sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Rikbatsa quer vingar morte de parente

Atentem para essa notícia vinda do Diário de Cuiabá, que já tinha saído em jornal menor da cidade de Juara, Mato Grosso.

Ao que parece, um índio Kaiabi, que vive na Terra Indígena Rio dos Peixes, matou um índio Rikbatsa durante o Carnaval.

Os Rikbatsa são índios muito orgulhosos de suas tradições, muito valentes. Um povo de fala Jê incrustrado num mundo de povos que falam tupi e aruak.

Um grupo de quarenta a cinquenta Rikbatsa foram até a cadeia pública de Juara para exigir a entrega do suposto índio Kaiabi assassino de um dos seus parentes. A intenção era fazer justiça conforme a tradição rikbatsa.

Naturalmente que o delegado de Juara, com muita diplomacia e com certo receio, não entregou o Kaiabi e alegou que ele não estava mais na cadeia. Sua justificativa foi de que os Rikbatsa iriam levar o Kaiabi para sua aldeia, matá-lo e depois comê-lo num ritual antropofágico. Aí já é por conta do delegado para dar colorido à sua atitude. Entretanto, os Rikbatsa adquriram fama na região por praticar a antropofagia ritual com seus inimigos. Mas, há anos não pratica esse ritual.

A Funai tem que estar presente nessa ocasião e ajudar a resolver o problema. Essa matéria se encontra em Notícias Online, logo ao lado.
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Delegacia é invadida por índios

ROSANI TRINDADE
Da Reportagem/Sinop

A delegacia de Polícia Civil de Juara (a 709 quilômetros de Cuiabá), foi invadida, na quarta-feira, por aproximadamente 50 índios rikbaktsa que pretendiam resgatar e linchar um índio kayabi preso no local há uma semana, acusado de homicídio.

O grupo chegou à delegacia por volta de 23h e tomou conta de pontos estratégicos, deixando policiais que estavam de plantão vulneráveis ao ataque, pois os índios estavam armados para guerra com flechas, cacetetes e até foices.

A intenção dos indígenas da etnia rikbaktsa (canoeiros), de Juína, era se vingar do preso Gildo do Carmo kutap Kayabi, 18 anos, acusado de matar a pauladas o índio rikbaktsa Valdiney Jurue-yi Mani, 25 anos, durante o Carnaval.

De acordo com o delegado Joáz Gonçalvez, o grupo queria fazer justiça com as próprias mãos, de acordo com as leis da etnia. “Eles queriam levar o assassino, matar e comer a carne do inimigo, é a conhecida prática do canibalismo”, explicou Joáz.

As negociações se mantiveram até 2h da madrugada. “Eles somente se acalmaram quando pedi que formassem uma comissão de quatro índios para que verificassem que o acusado não estava mais na delegacia, pois o preso tinha sido transferido para outro município. Mesmo assim prometeram voltar em 30 dias, pois querem eles mesmos fazer justiça. Tivemos que amenizar a situação com muita calma, provando que não havia nenhum índio preso e também para não haver confronto entre a polícia e os integrantes da aldeia”, relatou.

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