terça-feira, 2 de junho de 2009

Davi Kopenawa, líder Yanomami, é homenageado na Espanha


Davi Kopenawa Yanomami, um dos maiores líderes indígenas do Brasil, foi homenageado hoje, em Madrid, pelo comitê Bartolomeu de las Casas, da Casa de las Americas, que premia figuras excepcionais na defesa dos direitos indígenas da América Latina.

Davi é reconhecido no Brasil e no mundo pela luta travada na década de 1980 que resultou na demarcação do grande território Yanomami, no governo do presidente Collor de Mello. E também por sua visão filosófica e religiosa sobre o meio ambiente e o papel das culturas indígenas na sua defesa.
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Líder ianomâmi recebe homenagem na Espanha

Da EFE, Espanha


Madri, 2 jun (EFE).- O líder ianomâmi Davi Kopenawa recebeu hoje uma homenagem em Madri por sua defesa dos direitos de seu povo e de outras terras indígenas no Brasil, em um ato no qual declarou que nasceu "para lutar" e que continuará o fazendo.

Chamado pela imprensa local de o "Dalai Lama da Amazônia", Kopenawa recebeu hoje uma menção honrosa do júri do Prêmio Bartolomé de las Casas, um prêmio convocado pela Casa América de Madri e pela Secretaria de Estado de Cooperação Internacional do Ministério de Assuntos Exteriores espanhol.

Este prêmio reconhece o trabalho a favor do entendimento com os povos indígenas e da proteção de seus direitos e valores.

Em entrevista coletiva em Casa América de Madri, o líder ianomâmi se mostrou "muito contente" e agradecido pelo prêmio.

Kopenawa é tido como um dos principais responsáveis por ter salvado o povo ianomâmi de sua quase extinção ao liderar uma campanha junto com a ONG Survival International e a Comissão Pró-Yanomami (CCPY) para conseguir a demarcação de suas terras, o que ocorreu em 1992.

Na década de 80, as áreas dos ianomâmis, espalhadas entre os estados de Amazonas e Roraima e a Venezuela, sofreram com a presença de milhares de garimpeiros em busca de ouro. Em apenas sete anos, 20% dos indígenas da tribo morreram.

"Eu nasci para lutar, para defender a meu povo", disse Kopenawa.

Apesar de as terras ianomâmis já terem sido demarcadas e reconhecidas oficialmente no Brasil, este povo indígena continua tendo "muitos problemas", segundo Kopenawa.

Para o líder ianomâmi, o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "deve olhar mais" para os povos indígenas.

Os ianomâmis enfrentam graves problemas de saúde, muitas vezes relacionados a doenças trazidas pelo homem branco, como a tuberculose.

Este povo indígena é um dos que menos tiveram contato com outras civilizações dentre os existentes no Brasil e ocupa uma das maiores reservas do país, com cerca de 9,6 milhões de hectares.

"Não somos políticos. Nossa política é não destruir a terra. Que nos deixem viver e proteger a natureza, que nos dá saúde e alegria", concluiu Kopenawa.

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