sexta-feira, 27 de abril de 2012

Marta Azevedo se sai bem em seu "batismo de fogo"


Hoje foi o primeiro dia da nova presidente da Funai, Marta Azevedo. E ela começou seu dia recebendo um grupo de 30 líderes Xavante, entre os mais expressivos das terras indígenas Sangradouro, São Marcos, Parabubure e Marechal Rondon. São lideranças tradicionais e experimentadas, como Celestino, Aniceto e Pio, junto com novos líderes como Jeremias, Paulo César e Arnaldo. Os funcionários da Funai ficaram boquiabertos, esperando ansiosos pelo modo como a nova presidente se sairia.


E ela se saiu muito bem desse seu verdadeiro "batismo de fogo." Ouviu cada um dos Xavante, conversou com eles, argumentando e se comprometendo. Pediu tempo, mas não vacilou em compromissos. No essencial, Marta Azevedo deu confiança e teve respeito pelos Xavante, o que é algo que não se via na Funai há cinco anos. Só por isso já valeu pelo seu primeiro dia.

Aliás, o "batismo" de Marta já começara ontem, na sua posse, quando, para fazer uma média política, se declarou uma continuadora da gestão que estava substituindo. Inclusive chegou a elogiar a "re-estruturação" da Funai. Seu antecessor tentou convencer a plateia do seu papel na "salvação" da Funai, inclusive chegando ao ponto de dizer que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia sugerido ao presidente Lula para "acabar" com a Funai. Ora, isso não era conhecido de ninguém, mesmo porque Lula não era de ouvir FHC, ao contrário, como todo mundo sabe.

Na cerimônia de posse havia um evidente desconforto do ministro José Eduardo Cardozo com esse discurso sem sentido. Por onde é que a questão indígena havia chegado!!!

De todo modo, na reunião com os Xavante, a presidente Marta Azevedo fez questão de apresentar-lhes sua nova e principal assessora, a advogada Luzia, que já ficou como representante e intermediária de Marta na relação com os Xavante.

Os Xavante não têm papas na língua. Protestaram que seu discurso de continuidade à gestão anterior não podia ser aceito por eles, que muito vinham sofrendo com o fim dos postos indígenas e das administrações regionais, com o descaso da presidência anterior e com o domínio do CTI e seus representantes sobre assuntos xavante e sobre suas terras, passando por cima da tradição xavante de discutir todos os temas no warã, nas suas assembleias diárias.

Os Xavante ouviram de Marta que ela vai mudar o rumo que a Funai vem tomando. Vai mudar diretores e coordenadores, conforme os avaliar como negativos ou positivos para o projeto que ela quer imprimir no órgão. Nesse sentido, no entender dos Xavante, Marta já destituiu um desses coordenadores, no ato mesmo da conversa com eles, para ser substituído por sua assessora.

Os Xavante saíram bem impressionados, e voltam para suas terras para contar das novas. Que os demais índios saibam disso e procurem seus direitos e ajudem a mudar a Funai.

9 comentários:

Anônimo disse...

Presidenta,se vc fazer o que o blog esta falando, com certeza terá apoio da maioria dos funcionários inclusive dos antigos..
Ja´que haverá mudança de coordenadores, não se esqueça da Thais e sua turma, Thomas, Alessandro etc..eles abandonaram as T.I. nas mãos de garimpeiros e madeireiros..

Anônimo disse...

O Sr. Marcio Meira até teve boa vontade de trabalhar na FUNAI, mas sua equipe acabou com tudo, a começar com o Dr. Aluizio Guapindaia, o arquiteto da destruição seguido da senhora Francisca Picâncio a grande informante das tragedias dentro das areas indigenas

Anônimo disse...

SERVIDORES PREJUDICADOS EM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS, DEVERÃO MOVER AÇÃO CONTRA A FUNAI.SE VOCE ESTIVER NESTAS\CONDIÇÕES, ENTREM EM CONTATO COM O SINDICATO E A ANSEF

Anônimo disse...

SE MEIRA TEVE VONTADE FICOU NESSA VONTADE PORQUE FOI UM MARIONETE NAS MÃOS DE INCOMPETENTES,INCLUSIVE DOS QUE LEVOU AQUI DO PARÁ COM DAS.FECHOU A COORDENAÇÃO DE BELEM PASSOU PARA ALTAMIRA QUE ESTÁ A MAIOR BAGUNÇA E FESTIVAL DE CALA BOCA DOS INDIOS FORNECENDO COMBUSTIVEL E CESTAS BÁSICAS.A COORDENAÇÃO DE ALTAMIRA ABANDONOU OS TEMBÉS E OUTRAS ETNIAS AQUI PROXIMO A BELEM.É MADEIREIROS PRA TODOS OS LADOS NAS TERRAS DOS TEMBÉ. CTLS SEM APOIO ALÉM DA INCOMPETENCIA. SE A PRESIDENTE VAI DA CONTINUIDADE AO QUE O MEIRA DEIXOU,......TOMARA QUE NÃO.
E.T. DONA VANESSA QUANDO VOCE VEM A BELEM?

Anônimo disse...

AOS AMIGOS ANÔNIMOS (se é possível ter rsrsr) E LEITORES DESTE BLOG.
HAVEMOS DE RECONHECER O ESPAÇO LIBERADO PELO DR. MÉRCIO, QUE MUITO CONTRIBUÍU COM TODOS NÓS SERVIDORES DA FUNAI E INDÍGENAS, NA LUTA E BUSCA DA PRESERVAÇÃO E SOBERANIA INSTITUCIONAL DO ÓRGÃO FUNAI.
OBRIGADO DR. MÉRCIO, CONTINUAREMOS JUNTOS COM A MESMA PERSEVERÃNCIA, SSIM, COMO, NA PERSPECTIVA DA RETOMADA DIGNA DO CONTROLE DA FUNAI, PARA O BEM DE TODOS; ÍNDIOS E NÃO ÍNDIOS, INCLUSIVE O RESPEITO E CONTROLE DAS QUESTÕES DE DOMÍNIO TERRITORIAL, DEMARCANDO E DEVOLVENDO AS TERRAS INDÍGENAS.
SE A SRª PRESIDENTE QUIZER DE IMEDIATO RETOMAR E REORGANIZAR À FUNAI, A COORDENAÇÃO DE CUIABÁ-MT., ESTÁ À DISPOSIÇÃO PARA OFERECER-LHE BONS E COMPETENTES COLEGAS, A ALTURA DE ASSUMIR E COMANDAR SEM RANCOR E PERSEGUIÇÃO, DIFERENTEMENTE DOQUE VEM OCORRENDO.
ABRAÇOS.

Anônimo disse...

A AER DE BELÉM NOS ÚLTIMOS ANOS NUNCA TEVE OS OLHOS VOLTADOS PARA OS KAYAPÓ, WAI-WAI E OUTRAS ETNIAS, SÓ TRABALHAVA GASTANDO DIÁRIAS COM VIAGENS AOS TEMBÉ...

Anônimo disse...

ÍNDIOS DE PERNAMBUCO QUEREM O RETORNO DA ADMINISTRAÇÃO RECIFE., MAS SEM OS COORDENADORES CARLOS DE P. AFONSO E O FREDERICO O FRED DE MACEIÓ QUE CONTINUA SENDO UM PAU MANDADO.A PRESIDENTA DRA. MARTA, FICOU DE NOS DA UMA RESPOSTA.AGORA AQUELES SERVIDORES DE RECIFE PRECISAM TAMBÉM TRABALHAR,

Anônimo disse...

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,12/2012/05/01/interna_brasil,300348/policia-investiga-assassinato-de-lider-indigena-em-tribo-do-maranhao.shtml
Publicação: 01/05/2012 13:03 Atualização:

A Delegacia da Polícia Civil em Grajaú, no Maranhão, está apurando quem são os autores do assassinato da líder indígena Maria Pereira Guajajara, de 52 anos, morta a tiros no fim de semana na Terra Indígena Cana Brava, que fica na zona rural do município.

O delegado Alexandro de Oliveira Passos Dias disse à Rádio Nacional da Amazônia que dois homens entraram de moto na aldeia, com a autorização da própria líder indígena, alegando que iriam vender roupas e acessórios. Depois, pediram para comprar cigarros de maconha. O marido da índia entrou na casa para buscar os entorpecentes, neste momento, um dos homens sacou a arma e atirou em Maria Pereira. Os suspeitos fugiram. Até o momento ninguém foi preso.

A líder assassinada era conhecida por denunciar crimes de pistolagem e casos de extração ilegal de madeira. O delegado não descarta, ainda, que o crime possa ter como motivação o tráfico de drogas ou assaltos dentro da Terra Indígena Cana Brava.

“Nós vamos verificar essas duas linhas de investigação. O próprio marido da vítima 'ventilou' essa linha de investigação”. Conforme Passos Dias, os índios cultivam maconha dentro da terra indígena, atividade tolerada apenas para consumo próprio, o que, segundo o delegado, não está ocorrendo na região.

Segundo o delegado, também são frequentes os assaltos na região, em especial na BR-226. “Dentro dessa reserva indígena passa uma BR. Tanto indíos quanto brancos praticam os assaltos, aproveitam os quebra-molas para praticar os assaltos, usando armas de fogo”.

Na próxima quinta-feira (3/5), os guajajaras devem fechar a Rodovia BR-226 para pedir mais segurança e monitoramento das aldeias.

A situação dos índios no Maranhão tem recebido atenção da opinião pública de outros países. Recentemente, uma organização não governamental (ONG) britânica iniciou campanha internacional em defesa dos índios awá-guajás, ameaçados pela exploração ilegal de madeira. A campanha conta com o apoio do ator Colin Firth, vencedor do Oscar de melhor ator em 2011 pela atuação no filme O Discurso do Rei.

Em 2011, quatro indíos foram assassinados no estado. Além de assaltos e tráfico de drogas, as mortes podem estar relacionadas com crimes ambientais. Conforme o Conselho Missionário Indigenista (Cimi), ligado à Igreja Católica, no ano passado, 3,2 mil metros cúbicos (m³) de madeira foram apreendidos. Madeira suficiente para encher 160 caminhões. Este ano, já foram apreendidos cerca de 1.000 m³ de madeira.

Anônimo disse...

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff criou mais uma etapa no processo de reconhecimento de Terras Indígenas (TIs), o que protela ainda mais a definição dessas áreas. Dilma incluiu consulta prévia ao Ministério de Minas e Energia antes de qualquer decisão da Funai. Essa é a pasta que toca obras de hidrelétricas país afora. O resultado desse novo tratamento é que uma dezena de TIs já demarcadas e prontas para serem oficializadas está com seu destino incerto.

Na semana do Dia do Índio (19 de abril), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi cobrar de Dilma a homologação dessas áreas, cujos processos em sua maioria seguiam encalhados na Casa Civil desde maio de 2011, e foi surpreendido com a pergunta de Dilma sobre se Minas e Energia tinha sido ouvido.

Depois dessa conversa, seis processos de reconhecimento de TIs voltaram ao Ministério da Justiça para reavaliação: Rio Gregório (AC), Riozinho do Alto Envira (AC), Rio dos Índios (RS), Taboca (AM), Cacique Fontoura (MT) e Toldo Imbu (SC). Outros quatro — Tenharim Marmelos (AM), Xipaya (PA), Santa Cruz da Nova Aliança (AM) e Matintin (AM) — seguem na Presidência aguardando assinatura de Dilma.

Todos esses territórios já foram demarcados, às custas do governo, mas carecem da confirmação presidencial. Por conta da novidade, este último 19 de abril foi um dos raros Dias do Índio que passaram em branco. A data é normalmente comemorada pelo governo com a confirmação de novas áreas indígenas.

Na prática, Dilma incluiu a questão do desenvolvimento econômico na concessão de direito assegurado ao povo indígena pela Constituição. Dilma começou a dar às TIs o mesmo tratamento concedido às Unidades de Conservação (áreas federais de preservação ambiental).

Ex-presidente da Funai e fundador do Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli diz que é “estranho” e “extemporâneo” o que Dilma introduziu no processo de concessão de áreas indígenas. Ele não vê razão para que Minas e Energia ou qualquer outro tenha uma segunda chance para se manifestar sobre o assunto quando teve a chance de fazê-lo antes da fase final de tramitação do processo:

— Essa possibilidade não existe no processo administrativo. Quando uma área chega para homologação, a questão já chega limpa para a mesa da presidente. Todos os interessados tiveram 90 dias para se manifestar, e a decisão política de criar a área já foi tomada pelo ministro da Justiça. E se Minas e Energia disser que não quer a terra? Quem vai pagar os custos da demarcação?

Desde que assumiu a Presidência, Dilma homologou três territórios indígenas: TI Barro Alto e TI Sapotal, no Amazonas, e TI Sarauá, no Pará. Técnicos da Presidência creem que a Rio+20, em junho, seja uma boa oportunidade para Dilma homologar as quatro TIs que seguem em sua gaveta.

 
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