De sobra, tece sua crítica substanciada sobre o decreto de reestruturação e o que está por vir.
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SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DA
FUNAI
DEPOIMENTO PESSOAL
Fernando Schiavini
Uma das coisas que sempre ouvi dos
líderes indígenas nas aldeias
(Warodi, Penon, Raoni, Pohi, Tep’yêt e
outros) e que incorporei ao meu modo de viver é: “Não queremos dinheiro,
riquezas e poder. Isso não foi feito para nós. Só queremos respeito!”
Com referencia à crise que se instalou na FUNAI com a edição
do Decreto nº 7.056 de 28.12.2009, dou abaixo meu depoimento pessoal
sobre o assunto, na intenção, sobretudo, de dar contribuição para uma
possível saída do impasse:
Ingressei na FUNAI como Técnico Indigenista no ano de 1975, após ter
prestado concurso público, freqüentado curso teórico de três meses e cumprido
três meses de estágio em Terra Indígena. Logo após a contratação fui enviado
para exercer a função de Chefe do Posto Indígena Kayabi, localizado no Alto
Tapajós, no Estado do Pará. Atuei também entre os Xavantes, no Posto
Indígena Pimentel Barbosa e entre as etnias do atual estado do Tocantins, especialmente
os Krahôs. Em missões eventuais, atuei em várias partes do país. Exerço,
portanto, o indigenismo há 35 anos. Fiz parte de um grupo de
indigenistas da FUNAI que lutou ferrenhamente contra a forma invasiva e
autoritária que o órgão atuava nas aldeias indígenas, aliando autoritarismo com
política indigenista ainda nos moldes do último quartel do SPI. Lutamos também
contra a corrupção praticada no órgão pelos dirigentes militares,
principalmente com relação a fraudes em demarcação de terras e recursos da
renda indígena. Na área administrativa enfrentamos uma turma de burocratas
aliada dos militares, ligadas a uma loja Maçônica, que agia nas sombras,
facilitando os trâmites burocráticos da corrupção. Ajudamos a
demarcar milhões de hectares de terras indígenas, na maioria das vezes
enfrentando graves e perigosos conflitos que colocavam em risco nossas vidas e
de nossas famílias. Lutamos contra a prática de transferir (desterrar)
povos indígenas para dar passagem a obras governamentais. Mudamos, com nossas
ações e discussões a forma como o órgão agia na questão dos povos indígenas
isolados, atraindo-os com bugigangas, com objetivo de “reduzi-los” e dar
passagem ao “progresso”. Com o conjunto de nossas ações internas, portanto,
conseguimos transformar um órgão público corrupto, autoritário e instrumento de
fortes interesses econômicos, em uma instituição que defende prioritariamente
os interesses dos povos indígenas.
Não é por acaso que a FUNAI merece
atualmente a confiança dessas comunidades, mesmo estando defasada
política e estruturalmente. Por nossas ações, fomos várias vezes demitidos,
perseguidos, vigiados e proibidos de ingressar em terras indígenas.
Interpretamos que somente não fomos presos em algumas ocasiões na
década de oitenta, porque o regime militar havia prendido o então
sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, hoje presidente da república e
isso havia contribuído para que sua liderança e influencia aumentasse. Somos,
portanto, contemporâneos de pessoas e participantes de movimentos que lutaram
contra a ditadura militar e ajudaram a instalar a democracia neste país.
Reconhecemos que várias Organizações
Não-governamentais Indigenistas e indígenas contribuíram enormemente para o
melhoramento da FUNAI, com suas denúncias, mobilizações de lideranças e
pressões políticas. Praticamente todos os indigenistas combativos da FUNAI
foram aliados dessas organizações, realizando em conjunto com elas inúmeras
ações no campo e nas cidades. Particularmente penso que qualquer gestor da
política indigenista brasileira terá que forçosamente reconhecer a importância
histórica dessas agremiações (incluindo o CIMI) e articular-se com elas.
Entretanto, algumas transformações positivas da FUNAI e da política indigenista
foram conquistadas exclusivamente pela árdua luta dos indigenistas internos.
Não me consta p.e. que algum integrante de ONGs. indigenistas tenha sido
perseguido pelo regime militar. Na prática, poderíamos dizer que as ONGs. são
muito articuladas politicamente e que os servidores da Funai são especialistas
técnicos.
Fomos anistiados a partir do início da
década de noventa, retornando definitivamente aos quadros da FUNAI. Imbuídos da
certeza que a “guerra” havia acabado, dirigimos nossas ações para as tentativas
de aperfeiçoamento das práticas indigenistas em campo, desenvolvendo técnicas e
programas adaptados aos novos tempos. Apoiamos e contribuímos para a fundação e
desenvolvimento de várias organizações indígenas em todo o país. Iniciamos um
processo de recuperação de sementes e técnicas tradicionais de plantios
indígenas, que tem possibilitado a melhoria da segurança alimentar de inúmeras
etnias e introduziu no país a questão da preservação da agrobiodiversidade
nativa. Arquitetos e engenheiros indigenistas desenvolveram conceitos, técnicas
e tecnologias modernas para habitações indígenas, centros de cultura e prédios
públicos em aldeias. Desenvolvemos estratégias de proteção e controle
territorial das Terras Indígenas e de promoção e preservação das culturas
indígenas. Engenheiros Florestais, agrônomos e outros profissionais
indigenistas desenvolveram estratégias para a condução e aplicação das
“compensações etno-ambientais” de grandes empreendimentos que afetam Terras
Indígenas. Ao mesmo tempo discutíamos a modernização administrativa
do órgão, gestado ainda em regime ditatorial. Em meados da década de noventa,
promovemos assembléias e seminários em todo o país para consultas aos
servidores e indígenas, sobre as melhores formas de atualizar a política
indigenista governamental. Vários dossiês e documentos foram elaborados
como frutos desses movimentos internos.
Havia consenso de que a reestruturação
administrativa era necessária, mas ela ia em direção a um novo conceito de
indigenismo, baseado no que chamávamos de “diplomacia intercultural
interna”. Sonhávamos com uma FUNAI que funcionasse mais ou menos nos
moldes do Ministério das Relações Exteriores ( chegava-se a sugerir,
nessas discussões, a mudança do nome do órgão para Ministério das
Relações Interiores).
Por esse conceito seriam reconhecidas a
etnicidade e a territorialidade dos povos indígenas, dividindo as unidades
administrativas por “territórios étnicos”, juntando várias etnias co-irmãs que
sofreram um processo de diáspora, durante o contato com a sociedade brasileira.
Igualmente, as diretorias e demais unidades da sede seriam especializadas
nesses “territórios”. Tudo seria baseado na perspectiva filosófica da
DIPLOMACIA, prevendo-se, inclusive, cursos específicos na Escola de Diplomacia
Rio Branco. Sempre tivemos a intenção de reeditar a realização dos cursos
Técnicos Indigenistas, em níveis básico, técnico e superior e submetê-los aos
servidores antigos e novos contratados, obviamente atualizando-os às
mudanças políticas e culturais dos últimos tempos. Jamais conseguimos ir
adiante com as propostas, pelas sucessivas crises e mudanças de direção que o
órgão sofria. Ao contrário, presenciávamos a cada dia a decadência
político-administrativa da instituição, cujo orçamento diminuía ano a
ano.
Desde meados da década de oitenta, os
funcionários da FUNAI, do presidente aos mais humildes servidores, enfrentaram
inúmeras invasões das sedes do órgão por grupos indígenas, nunca abandonando,
entretanto a via da diplomacia e do diálogo para contornar esses impasses. Em
2002 a situação no órgão era de caos absoluto. Dezenas de indígenas ocupavam de
forma permanente as pensões na Av. W-3 norte em Brasília e centenas de outros
acorriam a Brasília cotidianamente. Muitos desses grupos chegavam armados de
bordunas, facas e armas-de-fogo, pressionando a FUNAI por mais recursos. Na
maioria das vezes esses indígenas eram induzidos e até financiados por
administradores regionais, que também tinham interesse nas verbas. Os recursos
eram “repartidos” de acordo com alei do mais forte: levava mais que ameaçava
mais.
No primeiro mandato do presidente Lula,
assumiu a presidência da FUNAI o indigenista Eduardo Almeida. Iniciou-se então
um novo ciclo, conduzido pelos indigensitas da casa, de moralização e correção
das distorções administrativas do órgão. As pensões foram desativadas e
para hospedagem dos indígenas, inaugurou-se uma casa de trânsito em
Sobradinho-DF.; realizou-se o primeiro seminário para consulta de servidores e
lideranças indígenas para a construção de uma nova política indigenista.
Iniciou também, efetivamente, o processo de elaboração de um Plano de Cargos e
Salários e justificativas para a convocação de um concurso público para a
instituição. Enquanto isso continuava o processo de discussão interna para a
sua reestruturação administrativa.
Mércio Gomes, sucessor de Eduardo
Almeida, deu continuidade ao processo de correção das distorções do órgão,
criando critérios e procedimentos para o deslocamento de indígenas a Brasília e
descentralização de recursos; ampliou a discussão da política indigenista,
realizando a I Conferência Nacional dos Povos indígenas, além de dar
continuidade ao processo de aprovação do Plano de Cargos e Salários,
reestruturação administrativa e concurso público. Implantou ainda o “Centro de
Formação Indigenista Orlando Villas-Boas”, que deveria reciclar e formar novos
profissionais do indigenismo, sob bases modernas.
Marcio Meira, que assumiu a FUNAI no
início do segundo mandato deste governo, também entrou prometendo esforços para
reestruturá-lo administrativamente, implantar um Plano de Cargos e Salários e
realizar concurso público. Seria a esperada continuidade de ações que devem
permear todo o governo. Meira, entretanto, trouxe com ele uma equipe
administrativa totalmente estranha aos quadros da FUNAI, composta, em sua
maioria, por pessoas ligadas às ONGs. indigenistas.
Exonerou de imediato antigos
indigenistas da casa e a outros colocou na “geladeira”. Iniciou-se então
um processo de discussões internas quase secreto, para reestruturação do
órgão. Vazava-se apenas a informação, desde 2008, que “neste ano a
reestruturação sai”. Nós, indigenistas antigos e conhecedores das
particularidades e das logísticas regionais e há anos empenhados nos mesmos
objetivos e havíamos participado das primeiras fases das propostas, esperávamos
a todo o momento que fôssemos chamados para contribuir de alguma forma com a
discussão.
Imaginávamos também que alguma forma de
discussão seria feita com as sociedades indígenas, ao menos no âmbito da CNPI –
a Comissão Nacional de Política Indigenista, criada prlo próprio
Meira.
Mas, nada! Os relatos da “rádio
corredor”, a única que transmitia pelo menos os boatos sobre a tal
reestruturação, davam conta de situações de humilhação dos funcionários da
casa. Relatava-se fatos de coordenação de reuniões de diretores e
coordenadores internos por dirigentes de ONGs., ocasiões em que funcionários da
casa eram literalmente expulsos da sala, num total desrespeito e promiscuidade
entre o público e o privado. Isso foi criando um clima de surda revolta
entre os servidores em Brasília, que se difundia para as regionais.
De qualquer maneira, todos os
funcionários e indígenas aguardavam as novidades. Quando elas vieram, sob a
forma do decreto, centenas deles ficaram sabendo, do dia para a noite, que
teriam que se transferir compulsoriamente para outros locais ou abandonarem a
instituição. Ao mesmo tempo, milhares de indígenas também ficaram sabendo que
as unidades regionais que os serviam, muitas delas implantadas após duras
batalhas, foram transferidas de lugar sem terem sido informados
antecipadamente. Apesar de não possuírem uma organização representativa forte,
os indigenistas e os servidores da Funai, de modo geral, são grandes amigos e
aliados das lideranças indígenas tradicionais, as que moram efetivamente nas
aldeias e que, em última instancia, defendem os interesses de seus
povos.
Só poderia dar em revolta.
Agora, a coisa está
feita. De fato, alguns princípios do decreto vão de encontro ao que se discutia
na instituição. É a questão, por exemplo, de retirar os Postos Indígenas
das aldeias em algumas regiões e implantá-los nas cidades próximas. Isso já
estava há anos sendo discutido internamente e, em alguns locais, exercitado.
Interessante também a criação dos Comitês Regionais, com participação indígena.
Super-dimensionar algumas Coordenações Regionais, entretanto, seria reeditar as
“superintendências”, que já foi testada e não deu certo no passado. Acabam
ficando “inchadas”, longe das Terras Indígenas, com o pessoal técnico com
dificuldades de alcançar as aldeias, por falta de transporte, combustível,
diárias, etc.
Enfim, pessoalmente, penso que não é
acertado lutar pela revogação integral do decreto, já que foi tão difícil e
demorado que ele fosse editado e publicado. Seria o caso,
talvez, de se propor uma discussão ampla, em níveis regionais e nacional, com o
objetivo de ajustá-lo. Tem-se justificado a elaboração do decreto sem
discussões com os povos indígenas porque “os interesses indígenas com relação à
Funai são conflitantes”.
Ora, onde não existem interesses
conflitantes no cenário político de qualquer país? Se isso justificar a
tomada de decisões unilaterais, voltamos automaticamente ao autoritarismo. Esse
é o ponto. Para uma geração que lutou ferrenhamente contra a ditadura, é
difícil “engolir” determinadas maneiras de fazer as coisas.
Uma das coisas que sempre ouvi dos
líderes indígenas nas aldeias
(Warodi, Penon, Atorkà, Raoni, Pohi, Tep’yêt e outros)
e que incorporei à minha maneira de viver é: “Não queremos dinheiro, riqueza
e poder. Isso não foi feito para nós. Só queremos respeito!”.
Acredito que se houver o reconhecimento
do governo, de que houve equívocos políticos, técnicos, administrativos,
culturais e logísticos na condução desse processo e, se os funcionários da
Funai e lideranças indígenas tradicionais forem respeitados, ainda
que tardiamente, poderão colaborar no processo de discussões para ajustes
do decreto. Caso contrário, prevejo que será muito difícil que ele seja efetivado.
Afinal, não estamos mais em 1964.
Aproveito para divulgar que conto
detalhadamente os episódios da luta indigenista que comento neste texto
nos livros “DE LONGE TODA SERRA É AZUL – HISTÓRIAS DE UM INDIGENISTA” e
“DIÁRIO DE CAMPO 2008/2009”, que estão disponíveis nos endereços publicados
no site www.todaserrazul.com .
13 comentários:
E atenção pessoal Servidores e Índios,
Já deve estar no site do SIAFE que os saldos das extintas AERS passará para as Coordenações Técnicas Locais. O márcio meira está ganhando a guerra, está matando os índios no cansaço! Muita atenção! Cadê o placar? Esse gol parece que valeu por 03 ou 04 gols para o combinado. Se fosse no boxe o indigenismo levou uma direta no queixo! Vamos prestar atenção.
Agora é prá valer,governador Eduardo Campos, Senador Romero Jucá, lider do governo no senado Fernando Ferro lider do governo na camara federal, bem como o presidente da CUT de pernambuco Sergio Goiana juntos pela permanencia da unidade gestora da funai em pernambuco,isto é só o começo vamos esperar que aí vem chumbo grosso aguenta Marcio Meira teus dias estão contados
Fernando,
Comentário excelente (seus livros são muito bons) !!!
Mas, .....
Montaram um “posto avançado” da Guarda Nacional dentro do prédio, atrás da portaria, na subida da escada. Guardas armados, escudos, etc. Parece uma “trincheira” (isso hoje 28/01/2010).
Para entrar no prédio antes das 8h tem que ter autorização, do contrário os guardas da Funai não abrem as salas.
No âmbito da atual conjuntura política indigenista, estamos vivendo momentos de 1964 sim !!!
PLACAR OFICIAL
Assessoria do presidente Lula tenta barrar protesto em Recife
=> combinado 14 x 15 indigenismo
Servidores pernambucanos conseguem entregar documento, ai a pressão do Lula subiu
=> combinado 14 x 16 indigenismo
Começaram as publicações das novas nomeações
=> combinado 15 x 16 indigenismo
Procuradora de Rondônia entra com inquerito contra o decreto
=> combinado 15 x 17 indigenismo
26 de janeiro de 2010
FUNAI ESCLARECE JORNAL DO BRASIL
Leia, na íntegra, a resposta que foi enviada ao Jornal do Brasil, em relação à matéria publicada na edição de 25/01/2010.
Fundação Nacional do Índio esclarece: Organizações Não Governamentais (ONG's), que trabalham em conjunto com a Funai, não assumem o papel do Estado. A política oficial do Estado brasileiro direcionada aos povos indígenas completa 100 anos em 2010 e foi criada pelo Marechal Cândido Rondon. Ouvido pela Funai, o repórter não investigou as informações repassadas, transformando a matéria em uma única voz, sem atentar para os fatos verdadeiros, como preza o bom jornalismo.É importante destacar que a política de demarcação de terras indígenas é de responsabilidade exclusiva do estado brasileiro, conforme a Constituição Federal, nos seus artigos 231 e 232; bem como ao Decreto Presidencial 1.775 de 1996. Portanto, cabe unicamente a Funai e a União realizar os procedimentos administrativos de estudos de identificação e delimitação de terras indígenas. Portanto, os convênios e Termos de Cooperações firmados entre a Fundação e as entidades da sociedade civil, bem como os entes da federação, são legais e previstos em atividades voltadas à proteção e promoção dos povos indígenas, sem nunca substituir as obrigações da FUNAI. Os trabalhos de parcerias estão dispostos na Lei de criação e nos Estatutos da Funai, editados desde a década de 1980, como por exemplo o Decreto n. 92.470 de 18 de março de 1986 e o Decreto n. 4.645 de 25 de março de 2003, para a realização de ações previstas nos Planos Plurianuais. Portanto, elas não tiveram início no ano de 2007, como interpreta o Jornal do Brasil. Essas parcerias fazem parte da história do indigenismo brasileiro, desde que observadas as normas legais e aprovadas pela Procuradoria Federal Especializada da Funai e sujeitas a fiscalização dos órgãos de controle internos e externos. Outro fator importante a ser enfatizado é que as políticas públicas voltadas aos povos indígenas brasileiros são atribuições do Estado como um todo. Desde o ano de 2000, por exemplo, a educação e a saúde indígena estão sob a responsabilidade dos Ministérios da Educação e da Saúde, respectivamente. Vale destacar que a Agenda Social dos Povos Indígenas, lançada em agosto de 2007 pelo presidente Lula, já investiu mais de R$ 1 bilhão de reais nas políticas públicas para os povos indígenas, coordenadas por diversos órgãos do governo federal como os Ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social, da Previdência Social, da Cultura, entre outros.O Decreto 7.056, que determina a reestruturação da Funai irá fortalecer as atividades voltadas aos povos indígenas brasileiros e reafirma o papel do estado brasileiro. Conforme o Decreto, a criação de um comitê gestor paritário garante a participação dos povos indígenas na elaboração das políticas públicas indigenistas: a substituição das Administrações Executivas Regionais por Coordenações Regionais tem como um dos principais objetivos otimizar o orçamento e realizar uma gestão na qual o protagonismo indígena é o principal indutor de políticas públicas. Da mesma forma, a substituição dos Postos Indígenas pelas Coordenações Técnicas Locais irá modernizar e acelerar o atendimento aos povos, tendo em vista que as atribuições do antigo Chefe de Posto se limitavam a assistir aos indígenas. A partir de agora, Coordenadores Regionais e Coordenadores das Técnicas Locais deverão apresentar planejamento anual dos trabalhos que serão desenvolvidos nas terras indígenas. O concurso público, que prevê a entrada de 3.100 concursados até o ano de 2012, preencherá a falta dos recursos humanos da Funai, que ao longo dos últimos 20 anos, teve um esvaziamento no seu quadro de servidores. A primeira etapa conta com a entrada de 425 técnicos especializados, dos quais 90% preencherão as vagas nas regiões onde há mais necessidades.
Assessoria de Comunicação Social da Funai
28 de janeiro de 2010
FUNAI DO PARANÁ NÃO SERÁ FECHADA
Nenhuma unidade da Funai será fechada no estado do Paraná. A mudança estrutural promovida pelo Decreto 7.056 prevê que a antiga Administração Executiva Regional de Curitiba seja substituída por uma Coordenação Técnica Local. Também não é verdade que o atendimento aos indígenas será prejudicado, conforme vem sendo colocado por segmentos locais.
O principal objetivo da reestruturação é de otimizar o orçamento da Funai e realizar uma gestão na qual o protagonismo indígena é o principal indutor de políticas públicas. Dentre outras mudanças, a partir de agora, com a publicação do Decreto, Coordenadores Regionais e Coordenadores das Técnicas Locais deverão apresentar um planejamento anual dos trabalhos que serão desenvolvidos nas terras indígenas.
Desde o início das manifestações na sede da Funai, em Brasília, o presidente da Fundação, Márcio Meira, recebeu lideranças indígenas de mais de 30 etnias para esclarecer dúvidas e dialogar sobre os reajustes necessários de cada região, conforme a realidade de cada povo. As lideranças indígenas do Paraná, reunidas na Capital Federal, para manifestar descontentamento ao Decreto 7.056, não quiseram, até o momento, conversar com a direção do órgão indigenista federal.
27 de janeiro de 2010
Povo indígena JIAHUI apoia reestruturação
Leia a carta dos povos indígenas Jiahui do sul da Amazonas, em apoio ao decreto 7.056.
Apoio ao Decreto Nº 7.056.
27 de janeiro de 2010
Povo indígena TENHARIM do MARMELOS apoia a reestruturação
Leia a carta dos povos indígenas Tenharim Morogitá, do sul do Amazonas, em apoio ao decreto 7.056.
Apoio ao Decreto Nº 7.056.
27 de janeiro de 2010
Povos indígenas da região do ALTO MADEIRA apoia a reestruturação
Leia a carta dos povos indígenas do Alto Madeira, do sul do Amazonas, em apoio ao decreto 7.056.
Apoio ao Decreto Nº 7.056.
27 de janeiro de 2010
Povo indígena PARINTINTIN apoia reestruturação
Leia a carta dos povos indígenas Parintintin, do sul do Amazonas, em apoio ao decreto 7.056.
Carta nº 041.
isto é so o começo todos estão apoiando
http://www.funai.gov.br/
28.01 FUNAI DO PARANÁ NÃO SERÁ FECHADA
27.01 Povo indígena JIAHUI apoia reestruturação
27.01 Povo indígena TENHARIM do MARMELOS apoia a reestruturação
27.01 Povos indígenas da região do ALTO MADEIRA apoia a reestruturação
27.01 Povo indígena PARINTINTIN apoia reestruturação
26.01 FUNAI ESCLARECE JORNAL DO BRASIL
26.01 Nota do CIR dá apoio à re-estruturação da Funai e pede que índios façam o concurso
25.01 Ê, OLHA A FUNAI, CAMARÁ!
20.01 SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DA FUNAI
20.01 Comissão Nacional de Terra Guarani Yvy Rupa - CYR
Unidades não serão fechadas, no entanto, o Decreto rege:
Art. 5o Ficam extintas todas as Administrações Executivas Regionais e Postos Indígenas de que tratam os Decretos nos 4.645, de 25 de março de 2003, e 5.833, de 6 de julho de 2006, e criadas as unidades regionais na forma estabelecida nos Anexos I e II.
........
Parágrafo único. Os servidores com lotação nas unidades extintas serão removidos para outras unidades da FUNAI ou redistribuídos para outros órgãos, conforme a legislação vigente.
Realmente lutar pela revogação do decreto é inútil. O que pode ser possível é alterar alguns pontos com o famoso: "o artigo tal passa a vigorar com a seguinte redação". Mas para isso é preciso apresentar propostas concretas. Ficar só criticando sem construir uma alternativa com bons argumentos técnicos não vai dar em nada. O que deve ser mudado de fato:
- O decreto não pode estabelecer atribuições para o órgão de forma contraditória com o que diz a lei que o criou. Ou se muda a lei, ou o decreto é ilegal.
- Essa coisa de que o papel da FUNAI na saúde e na educação é só "acompanhar" é ridículo. Além da assistência formal, que é atribuição dos respectivos ministérios, existem aspectos socioculturais e ambientais ligados à saúde e educação cuja atuação da FUNAI é fundamental.
- O nome da nova Diretoria de Promoção do Desenvolvimento Sustentável dá um caráter desenvolvimentista / integracionista, disfarçado pelo termo "sustentável". Poderia ser simplesmente Diretoria de Sustentabilidade (entendida como sustentabilidade social, cultural, econômica e ambiental).
- Por fim, recriar Recife, Curitiba e Porto Velho como Coordenações Regionais, pois não tem sentido as capitais virarem Coordenação Técnica Local. É a mesma coisa que criar uma Frente de Proteção Étnoambiental na Avenida Paulista.
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