Durante mais de 30 dias estive viajando pelo Nordeste, visitando amigos em diversas praias e cidades. Estou de volta ao Rio de Janeiro, olhando as notícias do mundo e da nossa terra. Parece que pouca coisa aconteceu nesse mês de dezembro e início de 2009.
Só na Faixa de Gaza é que as coisas acontecem de um modo terrível. Uma guerra sem fim, movido por ódios milenares, por desentendimentos desde que Moisés voltou do Egito e quis tomar as terras dos Filisteus, isto é, os Palestinos de hoje.
Nesse tempo fora, por alguns dias, olhando a lua jorrar sua luz no horizonte do mar, conversando com pescadores sobre peixes e assombrações, ajudando no arrastão de redes cheia de tainhas -- me esqueci de mim e das coisas que fazia.
Agora retomo minha vida corriqueira, minha busca pelo entendimento do Brasil, da origem das desigualdades que viciam a nossa sociedade, das possibilidades de superação e transcendência.
Retomo minha vida com esperanças por um ano melhor, mais firme e mais decisivo.
2008 foi um ano estranho, arrastado. Na questão indígena sobrou o voto do ministro Ayres Britto, mas ficaram as recomendações esdrúxulas do ministro Menezes Direito, cujos reflexos virão a ter influência a partir da finalização da decisão do STF sobre a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Os vacilos da política indigenista, as tomadas de decisão erradas e extemporâneas à tradição indigenista brasileira acabaram por reforçar as forças antiindígenas da sociedade brasileira.
Os fazendeiros e seus representantes políticos agora cantam de galo, querem desprezar a FUNAI, os antropólogos e os indigenistas visando a diminuição e o esquecimento público dos direitos indígenas.
Em breves notas farei um resumo logo acima, em outra postagem, dos momentos mais recentes no indigenismo brasileiro e do que poderá vir a acontecer no futuro próximo.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
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2 comentários:
Grande Mércio, é bom ter você de volta fazendo lúcidas ponderações acerca dos fatos que acontecem no Brasil no que toca aos Povos Indígenas.
Infelizmente na Faixa de Gaza o ódio prevalece, tenho saudades daquele tempo em que Yithzak Rabin e Yasser Arafat lograram êxito nas negociações pela paz.
Na Bolívia dia 25 desse mês a Constituição Boliviana deverá ser referendada pelos 85% da população indígena daquele país.
No Brasil é esperar pra ver, quem sabe em fevereiro o ministro Marco Aurélio piora ou melhora um pouco as condicionantes do ministro menezes direito.
Grande Abraço!
Ubiratan
Caro Mércio que bom telo de volta. Férias merecidas.
Aqui em Água Boa a saúde indígena dos Xavantes está um caos. Eu trabalhava na Funsaúde aquela que comprava canetas de ouro e fazia viagens internacionais com o dinheiro que Funasa repassava para tratar da saúde indígena. Somos 194 funcionários que foram despedidos em 20 de maio de 2008 e até hoje não recebemos os direitos trabalhistas e não sabemos o que vai acontecer. Muitos dos colegas estão trabalhando como voluntários para segurar o emprego. Já pensou 07 meses sem grana?
Caro Professor Mércio sabe que você tem muita influência. Escreve sobre nosso caso.
Quase 200 funcionários do DSEI Xavante de Barra de Garças sem emprego e sem rumo, enquanto índios estão morrendo sem assistência.
De Água Boa MT. Da redação da Ag. AGUA BOA NEWS de Notícias
Clodoeste Pereira “Kassu” da Silva
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