terça-feira, 3 de agosto de 2010

CIMI atrai 100 índios Guajá, recém-contatados para acampar em Zé Doca

Eis que realmente o CIMI levou 100 índios Guajá, com mulheres e filhos a tiracolo para acampar na praça pública da cidade de Zé Doca!!! Quem vai espiar as índias na cidade?

Basta de irresponsabilidades e de usar índios como massa de manobra!

Meus protestos à FUNAI por permitir tal coisa. Ela foi avisada de que isto estava contra as normas do Estatuto do Índio.

Os Guajá são um povo tradicionalmente caçador-coletor, o último do Brasil a ainda ter esse modo de vida com viabilidade. Poucos falam português e muito poucos se interessam pela vida dos brancos. Querem continuar a viver suas vidas com sempre, com alguma ajuda digna, sem apressá-los a entrar no mundo cruel que os cerca. Entretanto, o CIMI não perde a chance para fazer exibição dos índios e assim os desrespeitam e os colocam como figurinhas a serem expostas em cidades como Zé Doca, uma cidade criada na boca da floresta amazônica, na década de 1960, que se fez pela devastação da floresta.

O CIMI alega que esse ato é para chamar a atenção do mundo sobre a situação dos Guajá e convencer o prefeito daquela cidade a respeitar os índios. Ora, o que está fazendo é humilhar os Guajá.

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No Maranhão, índios nômades saem da floresta para provar que existem


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Do Globo Amazônia, com informações do Globo Rural

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Índios acamparam em frente à Prefeitura de Zé Doca, no Maranhão - Reprodução Globo Amazônia
SÃO PAULO - cerca de cem índios da etnia awá-guajá estão acampados em frente à prefeitura do município de Zé Doca, no oeste do Maranhão, para pedir agilidade na demarcação das terras da reserva. Eles estão entre os últimos índios nômades do planeta, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), e saíram da floresta para provar que existem e têm direito à terra. O prefeito do município, numa estratégia para barrar a demarcação das terras indígenas, teria negado a existência das tribos nômades.
Os awá vivem isolados em pequenos grupos no que restou da floresta amazônica do Maranhão. Os awá-guajá são caçadores-coletores, e dependem exclusivamente da floresta para sobreviver.
- A gente quer mostrar que o índio existe. Tem várias pessoas que não conhecem, que dizem os índios nômades não existem. Mas existimos - disse Taka Iu, índio awá-guaja.
Em 1985, uma área com 232 mil hectares foi declarada como território awá. Em 2002, quando a terra foi demarcada, apenas 117 mil hectares foram destinados para reserva indígena. A Justiça Federal em 2005 determinou a saída de todos os não-índios da reserva. Mas a prefeitura de Zé Doca entrou com mandado de segurança e o Tribunal Regional Federal em Brasília decidiu manter os não-índios até o julgamento final do conflito.
- Que isso seja feito de um jeito que a minha população também seja lotada no seu lugar. Ter 18 mil hectares de 117 mil eu acho que não é pedir demais - defende Raimundo Sampaio, prefeito de Zé Doca.
De acordo com o CIMI, dez mil famílias estariam ocupando ilegalmente a área da reserva.
A ação dos madeireiros também seria uma ameaça à sobrevivência de pelo menos 60 índios awa-guajá que ainda não foram contatados.
- Eles se deslocam pela floresta e, portanto, há risco de vida para essa população. Podem ocorrer ataques contra eles - alerta Rosana Diniz, coordenadora do CIMI.
Enquanto aguardam uma solução para o conflito os índios fazem seu ritual pedindo proteção. A ida para o céu é o ritual mais importante para os awa-guajá. Eles evocam os espíritos dos antepassados para que protejam a vida na terra.

3 comentários:

Martins disse...

Bom, trabalhei na frente de atração Wamiri-atroari em 1981, assim que entrei na FUNAI, fiquei pouco tempo por lá, mas qdo viamos a Manaus, a cada 3 meses, no retorno cumpriamos a "quarentena" no NAWA. O Posto de apoio dos postos avançados da funai, pelo mesno uma semana ficavamos por ali até irmos para a aldeia que, no meu caso era umas 6 horas de barco motor 15 descendo o Rio Alalaú até a barra com o rio Juaperi, evitávamos de ter, p ex gripe na aldeia e, qdo algum colega nao cumrpia isso, haja medica,mentos na aldeia.
Imaginem em qto tempo os "expostos" diminuirão!!! a historia se repete, as responsabilidades nao serão apuradas, a omissão da FUNAI e a interveniencia do CIMI deveria (mas ninguem será condenado pelas mortes que haverá)

Martins

Anônimo disse...

O Estatuto do Índio proteje Terras Indígenas independente de sua demarcação, o que estão fazendo ? O CIMI é entidade catequizadora, porque a FUNAI permite isso ? Há + de 10 anos relatórios já foram feitos sobre isso...
??????????????????????????
O CIMI E A FUNAI SÃO PERVERSOS.

João Zanela disse...

Irresponsabilidade é existir denúncias de funcionários da FUNAI facilitando a entrada de madeireiros em aldeias awá e aliciarem os awá a venderem madeira. Também foi de irresponsabilidade o total abandono que os awá estão. Também é de irresponsabilidade o desvio de 996 mil reais por um único funcionário da FUNAI dos postos indígenas awá. Enfim, tem genteque gritano escuro. Existem 4 aldeias awá no Maranhão. 2 tem atuação do CIMI. 2 não tem. Essas 2 que não tem atuação do CIMI existem desmatamentos documentalmente comprovados há 5 km (Juriti) e 6 km (Guajá) dos postos da FUNAI.

 
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