segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Video mostra chegada dos policias federais e tiroteio na Aldeia Munduruku
O video acima mostra uma versão diferente da que foi dada pelo delegado da Polícia Federal que comandou o ataque aos índios Munduruku e Kayabi, em aldeia na beira do rio Teles Pires,
É um video simples, de 6´38´´, feito claramente por um amador, provavelmente indígena, que estava fascinado pelo voo do helicóptero. Só no último minuto, no minuto 5, 38 segundos, é que se ouve o primeiro tiro sendo disparado. Sete segundos depois ouve-se outro estampido. Em seguida vem um voleio de tiros, bem mais de 30, até que o cineasta perde o controle, provavelmente cai, pois a última cena mostra a grama de pertinho, e o video para.
Vê-se nos primeiros minutos que não havia preparativos para receber os policiais com emboscada. Ao contrário, havia mulheres crianças e jovens passeando pela aldeia. O cineasta foca o helicóptero e não parece se dar conta de que algo possa estar acontecendo. Alguém passa e pede um cigarro. Um rapaz passa andando com uma borduna e vai em direção ao helicóptero; um vai correndo com um maço de flechas, eis o que vemos de preparativos de guerreiros.
Enquanto isso, o helicóptero para no campo de futebol da aldeia e dele descem uns 8, 10 policiais. Depois, vê-se que eles entram na barcaça localizada na beira do rio, todos portando armas, tipo fuzil ou metralhadora. Estão vestidos para a guerra. Em certo momento, antes do tiroteio, vê-se que eles estavam tensos, mas não nervosos a ponto de disparar.
Considerar que houve uma emboscada é pura fantasia. Não se vê lances de flechas sendo atiradas em direção aos policiais. O que se vê são policiais mirando e atirando para uma direção no mesmo nível, e alguém dizendo que são balas de borracha. Até então os índios estavam ingênuos.
O que pensar de tudo isso?
Primeiro, que cabe à Funai, ela própria, exigir do Ministério da Justiça uma abertura de inquérito e soltar uma nota de protesto contra a Polícia Federal e uma nota de solidariedade ao povo daquela aldeia, especialmente aos familiares do índio que foi mortalmente baleado três vezes.
Segundo, que cabe à Funai se dirigir aos Munduruku, aos Kayabi e aos Apiaká que moram na beira do rio Teles Pires e pedir desculpas em nome do Estado brasileiro e do indigenismo.
Terceiro, cabe à Funai e aos seus indigenistas retomar o diálogo com os povos indígenas, que vem perdendo cada vez mais nos últimos anos.
Quarto, cabe à presidenta Dilma Rousseff, em nome do Brasil, se dirigir oem desculpa, solidariedade e apoio aos índios feridos e agredidos e aos impactados por toda essa operação e pela ação de garimpeiros, madeireiros e barrageiros naquela terra indígena.
O que aconteceu foi um grave incidente no indigenismo brasileiro e não pode se deixar passar em brancas nuvens.
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7 comentários:
Existem mais vídeos com maiores informações onde o índio Leandro Apiaká informa a truculência da polícia e a execução de Adenilson Krixi Munduruku. No Portal da Tv Tapajoára e blog Amazônia em Foco podemos perceber que nem velhos, mulheres e crianças foram respeitados. No blog Faro Fino, há o relato da Camara de Vereadores sobre o episódio.Ação Digna de um filme escatológico de Francis Copolla, a exemplo de apocalyse now.
Até quando índios são seres humanos,tem espaço para todo mundo,respeitar a sua cultura.
E merda da grande imprensa controlada por grupos econômicos não divulga isso.
Outra coisa: dizem que a Marta Azevedo está para deixar o cargo.
Parabens Presidenta Marta, vc vai entrar pra história como a primeira mulher a girir a Funai e tambem a primeira a matar indios...só fez merda
Mércio, em oito anos, já vi índios serem assassinados por madeireiros, grileiros, garimpeiros, etc. Já vi alguns serem presos pela PF e camapnhas por sua soltura. A criminalização dos mesmos e de lideranças contrárias ao que está acontecendo também tem sido frequente.Mas é a primeira vez que um indígena é assassinado pelo Estado em 8 anos, e isso não pode ficar assim. Tem de acabar com o que ficou do Márcio Meira na FUNAI. Tem de ser punidos os responsáveis na Diretoria de Proteção, aliás, o ideal seria uma mudança completa nesta Diretoria que mudou o foco da demarcação para a perseguição. Fora o clã dos Azanhas e CTI da FUNAI.
Isto nunca acontecerá, o clã Azanha e a CTI veio para ficar, assim como muitos estão na FUNAI para ficar, apesar de terem apenas DAS.................
No- 1.577- Exonerar, a pedido, a partir de 16 de novembro de 2012, o
servidor THOMÁS SIMÕES SOTTILI, matrícula no 2586824, CPF
no 819.243.210-68, do cargo em comissão de Coordenador, código
DAS 101.3, da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial da
Diretoria de Proteção Territorial desta Fundação.
Qdo o barco afunda, os.... vaza..
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