terça-feira, 2 de abril de 2013

Meu protesto indignado (de setembro de 2007 para hoje)

ESTA POSTAGEM FOI FEITA EM 12 DE SETEMBRO DE 2007. É REPUBLICADA AQUI PARA LEMBRAR O QUE ACONTECEU NAQUELE TEMPO E COMO O TEMPO MUDOU. AGORA AQUELES QUE DOMINAVAM A FUNAI ESTÃO SENTINDO O PESO DE SUA IRRESPONSABILIDADE POR ESTAREM LEVANDO O ÓRGÃO E OS INDÍGENAS À SITUAÇÃO DE DESCALABRO E PERIGO EM QUE SE ENCONTRAM NO MOMENTO
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Hoje é domingo, dia de indignações.

A notícia abaixo trata de uma campanha terrível, por sua maledicência e perversidade, contra minha indicação ao cargo de relator dos direitos indígenas da ONU. O Ministério de Relações Exteriores, sabedor do trabalho que fiz em prol dos povos indígenas e do Brasil nas várias reuniões que estavam elaborando tanto a Declaração Universal (ONU), quanto a Declaração Americana (OEA) dos Direitos Indígenas, me pediu o currículo vitae e o levou como indicação para o cargo de relator de direitos indígenas ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, que está no processo de mudar de relatores em várias instâncias.

Bem, o meu substituto na Funai soube do caso, chamou as Ongs que estão lhe dando apoio (para trai-lo depois, não se perde por esperar) e incitaram o Jecinaldo Barbosa, que é o principal novo mameluco brasileiro, e coordenador-geral da Coiab, a escrever um texto contra mim e contra essa indicação. Juntos na tramóia desavergonhadamente estão os cabeças do CTI, do CIMI e do ISA/Inesc, que sempre foram contra a minha presença na Funai, a qual eles consideram como algo a ser usado sempre a seu favor exploratório e nesse propósito não deixam de fazer o papel dos inimigos dos índios ao incitar todos, inclusive a opinião pública, a destrui-la. São contra mim não por algo que eu tenha feito ou deixado de fazer, mas por um princípio básico: eu não concordo com seu papel de destruidor do órgão indigenista, nem de criador de lideranças falsas e espúrias, em detrimento das lideranças reais dos povos indígenas. Essas Ongs estão criando os novos mamelucos que, um dia, irão trair seus patrícios, como já foi feito tantas vezes na história do Brasil. Eu não concordo com a ilusão messiânica que eles querem estabelecer nos índios como parte do processo de ascensão dos povos indígenas no panorama cultural e político brasileiro.

Assim, desde o começo da minha gestão na Funai, desde o próprio dia 4 de setembro de 2003, quando fui nomeado pelo presidente Lula, contra a resistência do PT, representado pelo José Dirceu, eles começaram a campanha contra mim. A eles se juntou uma certa parte do PT, inclusive incrustrada no Palácio do Planalto, como o assesor especial da presidência, César Alvarez, que tentou me derrubar da Funai de todos os jeitos, inclusive fazendo funcionários da Funai produzirem dossiês contra mim. E só não o conseguiu, esse despotazinho, porque o ministro Márcio Thomas Bastos sempre me defendeu por respeitar o meu trabalho. Basta ver as declarações desas Ongs publicadas na Internet (e algumas nos jornais) protestantando contra minha indicação e augurando uma rápida saída da Funai. Basta ver a gritaria que criaram contra mim, ainda em outubro de 2003, quando o ministro Márcio Thomas Bastos publicou a portaria de demarcação da Terra Indígena Baú, dos índios Kayapó, com 1.530.000 hectares, a partir de um acordo feito entre os índios, o Ministério Público, a Funai local e os fazendeiros, acordo este que foi trazido para mim pelo líder indígena Megaron e com assinatura de diversos Kayapó, inclusive Raoni, para ter validade imediata, e que foi festejada pelos cem índios Kayapó que moram na aldeia Baú, quando da finalização dessa demarcação, em 2005. Por que a gritaria, dizendo que eu havia diminuído essa terra, quando foi decisão dos próprios índios, que não reconheceram como tradicionalmente suas uma parte das terras anteriormente contempladas (340.000 hectares, do outro lado do rio Curuá) num relatório antropológico? Por que não respeitaram a decisão própria e soberana das lideranças Kayapó do Baú e até de Raoni? Na verdade, eles tentaram incriminar o Megaron, dizendo que havia recebido dinheiro para isso. Megaron teve que protestar contra essa ofensa em uma reunião da Funai, quando alguns funcioários lhe cobraram essa atitude, e ele se defendeu honradamente e demonstrou que era assim a vontade dos seus parentes Kayapó, que estavam em luta pela demarcação daquelas terras há muitos anos e não entendiam porque os brancos não a concluíam. Aí, os detratores recuaram de suas ofensas, esperando uma ocasião para voltarem a detratar alguém. Se não mais o Megaron, então eu, quando acharam de bom alvitre, mesmo que nenhum índio Kayapó tenha protestado ou revisto a decisão que haviam tomado. Eis o caráter despótico dessa gente perversa e oportunista.

Por outro lado, falam e alardeiam por todos os sites que têm relacionamento com eles, na vã esperança de que vire uma verdade, e não um mero fato espetaculoso e indecente, uma entrevista que dei para a Reuters em janeiro de 2006 na qual, com muito orgulho falava que o Brasil tinha demarcado muitas terras para os índios e estava à frente de todos os países nesse assunto. O conteúdo da entrevista, dado a um entrevistador russo, que se mordia de raiva por eu criticar a posição da Rússia em relação aos povos indígenas de seu território, foi transformada por deturpação linguística típica de jornalistas cretinos num sensacionalismo barato no sentido de que eu dissera que os índios teriam muita terra (em prosseguimento o jornalista Ivanildo Leite transformou a frase em ¨terra demais¨) e que o STF devia dar um basta nisso. A cretinice desse alardeio foi feita tanto pelas Ongs, notadamente o CIMI (ou, mais propriamente, seu vice-presidente Saulo Lustosa) por jornalistas ligados ao indigenista Sidney Possuelo, que sabia que estava para ser demitido porque os indigenistas que trabalhavam com ele não o toleravam mais e tinham vindo a mim pedir a sua demissão. Pois bem, para sair por cima, Sidney deu uma entrevista em Brasilia para o jornalista Leonêncio Nossa me chamando de ¨tutor infiel¨ pela alegação da entrevista de dizer que os índios tinham muita terra (nem tinha saído ainda a frase ¨terra demais¨).

Toda essa fancaria se transformou no mote que essa gente perversa esperava para me detratar e talvez me tirar da Funai. Não conseguiram o segundo ponto, pois a minha saída se deu por vontade própria, junto com o ministro Márcio Thomas Bastos, após 3 anos e meio na Funai, tendo batido todos os recordes de permanência e passado o cargo com todas as honras, único civil a fazer isto desde o tempo do SPI. Mas a detratação deve continuar sem parar, de que é exemplo o texto escrito pela Coiab/CIMI/CTI/ISA.

Talvez, em consequência disso tudo, o meu nome seja retirado da lista de indicações para votação, que está no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra. Será uma pequena desonra para o Brasil fazer isto perante as outras nações, como se estivesse acovardado diante de calúnias tão baixas e tão irreais. Nesse caso essa gente perversa e criadora da ilusão messiânica nos povos indígenas comemorará com afã.

No meu caso, vou prosseguir a divulgar minhas idéias, meu conhecimento e minha dedicação aos povos indígenas como herdeiro que sou, com orgulho, da tradição brasileira de Rondon, os irmãos Villas-Boas, Darcy Ribeiro, Carlos Moreira, Noel Nutels, Eduardo Galvão e tantos outros. Não tardará o dia em que toda essa farsa nacional de ilusionismo messiânico e formação dos novos mamelucos se desmoralizará. E os povos indígenas, em sua integridade e busca por soluções próprias e dentro da nação brasileira é que ganharão.

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Brasil deve mudar indicação para vaga na ONU

Polêmica pode tirar ex-presidente da Funai da disputa por cargo que trata de direitos dos indígenas

Jamil Chade, do Estadão

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GENEBRA - Uma candidatura do Brasil para ocupar um posto na ONU está causando polêmica dentro e fora do País. O cargo em questão é o de relator especial das Nações Unidas para os direitos dos Povos Indígenas, posto que estará vago a partir do próximo mês.
Inicialmente, o Brasil indicou o ex-presidente da Funai, Mércio Pereiro Gomes, como um dos candidatos. Mas diante das queixas de ativistas, o governo está sendo obrigado a repensar a indicação do brasileiro e não exclui a possibilidade de retirar seu nome da lista já apresentada à ONU.

Para completar, a disputa pela vaga poderá envolver uma batalha contra o governo de Evo Morales, que quer um boliviano indígena ocupando o prestigioso cargo.

Mércio Gomes, antropólogo, causou uma polêmica há dois anos ao afirmar que os grupos indígenas no Brasil já teriam terras demais. O ex-presidente da Funai alegou ter sido mal interpretado. Mas não convenceu os ativistas, que pressionaram para que ele fosse derrubado.

Agora, o governo sugeriu seu nome para o cargo na ONU que se ocupa de monitorar a situação dos indígenas no mundo, visitar países e denunciar violações. Hoje, a função é ocupada por Rodolfo Stavenhagen, do México.

Na ONU, alguns funcionários da entidade circularam mensagens em uma campanha contra sua indicação. No Brasil, entidades enviaram uma carta ao governo pedindo que a candidatura seja imediatamente retirada. "Manifestamos nosso repúdio à nomeação feita pelo governo", afirmam as entidades.

"A candidatura de Mércio Gomes constitui um afronta aos povos indígenas do Brasil, já que sempre atuou contra os nossos interesses", atacam os grupos, entre eles a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.

18 comentários:

Anônimo disse...

TENHO PRÁ MIM QUE O MARCIO MEIRA, ALUISIO GUAPINDAIA E A DENISE SCARPIN, NÃO VÃO ESCAPAR DE RESPONDEREM UM PROCESSO ADMINISTRATIVO.... TOMARA.

Anônimo disse...

esta mais facil nos servidores da FUNAI respondermos um Processo Administrativo, com penalidades do que esta turminha, que esta ( MARCIO MEIRA, ALUISIO GUAPINDAIA E A DENISE SCARPIN ),só de passagem pela FUNAI e faz o desmonte que fizeram, prejudicando os indios e os servidores

Anônimo disse...

Conversa fiada esse negocio de instalação de Comitê gesto na FUNAI.Nada disso funciona é pura mentira, para enganar os índios o TCU e o MPF.

Anônimo disse...

Funciona e como Funciona, só vc que não ve funcionando...........

Anônimo disse...

esté comentário do dia 9 de Abril 2013. 18:59, e bura mentira. esté comentário do dia 9 de Abril, 00:07e a verdade; Caro Anônimo sou indigena esté seu comentário que os comitê funcionando e pura mentira, eu falo sobre a região do nordeste. a base de Pernambuco e Bahia; allias todas regiões do brasil;

Anônimo disse...

Enquanto vcs índios ficarem divididos com suas regiões e não tiverem humildade de se aliarem em busca de um único ideal, que seria a sobrevivência indígena, não terão vez diante do desmando que anda a FUNAI, vcs precisam se unir, para conseguir conquistar.

Anônimo disse...

todos nos servidores e indios colaboramos com estes desmandos em que a FUNAI esta passando. Agora não tem mais como retornar, agora e uma nova FUNAI.

Anônimo disse...

http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/04/indios-invadem-plenario-da-camara

Anônimo disse...

demoro, so falta aacabarem com a funai

Anônimo disse...

http://www.valor.com.br/politica/3089662/com-orcamento-de-r-609-milhoes-funai-tem-apenas-17-pessoas-no-licenciamento#ixzz2QkPlAd8Y

Anônimo disse...

Ei, vocês aí, por onde anda ex- corregedora da FUNAI, fez os maiores estragos nas vidas dos servidores e deixou a bomba estourar nas mãos do presidentes dos PADs, que deverão no futuro muito proximo , responderem também a PADs, por improbidades administrativas, por cometerem erros direcionados. kkkkk quero mesmo ver como isso vai ficar.

Anônimo disse...

UÉ, VOCÊS NÃO SABIAM, POIS É A EX-CORREGEDORA DA FUNAI, POR TOTAL INCOMPETÊNCIA , DEPOIS DE PREJUDICAR VÁRIOS SERVIDORES, FOI DENUNCIADA POR ABUSO DE PODER, AO MINISTÉRIO PUBLICO LÁ EM PERNAMBUCO, NÃO AGUENTOU AS PRESSÕES, E PEDIU EXONERAÇÃO DO CARGO, POIS PARA ELA NÃO EXISTE FORO PRIVILEGIADO, E DEVE JUNTAMENTE COM OS PRESIDENTES DOS PADs , RESPONDEREM POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. QUER DIZER ISSO É O QUE SE COMENTA.AGORA COLOCAR POLICIAIS RODOVIÁRIOS PARA PRESIDIREM PADs E DIZER QUE É POR FALTA DE GENTE CAPACITADO DENTRO DA FUNAI. ISSO FOI A MAIOR PIADA DA CORREGEDORA, QUE DEVE RESPONDER ISSO NA JUSTIÇA, PELAS BOBAGENS COMETIDAS POR ELES (POLICIAS PRESIDENTES), VAMOS AGUARDAR OS DESFECHOS DESSA HISTORIA.

Anônimo disse...

Marcio Meira detonou a FUNAI, Denise Scarpin sacrificou servidores com punições absurdas,por se posicionarem contra o Decreto presidencial 7056, Sai o Lula, entra a Dilma , e o massacre continuou, Os índios contrarios aos servidores e a favor do ex- presidente maquiávelico, agora ,vendo que prepararam uma armadilha contra eles, acordara e querem seus direitos de volta, Coordenações Regionais foram criadas, e as administrações foram extintas, criaram-se coordenadorias técnicas , que até hoje não funcionam, e os Postos Indigenas foram esfacelados, com qual objetivo. O Ministério Publico a qual quer momento vai deixar de exercer o seu poder, e os deputados vão rir a toa. Ainda bem que a Justiça esta acima de tudo isso, e esperamos muito em breve que esta farsa caia por terra e que os verdadeiros culpados paguem por atos praticados dolosamente contra os servidores e principalmente contra os índios brasileiros. Este ano nada de comemorações, Apelamos à todos os servidore e índios prejudicados que denuciem a justiça federal e ao proprio Ministério Publico as arbitrariedades sofridas no decorrer dos anos que esfacelou a FUNAI. Ainda continuam os processos contra os servidores realizados por policias desclassificados, que não entendem nada a não ser levar adiante as ações maquiávelicas implantada pela incompetencia de uma corregedora que em minha opinião não tinha conhecimento de nada.Portanto fica aqui o meu pedido, todos os que foram e que estão sendo prejudicados procurem a Justiça de façam suas denuncias.

Anônimo disse...

"Quem muito julga, muito esconde. Quem muito condena, quer tirar de foco seus erros e apontar o dedo para os erros dos outros. A quantidade de pedras que você tem na mão é proporcional ao tamanho da máscara que usa."

Na realidade, não adianta vender o "Peixe", contra FATOS não há arugumento. Todos nós sabemos quem, de fato, são os heróis da causa indígena, assim como, sabemos quem são os Picaretas que passaram a vida toda, usando a ABA do chapéu de quem sempre trabalhou. Conta outra!

Anônimo disse...

AGORA?
AGORA OS ÍNDIOS ACORDARAM? CONTA OUTRA PIADA! OS ÍNDIOS DA CPI ENTREGRAM A FUNAI EM TROCAS DE DIÁRIAS, VIAGENS E HOTÉIS CHIQUES, E AGORA CUMPADRE?
BANDO DE PICARETA! TODOS ELES!
OS POBRES COITADOS DAS ALDEIAS É QUE SE LASCARAM...LITERALMENTE, PQ OS PICARETAS DA CPI, MUITOS DELLES, AINDAM ACHAM QUE TÁ TUDO BEM.
AGORA É TARDE....QUEM MANDOU ELEGER PICARETAS PRA COMPOR A CPI. PEGUE A FOTOS DOS ÍNDIOS DA CPI E VEJA A QUANTIDADE DE PICARETAS, PRINCIPALMENTE DO NORDESTE....
ENTREGARAM A FUNAI DE NADEJA.

Anônimo disse...

OPS!
ENTREGARAM A FUNAI DE BANDEJA!!!
AGORA GUENTEM!

Anônimo disse...

É isso aí...
Sabemos quem entregou a FUNAI pra ONG's e demais picaretas, em troca de cargos nas Regionais e CTL's.
Os índios parecem ter a memória fraca, mas nós servidores não temos!
Será que este Governo está bom pra índios e servidores antigos? Duvido!
Claro que não. Sabemos da situação em todo País.
E aí indígenas, tá bom pra voces? Se nós antigos não prestávamos, e agora?

Emanuel Souza disse...

curioso,
um rosário de denúncias contra o autor do blog, mas por que o anonimato?

 
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