quarta-feira, 7 de julho de 2010

CIMI denuncia 60 assassinatos de índios em 2009

Mais uma vez o CIMI vem a público para lançar seu relatório anual de assassinatos e suicídios entre povos indígenas. Os dados são aterradores, coletados em notícias de jornais e por intermédio dos missionários e são veiculados do modo mais excruciante possível. A maioria dos casos graves vem do Mato Grosso do Sul e envolve os índios Guarani. Mas há chamadas para os conflitos no sul da Bahia, com os Tupinambá, e em outras partes do Brasil.

Nenhuma informação é dada sobre o protesto dos índios contra a reestruturação da FUNAI, a presença da Força Nacional na porta do órgão indigenista, a licença intempestiva dada pela atual direção da FUNAI sobre Belo Monte.

O sentido do relatório e da sua publicidade, de acordo com seus autores, é para que a situação de desgraça dos povos indígenas não se torne trivial.

O interessante é que mesmo esmiuçando esses dados e chamando o estado e a sociedade brasileiros de "racistas", o CIMI e seus colaboradores continuam aferrados a suas posições de peso nos órgãos que cuidam da questão indígena, tais como a Funai, a CNPI e o Gabinete Civil do governo Lula. E não vêem contradições nisso.

O CIMI reduz toda a problemática indígena brasileira à questão da terra, como se os povos indígenas que já têm suas terras demarcadas não tivessem graves problemas! Como se o órgão que assiste oficialmente aos índios, junto com a miríade de outros órgãos federais, estaduais e municipais, bem como as ONGs e as missões religiosas não tivessem sua dose de culpa nessa questão.

A questão indígena brasileira é maior do que todas essas análises simplistas. Fugir dela é jogar uma cortina de fumaça para que fique fácil de permanecer no erros que se exacerbam a cada dia.

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Sessenta indígenas foram assassinados em conflitos fundiários no ano passado


Gilberto Costa, repórter da Agência Brasil


Brasília – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulga na próxima sexta-feira (9), na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, o Relatório de Violência contra os Povos Indígenas com dados de 2009. No ano passado, 60 índios foram assassinados, houve 16 tentativas de homicídio e 19 casos de suicídio, segundo o documento.
De acordo com o vice-presidente do Cimi, Roberto Antônio Liebgott, a “violência sistemática” contra os índios é causada pela disputa de terras e pelo que chamou de “omissão do Poder Público”. Em sua opinião, o Estado poderia ter resolvido o problemas se concluísse as demarcações das terras indígenas. Segundo o Cimi, há 24 terras indígenas já identificadas por grupos de trabalhos e mais 64 com portarias declaratórias do Ministério da Justiça em processo de demarcação, que antecede o decreto presidencial de homologação.
Liebgott disse à Agência Brasil que a maioria dos casos de assassinato dos índios ocorre em aldeias que se instalam entre as cercas das fazendas e a beira das estradas; como ocorre, por exemplo, com os Guarani Kaiowa e Guarani Ñandeva, em Dourados (MS), conforme constatado no local pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) em visita feita março em deste ano.
O relatório do Cimi informa que em Mato Grosso do Sul foram assassinados 33 indígenas, 54% dos casos. A antropóloga Lúcia Helena Rangel, que coordenou a pesquisa para a elaboração do relatório, questiona porque naquela região há problemas fundiários: “Quem falou que não cabe todo mundo lá?”, indagou. O estado também concentra os casos de suicídio indígena apontados no relatório
Mato Grosso do Sul é a segunda unidade da Federação com maior população indígena e é grande produtor de cana-de-açúcar, soja, milho e mandioca. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE (fevereiro de 2010), informa que a produção de cana no estado cresceu mais de 22% entre a safra de 2009 e 2010.
Além do MS, o relatório destaca a situação conflitiva entre fazendeiros e indígenas Tupinambá, no sul da Bahia. O Cimi afirma que em junho do ano passado a Polícia Federal agrediu e torturou cinco indígenas presos em uma operação de desintrusão nas dunas dos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema.
Lúcia Helena acredita que episódios como esses demonstram que a sociedade brasileira e o Estado são “racistas” e que o preconceito contra os índios é “uma situação histórica que não se alterou. A dificuldade de aceitarmos os direitos dos indígenas e de outros segmentos da população é da nossa formação social”, analisou. Para ela, o relatório do Cimi mostra mais um “instante” de um processo conflitivo existente há anos. “O Cimi faz o relatório desde 1993, mas poderia fazer desde 1500 [descobrimento do Brasil] que encontraria esse quadro.
Na opinião da antropóloga, o preconceito da sociedade em relação aos índios explica a demora na demarcação de terras e a falta de proteção aos indígenas e mostra porque esses direitos não são respeitados, embora estejam previstos. “A lei não faz a cabeça de ninguém. A sociedade brasileira produziu uma ideologia anti-indígena”, destacou. “Formamos uma sociedade que constituiu sobre outra. Por isso consideramos as manifestações culturais dos índios como menores”, acrescentou.
O relatório do Cimi é elaborado com base nas notícias publicadas em jornal e na internet, especialmente em meios locais, e contabiliza apenas os registros confirmados pela equipe de pesquisadores.

12 comentários:

Anônimo disse...

Esse relatório do conselho indigenista missionário é de uma babaquice sem tamanho.

Porque eles não colocam na porcaria do relatório deles a violência causada pelo Decreto 7.056 de 28 de dezembro de 2009 contra os Povos Indígenas do país inteiro?!

Eles não colocam, porque estão lado do márcio meira. O cimi estando ao lado do márcio meira está ao lado de belo monte e dos projetos que impactam os Povos Indígenas sem consultá-los. VAMOS ACORDAR BRASIL E OS POVOS INDÍGENAS. O conselho indigenista missionário faz jogo duplo! Muito cuidado Parentes do Brasil

Edson

Anônimo disse...

E pior ainda, os movimentos de indígenas contra indígenas também se defraga com o atual Decreto 7056/09, que endoçado por entidades indigenistas e missionárias e pelo própria Comissão Nacional de Política Indigenista.
E esses conflitos podem fazer parte do próximo relatório.

Anônimo disse...

PREZADOS COLEGAS, OUTRO ENCONTRO DE COORDENADORES TÉCNICOS, SEM COORDENAÇÕES E COORDENADORES REGIONAIS SEM FUNCIONAREM EM BENEFICIOS DOS INDIOS, HAJA DIARIA PARA NADA FAZEREM, E RECIFE , MANDOU DDUAS REPRESENTANTES PARA ATENDER OS INDIOS DE ONDE. QUERO INFORMAÇÕES SOBRE ESTE ENCONTRO.

Anônimo disse...

QUEM FALOU, QUE A FUNAI RECIFE NÃO TEM INDIOS, EXISTEM NA FUTURA COORDENADORIA TÉCNICAS 03 INDIOS SERVIDORES, SÓ AGUARDANDO A ABERTURA DA COORDENADORIA, AGORA POR ONDE ANDA A COORDENADORA TÉCNICA, SÓ VIAGENS TURISTICAS COM DIREITO A UMA ASSISTENTE PARA ACOMPANNHA-LA, SÓ EM RECIFE MESMO PARA ACONTECE UMA COISA DESTA.TÁ TODO MUNDO AQUI PARTICIPANDO DE UM ENCONTRO DE COMO SE GANHA DIARIAS DA FUNAI.

Anônimo disse...

Acho que o comentario do do anonimo das 22:10, não tem nada haver, com o funcionamento das coordenadorias, se reclamava que não tinha coordenadora, agora reclama que não existe coordenadoria, se não está funcionando é porque não teem ainda um regimento para tal, agora falam das viagens e daí ela pode viajar a serviço e muito bem levar sua secretaria de confiança quer os servidores gostem ou não gostem, é um cargo de confiança do coordenador regional de Maceió, e ela tem que aproveitar a oportunidade que lhe foi confiada, se vai trabalhar ou passear isto não é problema de ninguém.

Anônimo disse...

Amigos de Recife e Curitiba, gostaria de saber se o acordo entre os indios e o ministro da justiça , ainda está em vigor. Aqui em São Luis todos nos servidores estamos apreensivos com tanta demora. Voces teem noticias nos informe por favor. Porque aqui em epoca de eleição ninguém fala em nada, felicidades à todos e boa sorte.

Anônimo disse...

Amigos de Pernambuc e Curitiba, voces teem noticias do acordo com o ministro da justiça para abertura das coordenadorias, Aqui em São Luis ninguém fala mas nada a respeito, por ser epoca de eleição, nos servidores estamos apreensivos com tanto silencio a respeito. Será que o ministro ainda vai cumprir o acordo,será uma injustiça para com os indigenas e um desrespeito aos servidores. Mas creio no bom senso pois afinal de contas todos somos eleitores do Lula, até chegarmos ao ponto de apoiar a governadora Roseana Sarney, pois não temos aqui outra opção.Felicidade à todos e nos deem noticias.

Anônimo disse...

O acordo com o Ministro já dançou, foi só para dispersar os índios.

Anônimo disse...

novidade, vcs esperava o que de um governo dessessssssssssss

Anônimo disse...

só para dispersar os indios? e os que continuam na esplanada não contam? Até quando a polícia vai deixar aquela vergonha em pleno coração de Brasília? Tá na hora de hagir... ou o Brasil quer passar vergonha perante o mundo?

guilherme disse...

A vergonha perante o mundo está na corrupção e na falta de ética e de respeito aos povos brasileiros praticado pelos legislativos, pelos executivos e pelos judiciários.
E pelos cidadães que os apoiam sob princípios intransigentes e conservadores que agem contra os direitos conquistados historicamente, em benefícios próprios.

Anônimo disse...

Sr. anônimo das 22:43 o Brasil ja passou vergonha, a forma como foram retirados. E vergonha maior e ver esse seu comentario ridiculo, vc so pode ser um apadrinhado no poder público.

 
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