sexta-feira, 25 de março de 2011

Carta aberta de Dom Erwin Krautler contra Belo Monte

Em carta simples e direta, o bispo de Altamira, Dom Erwin Krautler, presidente do CIMI (que apoia a atual direção da Funai) promete continuar a luta contra a construção da Usina Belo Monte. Tece seus argumentos e demonstra com palavras incisivas a desfaçatez do governo Lula ao recebê-lo por duas vezes, e agora, do novo governo Dilma, por receber uma comitiva de índios e ribeirinhos -- e nada fazer para atender aos reclamos da população e parar Belo Monte.

Recentemente Dom Erwin pediu audiência com a presidente Dilma, na esperança de persuadi-la a mudar de opinião (!), porém ela indicou o ministro Gilberto Carvalho para recebê-lo. O bispo declinou, já que esse ministro nem respondeu à carta que o movimento anti-Belo Monte lhe escreveu sobre o assunto.

Dom Erwin, ao final da carta, diz que não abre mão de lutar pelo fim de Belo Monte. Muita coragem e determinação em suas palavras. Porém, há de se convir, ele está presenciando, nesse momento, em Altamira, a chegada dos imensos, gigantescos caminhões, tratores, pilhas e pilhas de explosivos, para abrir o canteiro de obras da usina. O dinheiro está rolando descaradamente pela cidade na captação do apoio e simpatia da população, inclusive indígena, para aceitar ou ao menos acatar a monstruosa usina.

Que poderá fazer a mais, o nosso bispo, do que já fez em matéria de protestos, de encaminhamentos às autoridades brasileiras e aos amigos internacionais, às ONGs e às Igrejas europeias?

Até Raoni, infelizmente, aceitou hoje um convite para conversar com a atual direção da Funai, essa mesma que assinou a licença antes mesmo do Ibama e que já se declarou a favor de Belo Monte!

Que protestos a mais poderá haver? Schwarzenegger, Cameron? O filme Avatar como representação da resistência ao capitalismo do mal? Ah, não!

Me pergunto tudo isso porque estou vendo a realidade se movendo em direção à construção dessa usina, tal como a ditadura militar abriu a Transamazônica, à revelia dos paraenses e da esquerda brasileira. Tal como estão construindo os canais de transposição da água do rio São Francisco, à revelia do bispo de Cabrobó.

A ironia é que ultimamente têm sido governos de esquerda que estão abrindo desbragadamente a Amazônia ao capitalismo brasileiro e mundial. Um capitalismo que nem ao menos consulta os interesses dos moradores da Amazônia, e um governo que se mostra infiel às suas leis, como a Convenção 169 e o Estatuto do Índio.

Alô, alô, presidente Dilma Roussef!

Darcy Ribeiro, nosso amigo comum, a quem a Sra. tanto cita com admiração e respeito, não gostaria de ver que o desenvolvimento da Amazônia fosse feito à custa do sofrimento e da destruição dos povos indígenas!

Honre essa amizade! Abra um diálogo com a população para explicar o que pretende com tudo isso!

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BELO MONTE: O DIÁLOGO QUE NÃO HOUVE
Carta aberta à Opinião Pública Nacional e Internacional

Venho mais uma vez manifestar-me publicamente em relação ao projeto do Governo Federal de construir a Usina Hidrelétrica Belo Monte cujas consequências irreversíveis atingirão especialmente os municípios paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu e os povos indígenas da região.
         Como Bispo do Xingu e presidente do Cimi, solicitei uma audiência com a Presidente Dilma Rousseff para apresentar-lhe, à viva voz, nossas preocupações, questionamentos e todos os motivos que corroboram nossa posição contra Belo Monte. Lamento profundamente não ter sido recebido.
Diferentemente do que foi solicitado, o Governo me propôs um encontro com o Ministro de Estado da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. No entanto, o Senhor Ministro declarou na última quarta-feira, 16 de março, em Brasília, diante de mais de uma centena de lideranças sociais e eclesiais, participantes de um Simpósio Sobre Mudanças Climáticas que “há no governo uma convicção firmada e fundada que tem que haver Belo Monte, que é possível, que é viável... Então, eu não vou dizer prá Dilma não fazer Belo Monte, porque eu acho que Belo Monte vai ter que ser construída”.
Esse posicionamento evidencia mais uma vez que ao Governo só interessa comunicar-nos as decisões tomadas, negando-nos qualquer diálogo aberto e substancial. Assim, uma reunião com o Ministro de Estado Gilberto Carvalho não faz nenhum sentido, razão pela qual resolvi declinar do convite.
Nestes últimos anos não medimos esforços para estabelecer um canal de diálogo com o Governo brasileiro acerca deste projeto. Infelizmente, constatamos que esse almejado diálogo foi inviabilizado já desde o início. As duas audiências realizadas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 19 de março e 22 de julho de 2009, não passaram de formalidades. Na segunda audiência, o ex-presidente nos prometeu que os representantes do setor energético, com brevidade, apresentariam uma resposta aos bem fundamentados questionamentos técnicos feitos à obra pelo Dr. Célio Bermann, professor do curso de pós-graduação em energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. Essa resposta nunca foi dada, como também nunca foram levados em conta os argumentos técnicos contidos na Nota Pública do Painel de Especialistas, composto por 40 cientistas, pesquisadores e professores universitários.
Observamos, pelo contrário, na sequência a essas audiências, que técnicos do Ibama reclamaram estar sob pressão política para concluir com maior rapidez os seus pareceres e emitir a Licença Prévia para a construção da usina. Tais pressões políticas são de conhecimento público e motivaram, inclusive, a demissão de diversos diretores e presidentes do órgão ambiental oficial. Em seguida, foi concedida uma "Licença Específica", não prevista na legislação ambiental brasileira, para a instalação do canteiro de obras.
No dia 8 de fevereiro de 2011, povos indígenas, ribeirinhos, pequenos agricultores e representantes de diversas organizações da sociedade realizaram uma manifestação pública em frente ao Palácio do Planalto. Na ocasião, foi entregue um abaixo-assinado contrário à obra, contendo mais de 600 mil assinaturas. Embora houvessem solicitado uma audiência com bastante antecedência, não foram recebidos pela Presidente. Conseguiram apenas entregar ao ministro substituto da Secretaria Geral da Presidência, Rogério Sottili, uma carta em que apontaram uma série de argumentos para justificar o posicionamento contrário à obra. O ministro prometeu mais uma vez o diálogo e considerou a carta"um relato que prezo, talvez um dos mais importantes da minha relação política no Governo (...) vou levar este relato, esta carta, este manifesto de vocês, os reclamos de vocês...". Até o momento, nenhuma resposta!
As quatro audiências - realizadas em Altamira, Brasil Novo, Vitória do Xingu e Belém - não passaram de mero formalismo para chancelar decisões já tomadas pelo Governo e cumprir um protocolo. A maioria da população ameaçada não conseguiu se fazer presente. Pessoas contrárias à obra que conseguiram chegar aos locais das audiências não tiveram oportunidade real de participação e manifestação, devido ao descabido aparato bélico montado pela Polícia.
Até o presente momento, os índios não foram ouvidos. As "oitivas" indígenas não aconteceram. Algumas reuniões foram realizadas com o objetivo de informar os índios sobre a Usina. Os indígenas que fizeram constar em ata sua posição contrária à UHE Belo Monte foram tranquilizados por funcionários da Funai que as "oitivas" seriam realizadas posteriormente. Para surpresa de todos nós, as atas das reuniões informativas foram publicadas pelo Governo de maneira fraudulenta em um documento intitulado "Oitivas Indígenas". Esse fato foi denunciado pelos indígenas que participaram das reuniões. Com base nestas denúncias, peticionamos à Procuradoria Geral da República investigação e tomada de providências cabíveis.
A tese defendida pelo Sr. Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de que as aldeias indígenas não serão afetadas pela UHE Belo Monte, por não serem inundadas, é mera tentativa de confundir a opinião pública. Ocorrerá justamente o contrário: os habitantes, tanto nas aldeias como na margem do rio, ficarão praticamente sem água, em decorrência da redução do volume hídrico. Ora, esses povos vivem da pesca e da agricultura familiar e utilizam o rio para se locomover. Como chegarão a Altamira para fazer compras ou levar doentes, quando um paredão de 1.620 metros de comprimento e de 93 metros de altura for erguido diante deles?
Julgo fundamental esclarecer que não há nenhum estudo sobre o impacto que sofrerão os municípios à jusante, Senador José Porfírio e Porto de Moz, como também sobre a qualidade da água do reservatório a ser formado. Qual será o futuro de Altamira, com uma população atual de 105 mil habitantes, ao ser transformada numa península margeada por um lago podre e morto? Os atingidos pela barragem de Tucuruí tiveram que abandonar a região por causa de inúmeras pragas de mosquitos e doenças endêmicas. Mas os tecnocratas e políticos que vivem na capital federal, simplesmente menosprezam a possibilidade de que o mesmo venha a acontecer em Altamira.
Alertamos a sociedade nacional e internacional que Belo Monte está sendo alicerçada na ilegalidade e na negação de diálogo com as populações atingidas, correndo o risco de ser construída sob o império da força armada, a exemplo do que vem ocorrendo com a Transposição das águas do rio São Francisco, no nordeste do país. 
O Governo Federal, no caso da construção da UHE Belo Monte, será diretamente responsável pela desgraça que desabará sobre a região do Xingu e sobre toda a Amazônia. 
Por fim, declaramos que nenhuma “condicionante será capaz de justificar a UHE Belo Monte. Jamais aceitaremos esse projeto de morte. Continuaremos a apoiar a luta dos povos do Xingu contra a construção desse “monumento à insanidade”.

Brasília, 25 de março de 2011


Dom Erwin Kräutler
Bispo do Xingu e Presidente do
Cimi – Conselho Indigenista Missionário

20 comentários:

Anônimo disse...

Senhor Dom Erwin Kräutler,


Em primeiro lugar é preciso ter humildade e reconhecer que o cimi tem errado constantemente nesses últimos anos na política indígenista brasileira pelos seguintes motivos:

01) - Apoio a atual direção da funai;

02) - Omissão proposital em relação ao Decreto 7.056/2009;

03)- Indigenismo messiânico, despropositado e sem pé nem cabeça, principalmente no que diz respeito a regularização fundiária dos Guarani-Kaiowá - MS;

04) - Falta de lucidez ao apresentar a funesta proposta do novo estatuto dos povos indígenas em conjunto com os canalhas indígenas da comissão nacional de política indigenista;


05)- Falar mal da boca para fora. Criticam Belo Monte, mas apoiam a gestão de márcio meira através de saulo feitosa.

Esses e outros motivos deve fazer com que o conselho indigenista missionário venha a público através da imprensa e assuma seus erros grosseiros, pedir desculpas aos índios e começar uma nova era de relações com os índios brasileiros.

Anônimo disse...

A Igreja catolica romana e os INDIGENAS nos EUA e Canada: Hoje, 25.3.2011 (PBS Newshour): Os sacerdotes catolicos Jesuitas pagarao $ 160 milhoes as INDIGENAS, nos EUA e Canada, que como meninos foram vitimas de crimenes sexuais de sacerdotes jesuitas. (Na cidade de Philadelphia/Pennsylvania outros 37 sacerdotes catolicos estao na justicia devido a crimenes de pedofilia - alem dos anteriores 63 com procesos - assim um total de 100 sacerdotes catolicos numa cidade (New York Times)). --- Na Austria, (pais do Dom Erwin) ate ha caso de cardinal com historia de pedofilia, e o bispo de cidade natal de Dom Erwin (Koblach)- Bispo Edwin Fischer de Feldkirch tem sido investigado e tem admitido de ter cometido violencia contra menores (Vorarlberg Nachrichten). - jan z. volens.

Anônimo disse...

O caso dos crimenes de pedofilia de sacerdotes catolicos contra meninos indigenas nos EUA - (mais do que 500 casos) tem sido reportado multiplemente por agencias de noticias, veja: jesuits oregon settlement (Seattle Weekly Blog, UPI.com, newsminer.com, OregonLive.com, CNA Catholic News Service ) A demanda original era por $600 milhoes (Um milhao de $ por indigena) mais como a Igreja Catolica e os jesuitas em Oregon estao na falencia devido a casos anteriores, somente serao pagados aos indigenas $ 166 milhoes (dos quais $ 55 milhoes receberao os advocados.)

Anônimo disse...

As atrocidades cometidas contra os índios por homens pertencentes a distintos segmentos ao longo dos anos é realmente assustadora. Mas, assustador mesmo é ver pessoas que supostamente são críticos da indiferença estabelecer julgamento sumário para a Igreja Católica por causa de alguns membros.
Quantos homens abusaram e ainda abusam de crianças indígenas e a maioria sequer possui credo religioso? São caminhoneiros, turistas, garimpeiros, vereadores, deputados, prefeitos, entra tantas profissões, ocupações, etc...

Agora: Qual grupo de indigenistas que hoje se manifesta publicamente contra a degradação de Belo Monte para os índios afetados? Qual grupo de indigenistas saiu em defesa das crianças abusadas em Mato Grosso do Sul? Quantos indigenistas se apresentam ou contrariam publicamente o que o Custer Meira está fazendo?

Com poucas exceções, a maioria dos indigenistas permanece anônimo e covarde diante desse sistema opressor contra as minorias !!!!

Não sou do CIMI, sou um indigenista covarde, sem criticar aqueles que tentam !!!

Anônimo disse...

Acho extremamente descabido o comentário acima. Primeiro, há pessoas boas e ruins em todos os lugares, e a Igreja não está isenta disso. Segundo, há de haver grande respeito pelo CIMI e pela Comissão Pastoral da Terra, ambos braços da Igreja junto aos movimentos sociais. No Porantim, boletim do CIMI há várias críticas ä Gestão Márcio Meira e re-estruturaçào da Funai, de modo que eles se posicionaram sim. Mas há outros pontos nos quais não seria o caso de criticá-los, então o CIMI não critica. E com relação a Belo Monte, há sim indigenistas - melhor, servidores - que se manifestaram publicamente contra o projeto... estão sendo caçados e foram obrigados a retirar suas críticas. Há um caso muito famoso de um blog de servidor que deixou de exitir por essa razão. Temos posição em defesa dos índios, mas precisamos comer também, afinal, nem só, mas também de pão vive o homem.
Além do mais é muito cômodo vir aqui e se manifestar anonimamente, jogar o Meira no ventilador e se esconder por trás de um rótulo genérico. Que mudança desejam?
Muito respeito e apoio ao CIMI äs ONGs sérias que atuam junto aos indígenas e que em muitos casos são fruto de sua própria organização(cito algumas: COIAB, AFP, ISA, FOIRN, são as que eu conheço)!

Anônimo disse...

Existem pedófilos entre homens comuns, nem por isso todos os são;
Existem deputados e senadores corruptos, nem por isso todos os são;
Existem governadores e prefeitos corruptos; nem por isso todos os são;
Existem antropólogos venais,por dinheiro ou glória, mas nem todos são;

Anônimo disse...

sábado, 26 de março de 2011Mais um índio baleado no Maranhão. A luta dos Krikati não conhece fim.

Em 9 de março, o indígena Bebeto Tum Krikati, de 24 anos, que vive na Terra Indígena Krikati, foi baleado no tórax enquanto caçava dentro de seu território. Ele ainda está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Imperatriz (MA) em estado muito grave. Lideranças indígenas na região acreditam que esse ataque tem relação com o processo em curso de 'desintrusão' da terra, ou seja, a saída dos fazendeiros do território reservado aos índios.O mandante da tentativa de homicídio foi um dos fazendeiros que invadiram as terras e tem que deixá-la, de acordo com as lideranças indígenas.



O povo indígena Krikati vive uma a situação de conflito praticamente permanente no sudeste do Maranhão, onde ficam cinco aldeias distribuídas numa área de 146 mil hectares, com as ameaças dos fazendeiros. A área abrange quatro municípios maranhenses, em uma região marcada pela grilagem de terras por fazendeiros nas décadas passadas. Com a demarcação da área em 1997 e a homologação em 2004, a pressão têm aumentado sob os povos indígenas.A situação na região está tensa. Para evitar o recrudescimento dos ataques, os indígenas cobram uma intervenção dos órgãos responsáveis na região.



Há anos os povos Krikati vêm solicitando a retirada dos fazendeiros da área. Esse problema não se limita a esse território. Há lideranças indígenas ameaçadas, sendo que muitas foram assassinadas, em outras regiões do Maranhão, inclusive em áreas com terras já homologadas e sem ocupação de não-indígenas. Nesses casos, os conflitos são causados pela ação ilegal de madeireiros para retirar madeiras dos territórios, como acontece na Terra Indígena Arariboia, onde os indígenas lutam pela preservação de suas matas.

(Por: Reynaldo Costa- Da Página do MST)

Postado por Claudio Maranhão às 07:22 0 comentários:
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Anônimo disse...

quarta-feira, 30 de março de 2011Awá-Guajá isolados fazem contatos com Guajajara na T.I. Arariboia




Em fevereiro deste ano, indígenas do povo Tenetehara/Guajajara tiveram contato com grupo isolado, por opção, na Terra Indígena Araribóia. As lideranças indígenas Edilsom, Alcides, Zezico e Luís Carlos, todos Tenetehara/Guajajara, informaram à equipe do Cimi Regional Maranhão que no final de fevereiro o indígena Clóvis Guajajara encontrou um jovem Awá, no centro (roça) próximo a aldeia Vargem Limpa, na terra indígena Araribóia, oeste do Maranhão. Segundo os indígenas, no momento do encontro com o jovem este saiu correndo, mas em seguida retornou com seu grupo, composto de cinco integrantes. Além dessas cinco pessoas, havia outras que ficaram de longe a observar.



Clóvis não soube dizer exatamente quantas pessoas eram, mas informou que havia jovens, crianças e idosos. De acordo com os indígenas, houve uma tentativa de diálogo por parte de Clóvis, que não obteve sucesso. O grupo, que na negativa de conversas, retornou à mata, demonstrou mais uma vez a renúncia do povo Awá em fazer contato com outros indígenas. O povo Awá, assim como diversos povos indígenas do país, continua ameaçado pela ação dos madeireiros, que agem impunemente na terra indígena Araribóia e que estão chegando cada vez mais próximo das aldeias do povo Guajajara. Numa ação desrespeitosa para com as comunidades indígenas, tais atividades têm colocado em risco a vida dos grupos Awá que vivem dentro do território, onde encontram caça e frutas em abundância.



Os Tenetehara/Guajajara estão preocupados e denunciam a ação dos madeireiros no estado. A região onde o grupo foi avistado é um dos últimos lugares que não tinha a ação predatória dos madeireiros, rica em recursos naturais indispensáveis para a sobrevivência dos Awá, como também dos Guajajara. Segundo os indígenas, a região é composta de árvores de grande porte, a mata nativa, riqueza hoje ameaçada pelas atividades madeireiras.



Os indígenas denunciam ainda omissão da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ibama em relação à depredação das terras indígenas pelos madeireiros, velhos conhecidos na região. De acordo com eles, houve um aumento significativo da presença de madeireiros que entram dia e noite na terra, destruindo os últimos recursos naturais onde vivem os grupos Awá, povo com grupos isolados e outros de recente contato. (Fonte: CIMI/MA)

Postado por Claudio Maranhão às 05:16 0 comentários

Mercio Gomes disse...

Amigos da Funai: um indigenista amigo me enviou a mensagem abaixo para me lembrar da Ediana, que faleceu hoje subitamente a caminho do trabalho. Sim, me lembro dela e de sua dedicação à memória indigenista. Deixo as palavras da mensagem de recordação do indigenista amigo, o detalhe de ela estar com um livro de Rondon nas mãos e estar lendo o lindo livro de Darcy sobre os Urubu-Kaapor. São mementos de sua vida dedicada ao indigenismo brasileiro:

Mércio,
Não sei se você lembra dela. Ediana Barreto Brasil, historiadora, do Centro de Documentação Antonio Pereira Neto (da antiga CGPIMA).
Indigenista, guardava cada documento, cada foto, livro, relatório, como se fosse uma relíquia de colecionador.
Hoje pela manhã, caminhando em direção ao trabalho, subitamente faleceu, na calçada, em frente a Igreja dom Bosco. Sob sua cabeça um livro sobre Rondon e estava lendo “Diários Índios” (Darcy)

Anônimo disse...

Ela era uma verdadeira indigenista, e não este povinho que se intitula indigenista apenas para ganhar dos cofres publicos.

Anônimo disse...

10. Que a Funai conclua o processo de reestruturação, garantidos os recursos financeiros e humanos, para superar a situação de falta de direção e descontentamento que está generalizando-se nas distintas regiões do país, assegurando de fato a participação das organizações e lideranças indígenas no processo de discussão dos ajustes ao Decreto, na formulação do regimento interno da Funai, na composição e localização das coordenações regionais e coordenações técnicas locais, e em todo o processo de implementação e controle social da reestruturação.

Que os Seminários sobre a reestruturação não sejam simples repasses de informações ou de esclarecimentos, muito menos de anuência dos nossos povos às propostas da Funai, mas que possibilitem o levantamento das reais demandas para ajustar a reestruturação às realidades de cada povo ou região


"li todo o manifesto e, achei muito interessante, me pareceu que o CNPI está alheio ao que deveria ja ter acontecido na FUNAI no dia 29 de dezembro de 2009, um Decreto redodinho. um Decreto nao é regulamentado,ele ja, por si, é um regulamento."
Se a Reestruturação da FUNAI nao emplacou foi por incompetencia de seus criadores e, neste caso na pessoa do Sr. Marcio Meira que, inclusive, é o Presidente do CNPI, ESSE CONSELHO DEVE ESTAR E ESTÁ SEM RUMO COMO A FUNAI
Nas Aldeias, o reinado ja acabou faz algum tempo, os caciques, qdo pisam na "bola" são destituidos do cargo e, vem cá, porque será o CNPI nao adota, as regras das aldeias?

Um Conselho reclamar com o Ministro da Justiça e com a Presidente, quando ele (CNPI) poderá aconselhar à FUNAI (Marcio Meira e Diretoria) a implantar, de fato, a estrutura da FUNAI? o CNPI "aconselhar" o Presidente da FUNAI, reordenar os territorios e aproximar a FUNAI das comunidades indigenas. Ainda dá para melhorar a FUNAI, mas nao com com tudo que se tem agora, dá, até para aprovoveitar alguam coisa do Decreto como a extinçao de psotos indigena em algumas regiões do Brasil.

Anônimo disse...

GENTE, COM ESSA SITUAÇÃO CAÓTICA EM QUE SE ENCONTRA A FUNAI, SOFREMOS NÓS FUNCIONÁRIOS E SOFREM NOSSAS FAMÍLIAS.
SÃO DESMANDOS, PERSEGUIÇÕES E TANTAS OUTRAS ARBITRARIEDADES....

QUANDO É QUE ISSO VAI ACABAR?

LI UM POSTANTE AQUI NESTE BLOG DIZER: QUE OS NOVOS INDIGENISTAS SÃO OS BONS, QUE AMIZADE ENTRE FUNCIONÁRIO E ÍNDIOS NÃO É IMPORTANTE, QUE ÓS ÍNDIOS NÃO DEVE VIVER DO PASSADO, ETC.

CARACAS! QUE PESSOAS INTELIGENTES ESTES NOVOS ,NÃO É MESMO? E NÓS, SOMOS BURROS, DEFASADOS?
SAIBAM ELES QUE, SOMOS TUDO DE BOM, ALÉM DE SERES HUMANOS QUE DEDICARAM SUAS VIDAS , DURANTE MUITOS ANOS, A ESTA CAUSA TÃO NOBRE: índios.

DÁ UMA TRISTEZA TÃO GRANDE NO CORAÇÃO. QUE PENA!

MÉRCIO, AS COISAS ESTÃO TÃO FEIAS NA SEDE, QUE NÓS, OS ANTIGOS E SACANEADOS ,, SE NÃO TOMARMOS CUIDADO COM OS NOSSOS CORAÇÕES, PARTIREMOS DA MESMA FORMA QUE A NOSSA QUERIDA EDIANA BRASIL.
É MUITA ANGUSTIA, TRISTEZA E SOFRIMENTO COM TUDO ISSO QUE ESTÁ ACONTECENDO NA FUNAI.

Anônimo disse...

Conordo com tudo que o colega falou no comentário acima, não sei se serve de consolo más nas CTLs nós nem somos tratados como nada, se existe alguma tarefa na funai, não é compartilhada conosco, não tem mais àgua,energia,telefone tudo cortado por falta de pagamento e isso só incomoda é nos mesmos que gostaria pelo menos continuar a frequentar o nosso local de trabalho, apesar de sentirmos que o prazer dos mandões é que nós antigos todos morramos.Será que eles lembram que deus existe, humilhem bem. lpensam mesmo

Anônimo disse...

Longhi é indiciado por formação de quadrilha
DOURADOS NEWS 01/04/2011 12h00

O vereador Dirceu Longhi (PT) e sua esposa, Arlete Pereira de Souza, foram indiciados pela Polícia Federal de Dourados por formação de quadrilha e cárcere privado. Eles são acusados de incentivar e financiar a invasão do prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio), no final de 2009.

O inquérito policial foi finalizado no último dia 22 e, segundo as investigações, Dirceu e Arlete teriam dado ordem para que os indígenas que passaram meses acampados em frente a Funai, invadisse o local, para forçar a saída da então administradora da Funai, Margarida Nicoletti.

O intuito da ação era que Arlete Pereira assumisse a Funai e usasse o órgão em benefício da então candidatura de Dirceu Longhi a Deputado Estadual. Os dois foram indiciados por infração aos artigos 148 e 288, do Código Penal. O inquérito foi relatado e encaminhado ao Ministério Público Federal de Dourados.

Arlete Pereira exercia o cargo de responsável pela Funai de Ponta Porã e há cerca de 60 dia pediu exoneração

Em resposta ao Dourados News, o vereador Dirceu Longhi, disse que já prestou depoimento à polícia e que não tem nenhuma relação com caso. “O fato de minha mulher ser indicada à Funai naquela época não é prova de nada, os que invadiram é que têm que responder”, disse.

O vereador falou que as acusações são baseadas em depoimentos de três ou quatro indígenas que, segundo ele, o tentaram extorquir e “não conseguiram agora tentam me incriminar”, falou. Longhi disse, ainda, que há indígenas que participaram do acampamento em frente a Funai e que farão parte de sua defesa


Entenderam o DRAMA???
Em 2009, final de 2009, nao existia Coordenação em Ponta Pora, foi nomeada alguem sob investigação por ivansao a orgão Publico...
Culpa de quem?

Anônimo disse...

Na realidade, tudo não passa de questão de interesses por DAS, vcs acham que na Sede da FUNAI não existe isso, aqui a briga é para quem der mais ganha DAS, quem der menos perde DAS, quanto mais DAS mais eu tenho poder eu posso ter, não se quer realmente fortalecer a instituição, mas sim agradar a gregos e troianos pelo poder corrompido na atual direção, e sempre procuram culpar a CHICA, pobre coitada as vezes é ate motivo de chacotas diante dos que se dizem seus amigos e dos que freqüentam sua própria sala para despachar. Esta atual gestão, não esta nenhum pouco preocupado em realmente fazer algo pelos índios e nem pelo indigenismo, estes não enxergam ou fingem, a esperança no fim do poço, ninguém realmente sabe, o que realmente se vê é pessoas inescrupulosas causando desconforto com os seus poderes de Ditador, gritando com as pessoas, irritando as pessoas ate o ultimo momento em que estas não conseguem suportar e revidam ou as vezes ate passam mal.

Anônimo disse...

Muitas das vezes acusamos a Direção da casa por tomadas de decisões ou por ordens mal aplicadas ou por nefastos desejos de massacrar, mas na realidade só existe algumas pessoas que praticam que praticam estes atos, não se trata de toda a direção, as ameaças, por exemplo, da DAGES é na verdade praticada por um verme Hilder, no DPDAS e praticada pela Elza, estes praticam em nome das boas praticas e dos bons costumes, no DPT fica difícil localizar um nefasto pois não conheço a equipe, mas vejo que La existe um elo de boas praticas e convivência para um bem comum, o que não ocorre nas outras duas diretorias, será que um dia teremos paz na FUNAI, será que haverá salvação, ninguém mais suporta estas duas criaturas, e como ninguém toma atitude nenhuma a FUNAI vai a trancos e barrancos funcionando, existe ate contratado que o sangue sobe e este procura demonstrar que também tem poder, pois o poder a ele foi dado pelo seu chefe nefasto, o cara enfrenta ate servidor quem diria a FUNAI chegar a onde chegou.

Anônimo disse...

pois é, no estado de MS não é novidade alguma o envolvimento desse vereador e sua esposa arlete, alias só a direção geral da funai não sabia. como pode uma pessoa estar respondendo a inquerito policial ser nomeada a cargo de confiança? as barbaridades não param por aí. a dita foi detida pela policia federal, fragada transportando panfletos e cestas básicas da conab, em veículo oficial dentro de uma aldeia e ainda teve a cara de pou em dizer que iria fazer reunião com os indios apenas, em pleno sábado, vespera das eleições... não só ela e seus comissionados, todos enganjados na candidatura de seu esposo, utilizando diversos meios do estado para isso. a propósito ela não pediu demissão, foi demitida, por varias pressões de indios, funcionários, politicos da região, ourtos órgãos do governo feceral e principalmente MPF. Já foi tarde, deichou um rastro de destruição aos guaranis. A direção da FUNAI foi alertada e acobertou todas os seus atos.
Porém não sabemos os destinos da regional de ponta porã, pois está para ser nomeada uma nova pessoa que ninguem sabe ainda quem é, estão escondendo as sete chaves, será melhor? ou não? duvido, com essa direção atual, é só barganha politica, nem aí para os indios...

Anônimo disse...

Caramba
O Presidente da FUNAI deveria ser dmitido por esse transtorno de Ponta Porã, que moral terá em tratar algum assunto naquela região?
falta de etica na admistração publica.
acho que nem necessita de PAD para ter ampla defesa.. os fatos por si só ja trouxe desconforto para a Casa Civl da Presidencia da Republica e, que era o Ministro daquela casa na epoca da pesquisa?
Falta de etica mesmo

Anônimo disse...

Caros companheiros,

Vocês sabem da maior? O Rilder foi fazer o curso de pregoeiro e saiu debaixo da pancada, está com a cara toda machucada /esburacada, que coisa feia.....Quem procura acha.

Anônimo disse...

Uma hora dessas ele encontra algume que vai gritar mais ou melhor falar mais alto, e que ele ira respeitar, ja que não respeita nem o proprio presidente.

 
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