosa e da livre manifestação de pensamento; pela defesa de nossa Constituição Social e Democrática de 1988; pela defesa dos movimentos sociais; pelo fim da miséria e redução da desigualdade social; por um Estado Republicano e presente na ordem social e econômica; por uma América Latina unida; por uma economia mais solidária; pela não privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil, das Universidades Federais e demais entidades estratégicas; pela manutenção da independência do Ministério Público, das CPIs e da Polícia Federal na investigação de todo e qualquer rastro de corrupção; pelo ensino público e não mercantilizado; pela manutenção e ampliação das conquistas econômicas e sociais do Governo Lula; e por uma eleição sem boatos e calúnias; nós, juristas e professores universitários, abaixo-assinados, declaramos voto à candidatura de Dilma 13, neste segundo turno das eleições de 2010, para que ela seja a nossa primeira Presidenta do Brasil!
Para asinar o manifesto basta enviar um e-mail com expressa adesão ao documento e mini-currículo para: tarsocv@uol.com.br
Celso Antônio Bandeira de Mello (Professor Emérito de Direito Administrativo da PUCSP)
Dalmo de Abreu Dallari (Professor Emérito de Direito Constitucional da USP)
Luiz Edson Fachin (Advogado e Professor da Faculdade de Direito da UFPR)
Carlos Frederico Marés de Souza Filho (Direito Ambiental da PUCPR)
Weida Zancaner (Direito Administrativo PUCSP)
David Sánchez Rubio (Titular de Filosofía del Derecho. Universidad de Sevilla)
Edésio Passos (Advogado PR, Conselho Nacional do Trabalho)
Clovis Beznos (Direito Administrativo da PUCSP)
João Bonifácio Cabral Júnior (Advogado PR)
Aton Fon Filho (Advogado, Diretor da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos)
Gilberto Bercovici (Titular da Faculdade de Direito da USP)
Ricardo Marcelo Fonseca (História do Direito da UFPR)
Celso Ludwig (Filosofia do Direito da UFPR)
Wilson Ramos Filho (Direito do Trabalho da UFPR e UniBrasil)
Vera Karam de Chueiri (Direito Constitucional da UFPR)
Marcos Alves da Silva (Direito Civil da Universidade Positivo e UniBrasil)
Tatyana Scheila Friedrich (Direito Internacional da UFPR)
André Passos (Advogado PR)
Emerson Gabardo (Direito Administrativo da UFPR e PUCPR)
Eneida Desiree Salgado (Direito Constitucional da UFPR)
Tarso Cabral Violin (Direito Administrativo da Universidade Positivo PR)
Túlio Vianna (Direito Penal da UFMG)
Pedro Estevam Serrano (Direito Constitucional da PUCSP)
Guilherme de Salles Goncalves (Direito Eleitoral e Público do UniCuritiba UEL e Instituto Bacellar PR)
Sandro Lunard Nicoladeli (Advogado e Professor Universitário PR)
Marco Marrafon (Direito e Pensamento Político da UERJ)
Anderson Marcos dos Santos (Direito, educação e cidadania da UFPR)
Maurício Zockun (Direito Administrativo da PUCSP)
Francisco do Rêgo Monteiro Rocha Jr (Coordenador da Pós em Processo Penal da ABDConst PR)
Carol Proner (Direito Internacional da UniBrasil PR)
Theo Marés (Direito Administrativo da FAMEC PR)
Carla Karpstein (UniCuritiba e Escola da Magistratura PR)
Rogério Bueno da Silva (Advogado PR)
Cristiano Dionísio (Direito Civil da Faculdade Dom Bosco PR)
Rafael Garcia Rodrigues (Direito Civil da Universidade Cândido Mendes RJ)
João Luiz Costa Lopes (Advogado PR)
Sérgio Staut (Teoria do Direito da UFPR)
Luis Fernando Lopes Pereira (História do Direito da UFPR)
Daniel Wunder Hachem (Direito Administrativo da UNIBRASIL PR)
Lincoln Schroeder Sobrinho (Direito Constitucional da FAE PR)
Eduardo Faria Silva (UFPR, Advogado PR)
Flávia Eliza Holleben Piana (Advogada PR)

continua na próxima...

Anônimo disse...

Flávia Eliza Holleben Piana (Advogada PR)
Gustavo Fontana Pedrollo (Procurador Federal)
Luiz Henrique Urquhart Cademartori (Direito Administrativo da UFSC)
Marcos Leite Garcia (Direito Constitucional e Direitos Humanos da UNIVALI SC)
Adriano De Bortoli (Direito Administrativo da UNIVALI)
Marcelo Cattoni (Associado da Faculdade de Direito da UFMG)
Fabricio Tomio (Teoria do Estado e Ciência Política da UFPR)
Larissa Ramina (Coord. Geral Relações Internacionais e Coord. Adjunta Direito da UniBrasil PR)
Ozias Paese Neves (História do Direito da UniBrasil PR)
Vladimir Feijó (Advogado MG)
Alexandre Gustavo Melo Franco Bahia (Direito da FDSM, Inst Metodista I. Hendrix e FAMIG MG)
Paulo Ricardo Opuszka (Teoria Política e Direito Social da UFRGS)
Eder Dion de Paula Costa (Direito do Trabalho da UFRGS)
Francisco Quintanilha Veras Neto (História do Direito da UFRGS)
Juliana Neuenschwander Magalhães (Sociologia do Direito da UFRJ)
Evandro Limongi Marques de Abreu (Processo Penal da Faculdade Dom Bosco PR)
Alexandre Trevizzano (Advogado SP)
Luiz Tarcisio Teixeira Ferreira (Direito Constitucional da PUCSP e Direito Administrativo da FADI)
Jose Ribas Vieira (Direito na PUC-Rio)
Martonio Mont’Alverne Barreto Lima (Titular da Universidade de Fortaleza CE)
Virgílio de Mattos (Escola Superior Dom Helder Câmara MG)
Cynthia Semíramis Machado Vianna (Escola Superior Dom Helder Câmara MG)
José Carlos Moreira da Silva Filho (Ciências Criminais da PUCRS)
Ricardo Marcondes Martins (Direito Administrativo da PUCSP)
Fábio Balestro Floriano (UFRGS RS)
Joelcio Flaviano Niels (Direito do Trabalho da UniBrasil PR)
Rafael Valim (Direito da PUCSP)
Alexandre Garrido da Silva (Direito da UFU MG)
Joana El-Jaick Andrade (Direito da Fac. Católica de Uberlândia e Sociologia do Inst. Fed. Triângulo Mineiro)
Paulo Antonio de Menezes Albuquerque (Direito da UFC CE)
Newton de Menezes Albuquerque (Direito da UFC e UNIFOR CE)
Augusto Jobim do Amaral (Direito da ULBRA RS)
Daniel Cerqueira (UCB DF)
Fernanda dos Anjos (Direito da UNB DF)
Leonardo Grison (Unisinos, Advogado RS)
Andre Michelato Ghizelini (Ciências Sociais da UFES)
Marilson Santana (Direito da UFRJ)
Renato Perissinotto (Ciência Política da UFPR)
Claudia Regina Baukat Silveira Moreira (Universidade Positivo PR)
Leandro Franklin (Direito Civil da Universidade Positivo PR)
Gabriel Araújo Lima (Advogado PR)
Alexandre Mazza (Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes e Advogado SP)
Rafael de Sampaio Cavichioli (Advogado PR)

e mais centenas de assinaturas que não coube neste espaço, mas continua na próxima página

guilherme carrano disse...

ESTÃO FICANDO MALUCOS?????

Anônimo disse...

Ao Anônimo que disse: "Só existem 3ou 4 servidores do quadro que recebem sua “propinazinha (DAS) do PT para calarem a boca !!!!", em 11 de outubro de 2010 19:21, sobre a antiga CGPIMA, apenas solicito ter mais certeza de suas afirmações e não julgar o trabalho alheio sem provas. Eu trabalho/resisto na antiga CGPIMA, atual CGGAM, fazem 5anos, sendo um dos únicos que nunca recebeu a sua dita "propinazinha" e sem ter que dar pareceres favoráveis às obras e faço isso convicto de que estando aqui posso fazer algo para defender os direitos dos povos indígenas, enfim, fazer algo por esse malfadado setor ambiental da Funai. Tanto que, continuo anonimo para preservar o meu trabalho

Anônimo disse...

A FUNAI nunca esteve tão mal. Os índios estão abandonados, servidores do quadro estão desvalorizados, seus saberes desprezados... Agora é que entendemos por que esse Presidente atual continuou no cargo... A missão dele desde o começo é de acabar com a FUNAI e automaticamente com os índios.Ele só emprega gente puxa saco.Ele não tem respeito por ninguém pensa que é o dono da FUNAI.É Um cara sem competência nenhuma e é o pior Presidente que já passou pela FUNAI. Em Belém ele acabou com a Coordenação Regional e nomeou com DAS 2 uma mulher incompetente também, para perseguir e atormentar com ameaças de mandá-los pro interior, os servidores do quadro. Belém que sempre foi uma Coordenação de referência e sempre foi reconhecida pela competência de seus funcionários, agora foi a última vítima desse presidente louco e psicopata. Quero dizer aos colegas de Belém que aguentem mais um pouco, logo essa pitbull vai sair daí,pq esse cara vai cair de forma humilhante e nós estamos preparados pra festejar a saída de um por um, inclusive desse tal de Fábio que de Altamira que não é flor que se cheire. Ele tem o rabo preso...

 
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